
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Brecker

terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Benny Green - These are soulful days
 Eu estou ouvindo These Are Soulful Days (de 1999). Segundo consta, esse disco é parte de uma série em homenagem aos 60 anos da Blue Note. Benny foi encarregado de interpretar uma seleção de temas de sua preferência (todos gravados nesse selo).
Eu estou ouvindo These Are Soulful Days (de 1999). Segundo consta, esse disco é parte de uma série em homenagem aos 60 anos da Blue Note. Benny foi encarregado de interpretar uma seleção de temas de sua preferência (todos gravados nesse selo).quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Monk revisitado
 isso comigo), e, assim estando, o presente não será dos melhores. Uma lembrancinha, pois. Duas, aliás.
isso comigo), e, assim estando, o presente não será dos melhores. Uma lembrancinha, pois. Duas, aliás.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Verão + preguiça
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Um violão especial
.jpg) Caiu na minha rede, em recente ciberpescaria, um disco - Night and day - de um para mim desconhecido guitarrista/violonista: Roland Dyens. O rapaz faz uma mescla entre erudito (mais no modo de operar o violão) e jazz (o fraseado e o ritmo sincopado) que soou-me agradável ao ouvido. Às vezes tem-se a impressão que são dois violões tocando. O cético poderá dizer que é overdubing, o crente dirá que o camarada desenvolve chords melodies como poucos. O fato é que Dyens domina seu instrumento com uma técnica impressionante, daquela que faz-nos parar para ouvir. Mesmo o jazzófilo mais purista admitirá que ele é um músico acima da média.
Caiu na minha rede, em recente ciberpescaria, um disco - Night and day - de um para mim desconhecido guitarrista/violonista: Roland Dyens. O rapaz faz uma mescla entre erudito (mais no modo de operar o violão) e jazz (o fraseado e o ritmo sincopado) que soou-me agradável ao ouvido. Às vezes tem-se a impressão que são dois violões tocando. O cético poderá dizer que é overdubing, o crente dirá que o camarada desenvolve chords melodies como poucos. O fato é que Dyens domina seu instrumento com uma técnica impressionante, daquela que faz-nos parar para ouvir. Mesmo o jazzófilo mais purista admitirá que ele é um músico acima da média.terça-feira, 8 de dezembro de 2009
A voz de Portugal
.jpg) A menina tem uma já longa estrada, iniciada, creio, com o pianista Mário Laginha (já postei, dele, o disco Espaço), com quem conquistou rápido reconhecimento da crítica européia. Conquistou também a pianista japonesa Aki Takase, que a convidou para uma série de trabalhos. Entre um concerto e outro, gravaram Alice, em 1990. A gravação foi ao vivo, no festival de jazz de Nuremberg, e contou com o apoio mais que luxuoso de Niels-Henning Orsted Pedersen.
A menina tem uma já longa estrada, iniciada, creio, com o pianista Mário Laginha (já postei, dele, o disco Espaço), com quem conquistou rápido reconhecimento da crítica européia. Conquistou também a pianista japonesa Aki Takase, que a convidou para uma série de trabalhos. Entre um concerto e outro, gravaram Alice, em 1990. A gravação foi ao vivo, no festival de jazz de Nuremberg, e contou com o apoio mais que luxuoso de Niels-Henning Orsted Pedersen. sábado, 5 de dezembro de 2009
Dinah sings Bessie
 e, por isso, deixou a sua menina ir embora nos braços de um Mané que nem um pedaço dele poderia ser. Gaguejou um pouco de trôpego Lupicínio: eee-sssses moços, po...bres hic! mo-ços...
e, por isso, deixou a sua menina ir embora nos braços de um Mané que nem um pedaço dele poderia ser. Gaguejou um pouco de trôpego Lupicínio: eee-sssses moços, po...bres hic! mo-ços...quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Goodrick & Diorio - Avis rara
 Mudanças, no entanto, não dependem apenas da sorte. O trabalho e os dias regados pelo suor e dedicação contam. Vejam, por exemplo, os dois dedicados guitarristas Mick Goodrick e Joe Diorio. Ambos são exemplo de investimento em seu campo. A longa estrada percorrida permitiu que eles se consolidassem como mestres dos seus instrumentos (professores mesmo).
Mudanças, no entanto, não dependem apenas da sorte. O trabalho e os dias regados pelo suor e dedicação contam. Vejam, por exemplo, os dois dedicados guitarristas Mick Goodrick e Joe Diorio. Ambos são exemplo de investimento em seu campo. A longa estrada percorrida permitiu que eles se consolidassem como mestres dos seus instrumentos (professores mesmo).sábado, 28 de novembro de 2009
Quatro bateristas agradam muita gente
 Agora, imagine-se numa casa com quatro baterista descendo a mão em seus tambores. O que pode parecer infernal quando pensamos a respeito, pode se revelar muito mais interessante quando ouvimos. Pois bem, estou às voltas com Louis Bellson, Shelly Manne, Willie Bobo e Paul Humphrey. O disco The drum session foi gravado em 1974, tendo Oliver Nelson como produtor. Os meninos passeiam por uma bem articulada série de variações ritmicas que agradará os fãs das baquetas e tambores. Destaque-se o pessoal que encarregado da harmonia e melodia: Bob Bryant (trumpete e flueghel), Jerome Richardson (Tenor e flauta), Mike Wofford (teclados) e Chuck Domanico (baixo).
Agora, imagine-se numa casa com quatro baterista descendo a mão em seus tambores. O que pode parecer infernal quando pensamos a respeito, pode se revelar muito mais interessante quando ouvimos. Pois bem, estou às voltas com Louis Bellson, Shelly Manne, Willie Bobo e Paul Humphrey. O disco The drum session foi gravado em 1974, tendo Oliver Nelson como produtor. Os meninos passeiam por uma bem articulada série de variações ritmicas que agradará os fãs das baquetas e tambores. Destaque-se o pessoal que encarregado da harmonia e melodia: Bob Bryant (trumpete e flueghel), Jerome Richardson (Tenor e flauta), Mike Wofford (teclados) e Chuck Domanico (baixo).quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Herbie Nichols
 Uma das coisas que observei e mantenho foi o seu modo de jogar com a harmonia: "percebe-se com facilidade que o rapaz tem um arcabouço de informação musical que escapa à média dos músicos. Seu patamar musical permite-lhe brincar com os limites do bom senso harmônico e estabelecer fórmulas nas quais a tensão torna-se um campo surpreendentemente produtivo".
Uma das coisas que observei e mantenho foi o seu modo de jogar com a harmonia: "percebe-se com facilidade que o rapaz tem um arcabouço de informação musical que escapa à média dos músicos. Seu patamar musical permite-lhe brincar com os limites do bom senso harmônico e estabelecer fórmulas nas quais a tensão torna-se um campo surpreendentemente produtivo".PS: Esse disco está incluído na caixa The complete Blue Note recordings.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
O amor é lindo!
 Ah, o amor. A cada dia uma versão nova. Podem anotar. Suas experiências. Se não mudarem, procurem um analista. A não ser que as considerem boas, obviamente. Para mim, as experiências ruins foram justamente fruto da inexperiência. Hoje, os encontros são escolhidos com um misto de razão e intuição. A razão diz: "isso não vai dar certo". A intuição rebate: "vai fundo, mané! Quais estórias você poderá contar para seus descendentes se não se arriscar?"
Ah, o amor. A cada dia uma versão nova. Podem anotar. Suas experiências. Se não mudarem, procurem um analista. A não ser que as considerem boas, obviamente. Para mim, as experiências ruins foram justamente fruto da inexperiência. Hoje, os encontros são escolhidos com um misto de razão e intuição. A razão diz: "isso não vai dar certo". A intuição rebate: "vai fundo, mané! Quais estórias você poderá contar para seus descendentes se não se arriscar?"  Experiências novas... As reticências são justificáveis. O novo é estranho. Ouço algo que sonoramente não é tão novo assim (enquanto poposta musical): Sky and country, do grupo Fly. Fazem parte do grupo Mark Turner (tenor e soprano), Larry Grenadier (baixo) e Jeff Ballard (bateria). Um trio, pois. A formação me agrada, desde quando ouvi os trios de Rollins. O som é bem ao gosto da ECM, cheio de experimentações e devaneios sonoros, predominando um certo lirismo que rompe com as velhas canções. Sim - é meio cerebral. Mas parece que esse é o novo campo gozoso. Estória que remonta ao bebop. Lembro-me de ter lido em uma faixa em um filme de um show de bebop: "por favor, não dancem" - ou algo similar. Música para ser ouvida, para dançar com a cabeça.
Experiências novas... As reticências são justificáveis. O novo é estranho. Ouço algo que sonoramente não é tão novo assim (enquanto poposta musical): Sky and country, do grupo Fly. Fazem parte do grupo Mark Turner (tenor e soprano), Larry Grenadier (baixo) e Jeff Ballard (bateria). Um trio, pois. A formação me agrada, desde quando ouvi os trios de Rollins. O som é bem ao gosto da ECM, cheio de experimentações e devaneios sonoros, predominando um certo lirismo que rompe com as velhas canções. Sim - é meio cerebral. Mas parece que esse é o novo campo gozoso. Estória que remonta ao bebop. Lembro-me de ter lido em uma faixa em um filme de um show de bebop: "por favor, não dancem" - ou algo similar. Música para ser ouvida, para dançar com a cabeça.segunda-feira, 16 de novembro de 2009
O mago das vassourinhas
 Ele fez parte de uma geração e tanto. Enquanto estudava na Thomas Jefferson High School (segunda metade dos anos trinta), fez parte de um grupo com figurinhas como Dexter Gordon, Wardell Gray, Charles Mingus e Illinois Jacquet. Querem mais? Durante a guerra, no exército, pegou umas aulas com o soldado Jo Jones. Depois disso, enfileirou performances ao lado dos grandes nomes do jazz.
Ele fez parte de uma geração e tanto. Enquanto estudava na Thomas Jefferson High School (segunda metade dos anos trinta), fez parte de um grupo com figurinhas como Dexter Gordon, Wardell Gray, Charles Mingus e Illinois Jacquet. Querem mais? Durante a guerra, no exército, pegou umas aulas com o soldado Jo Jones. Depois disso, enfileirou performances ao lado dos grandes nomes do jazz. sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Onde ouvir jazz em Vitória
 A segunda-feira é dominada pela Plataforma 16, quiosque situado na Curva da Jurema, praia próxima à Ilha do Boi. O jazz fez daquele point a sua moradia há 10 anos. Por lá circulam os melhores músicos da ilha e arredores. O clima é totalmente descontraído e o cenário é deslumbrante. Não espere luxo do boteco, pois nada que o lembre existe por lá - a não ser a música, obviamente. O som começa às 21:00h.
A segunda-feira é dominada pela Plataforma 16, quiosque situado na Curva da Jurema, praia próxima à Ilha do Boi. O jazz fez daquele point a sua moradia há 10 anos. Por lá circulam os melhores músicos da ilha e arredores. O clima é totalmente descontraído e o cenário é deslumbrante. Não espere luxo do boteco, pois nada que o lembre existe por lá - a não ser a música, obviamente. O som começa às 21:00h.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009
What is this thing called love?

Ouçam ali no podcast Quintal do Jazz
domingo, 8 de novembro de 2009
Blues cross country
 Dia desses, em meus diários passeios pela web, deparei-me com um disco curioso. Chamou-me a atenção o título: Blues cross country, gravado em 1961. Como sugerido, é um passeio por diversas cidades e regiões dos EUA representados nas letras de músicas desse envolvente estilo. De Los Angeles, passando por Kansas City, até chegar em New York, do oeste ao leste, do norte ao sul, todos devidamente amarrados em 14 bons blues.
Dia desses, em meus diários passeios pela web, deparei-me com um disco curioso. Chamou-me a atenção o título: Blues cross country, gravado em 1961. Como sugerido, é um passeio por diversas cidades e regiões dos EUA representados nas letras de músicas desse envolvente estilo. De Los Angeles, passando por Kansas City, até chegar em New York, do oeste ao leste, do norte ao sul, todos devidamente amarrados em 14 bons blues. quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Vocês conhecem Edmund Gregory?
 Pois bem, encontrei uma coletânea intitulada Jazz Sahib: Complete sextets sessions 1956-1957, lançado pela Fresh Sound. O nosso herói, nascido Edmund Gregory, antes de, como muitos outros, ir tentar a vida na Europa, participou de alguma sessões (Savoy) que, ao meu ouvir, ficaram muito interessantes.
Pois bem, encontrei uma coletânea intitulada Jazz Sahib: Complete sextets sessions 1956-1957, lançado pela Fresh Sound. O nosso herói, nascido Edmund Gregory, antes de, como muitos outros, ir tentar a vida na Europa, participou de alguma sessões (Savoy) que, ao meu ouvir, ficaram muito interessantes. domingo, 1 de novembro de 2009
Ventura & Phillips
 Ainda estou com essa idéia na cabeça, a do encontro/desencontro, desde que a epifânica e evanescente musa azul por aqui aportou e desaportou. Mas, além da goiabada com queijo, algumas outras duplas caem muito bem. A Mosaic, para não perder o bom costume, forçou um encontro numa de suas aprazíveis caixas: Joe Ventura e Flip Phillips. Um e outro excelentes saxofonistas. Dois gentlemen no trato com seus instrumentos, como bem destaca o encarte da caixa.
Ainda estou com essa idéia na cabeça, a do encontro/desencontro, desde que a epifânica e evanescente musa azul por aqui aportou e desaportou. Mas, além da goiabada com queijo, algumas outras duplas caem muito bem. A Mosaic, para não perder o bom costume, forçou um encontro numa de suas aprazíveis caixas: Joe Ventura e Flip Phillips. Um e outro excelentes saxofonistas. Dois gentlemen no trato com seus instrumentos, como bem destaca o encarte da caixa. quarta-feira, 28 de outubro de 2009
O som de Harrell
 Em sua contemporânea expressão, Harrell faz jazz sem mutilar, sem deslocar, sem abandonar as raízes.  Ele não nos deixa com aquela sensação de que o jazz morreu, que é coisa findada. Sua música, com toda sua modernidade não corrompe a alma do jazz (o disco que agora ouço é Prana dance, de 2008) . Está tudo ali nas tramas de suas composições e arranjos - do swing ao cool, passando pelo hard e até pelo fusion. Mas a tradição fica patente mesmo é em seus solos, sempre bem construídos, com progressões de surpreendente e aparente simplicidade, líricos, delicados como uma boa lembrança. Saudade presentificada dos grandes nomes do trompete/jazz. Harrell tem uma bela alma musical.
Em sua contemporânea expressão, Harrell faz jazz sem mutilar, sem deslocar, sem abandonar as raízes.  Ele não nos deixa com aquela sensação de que o jazz morreu, que é coisa findada. Sua música, com toda sua modernidade não corrompe a alma do jazz (o disco que agora ouço é Prana dance, de 2008) . Está tudo ali nas tramas de suas composições e arranjos - do swing ao cool, passando pelo hard e até pelo fusion. Mas a tradição fica patente mesmo é em seus solos, sempre bem construídos, com progressões de surpreendente e aparente simplicidade, líricos, delicados como uma boa lembrança. Saudade presentificada dos grandes nomes do trompete/jazz. Harrell tem uma bela alma musical. sábado, 24 de outubro de 2009
Goiabada com queijo
 Querem ouvir uma coisa boa de ouvir? Ouçam um bom e velho dixie. Ali, meus amigos, sobre uma harmonia simples, brota uma variedade de vozes (a tal polifonia) que lembra um multicolorido jardim. Coisa simples e gostosa como um pedaço de queijo com uma cremosa goiabada cascão. Aliás, ainda não sei porque chamam esse encontro de Romeu & Julieta. Goibada com queijo, pelo menos para mim, não acaba em desgraça. A desgraça é apenas o fim da goiabada e do queijo.
Querem ouvir uma coisa boa de ouvir? Ouçam um bom e velho dixie. Ali, meus amigos, sobre uma harmonia simples, brota uma variedade de vozes (a tal polifonia) que lembra um multicolorido jardim. Coisa simples e gostosa como um pedaço de queijo com uma cremosa goiabada cascão. Aliás, ainda não sei porque chamam esse encontro de Romeu & Julieta. Goibada com queijo, pelo menos para mim, não acaba em desgraça. A desgraça é apenas o fim da goiabada e do queijo.  Agora mesmo, enquanto ouço o grande trombonista Jack Teagarden, eu estou degustando um pequeno pedaço dessa mineiríssima invenção. Como a madeleine de Proust, a sobremesa leva-me a um desses encantadores momentos que o tempo nunca apagará: A mão delicada se aproximando de meus lábios, enquanto a musa diz: prova. Os olhos brilhantes, semicerrados, fitavam-me tentadores. Sorria-me um sorriso de feiticeira. Encanto feito, encantado fiquei. Coisa simples assim - como um bom encontro. Daqueles não premeditados. Um acontecimento.
Agora mesmo, enquanto ouço o grande trombonista Jack Teagarden, eu estou degustando um pequeno pedaço dessa mineiríssima invenção. Como a madeleine de Proust, a sobremesa leva-me a um desses encantadores momentos que o tempo nunca apagará: A mão delicada se aproximando de meus lábios, enquanto a musa diz: prova. Os olhos brilhantes, semicerrados, fitavam-me tentadores. Sorria-me um sorriso de feiticeira. Encanto feito, encantado fiquei. Coisa simples assim - como um bom encontro. Daqueles não premeditados. Um acontecimento.  Mas a coisa não pára por aí. Jack, ainda por cima, traz o chá e o jardim em seu nome. Pronto. Lá vou carregado por reminiscências: estamos eu e a musa, no fim da tarde, bebendo chá inglês com biscoitos suíços. Coisa leve. É assim que me soa a música de Jack Teagarden.
Mas a coisa não pára por aí. Jack, ainda por cima, traz o chá e o jardim em seu nome. Pronto. Lá vou carregado por reminiscências: estamos eu e a musa, no fim da tarde, bebendo chá inglês com biscoitos suíços. Coisa leve. É assim que me soa a música de Jack Teagarden. quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Rava - Dias cinzentos em Nova Iorque
 Mesmo que não perguntem, eu direi. Estou ouvindo o, creio, mais recente disco (2009) do trompetista italiano Enrico Rava, editado pelo selo... adivinhem. Não adivinharam? ECM, obviamente. O nome: New York days. Acompanham-no Stefano Bollani (piano), Mark Turner (tenor), Larry Grenadier (double-bass) e Paul Motian (drums).
Mesmo que não perguntem, eu direi. Estou ouvindo o, creio, mais recente disco (2009) do trompetista italiano Enrico Rava, editado pelo selo... adivinhem. Não adivinharam? ECM, obviamente. O nome: New York days. Acompanham-no Stefano Bollani (piano), Mark Turner (tenor), Larry Grenadier (double-bass) e Paul Motian (drums). sábado, 17 de outubro de 2009
Alice in wonderland
 Bom, ainda existem muitos músicos envolvidos de corpo e alma na tarefa de não deixar a beleza morrer. Agora mesmo, nesse exato momento, ouço um pianista muito bom, admirador confesso de Bill Evans, que gravou seu primeiro disco em 1995. Trata-se de David Hazeltine. O disco que ouço foi gravado em 2003: Alice in wonderland. Os acompanhantes de Hazeltine são George Mraz (bass) e Billy Drummond (drums). O disco é uma homenagem direta ao seu ídolo. Oito dos nove temas foram gravados por Bill Evans. A nona canção é For Bill - dizer o quê? - composta por David.
Bom, ainda existem muitos músicos envolvidos de corpo e alma na tarefa de não deixar a beleza morrer. Agora mesmo, nesse exato momento, ouço um pianista muito bom, admirador confesso de Bill Evans, que gravou seu primeiro disco em 1995. Trata-se de David Hazeltine. O disco que ouço foi gravado em 2003: Alice in wonderland. Os acompanhantes de Hazeltine são George Mraz (bass) e Billy Drummond (drums). O disco é uma homenagem direta ao seu ídolo. Oito dos nove temas foram gravados por Bill Evans. A nona canção é For Bill - dizer o quê? - composta por David. Link: Avax
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Aviso aos navegantes
 
 I
Amar é moto
II
Do naufrágio
só sobras
bóiam, mortas.
Frágil obra
à deriva
inventa histórias e
assombra olhares navegantes de plácidas enseadas.
III
Da frágil nau
só sobram restos
que assombram a insólita placidez
espraiada no olhar detido na orla.
Mais um naufrágio
na ânsia argonauta:
o risco do oceânico horizonte
é calmaria/tempestade
escrita nos hieroglíficos fragmentos
despejados nas praias.
Ó, alma opressa pela fragrância de abismos!
IV
Os poetas,
desde que o mundo é mundo,
navegam em seus barquinhos de papiro
sobre abismos índigos;
recolhem almas náufragas
e aquecem-nas com mortalhas;
para os corpos esquecidos
constroem piras...
e, enigmático anseio,
erigem com seus versos faróis
que guiam aventureiros
às rochas e arrecifes.
V
O calado suporta
a solitária travessia e
o silêncio condiz com as oceânicas profundezas
enquanto a corrente – terna – conduz.
VI
Singrar mares e
colher tempestades
nos cantos das sereias
– sem âncoras, bússolas, astrolábios...
no incontinente
perder-se é preciso.
VII
A rota a seguir nunca foi segura
apesar dos luminosos faróis,
dos astrolábios ofertados
e do macio catre em que sonhei
ter conquistado todos os mares,
todas ilhotas perdidas,
todos os recantos ermos,
sacrossantos e pagãos...
foi lá nas macias e cálidas profundezas
onde sussurrei meus delírios de posse
que me vi prisioneiro.
VIII
Derivo.
Alma náufraga,
não agonizo mais,
não me apago no luto
das terras idas,
nem rumino outros dias
ocultos pela Esperança.
Sim, derivo
entre atóis de afiados arrecifes e,
seguro nas crinas dos maremotos,
arremesso-me contra rochedos
para vê-los sangrar o meu sangue e,
rubricado meu nome em seus poros,
retorno à implacável quietude do mar.
IX
Resto de uma equação
mal sucedida
só,
sobro.
Equívoco de uma operação
híbrida,
naufrago.
E, daqui do fundo do abismo,
creiam-me,
o mundo é plano.
X
Esses são meus espinhos.
E eu, cacto,
quis chorar todas as lágrimas
e virar deserto...
(Decerto o mar em mim não deixou).
 Ouçam, ali no pdcast Quintal do Jazz, três temas interpretados por Art Farmer, retirados de um excelente disco gravado em homenagem a Duke Ellington (1975). Acompanham-no Cedar Walton (p), Sam Jones (b) e Billy Higgins (d).
Ouçam, ali no pdcast Quintal do Jazz, três temas interpretados por Art Farmer, retirados de um excelente disco gravado em homenagem a Duke Ellington (1975). Acompanham-no Cedar Walton (p), Sam Jones (b) e Billy Higgins (d).segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Art Tatum - o poeta e os labirintos
 Enquanto penso em Miguel, poeta capixaba que nos deixou no sábado, ouço Art Tatum, vertiginoso, desfilar seus ágeis dedos nas teclas do velho piano. Às vezes, parece querer percorrer todos os caminhos. Exauri-los. Não, não, não se trata de exaustão. Art é o poeta dos labirintos, aquele que constrói com incrível rapidez uma profusão de possibilidades, de caminhos para se explorar, no limitado espaço harmônico. O acorde é apenas um ponto de partida. Dali, o mundo da música se abre como um sol, mostrando cores e sombras sem fim.
Enquanto penso em Miguel, poeta capixaba que nos deixou no sábado, ouço Art Tatum, vertiginoso, desfilar seus ágeis dedos nas teclas do velho piano. Às vezes, parece querer percorrer todos os caminhos. Exauri-los. Não, não, não se trata de exaustão. Art é o poeta dos labirintos, aquele que constrói com incrível rapidez uma profusão de possibilidades, de caminhos para se explorar, no limitado espaço harmônico. O acorde é apenas um ponto de partida. Dali, o mundo da música se abre como um sol, mostrando cores e sombras sem fim. sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Spread a little joy
 Eis a cena egoísta dos meus sonhos: eu, na varanda, ouvindo um bom disco - pode ser Jack Montrose & Pete Jolly Quartet (que se completa com o baixista Chuck Berghofer e com o baterista Nick Martinis) atacando belamente A thing of beauty, enquanto beberico uma taça de um bom shiraz. Arriscaria até umas tapas num bom charuto cubano, daqueles que sabem às coxas de uma também bela seguidora de Fidel. Lá fora, lá embaixo, a turba insandecida tentando evitar a inevitável morte. A musa azul, quiçá, lá estaria, em meus braços, plácida, em contraponto ao caos que nos cerca. É assim que você me deixa: sinto-me tranqüilo. Curtimos mais um pouco de The sunset hour com o céu vermelho e os prédios alaranjados. É uma pena que isso acabe.
Eis a cena egoísta dos meus sonhos: eu, na varanda, ouvindo um bom disco - pode ser Jack Montrose & Pete Jolly Quartet (que se completa com o baixista Chuck Berghofer e com o baterista Nick Martinis) atacando belamente A thing of beauty, enquanto beberico uma taça de um bom shiraz. Arriscaria até umas tapas num bom charuto cubano, daqueles que sabem às coxas de uma também bela seguidora de Fidel. Lá fora, lá embaixo, a turba insandecida tentando evitar a inevitável morte. A musa azul, quiçá, lá estaria, em meus braços, plácida, em contraponto ao caos que nos cerca. É assim que você me deixa: sinto-me tranqüilo. Curtimos mais um pouco de The sunset hour com o céu vermelho e os prédios alaranjados. É uma pena que isso acabe.segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Vocês conhecem Maini?
 Os sidemen vivem à sombra dos grandes nomes do jazz. Isso, no entanto, está longe de significar que os sidemen, obscurecidos pela presença dos brilhantes astros, não tenham luz própria. Há pouco tempo, lá no jazzseen, em post sobre o baritonista Bob Gordon, foi citado o altoísta Joe Maini. Conhecem-no? Se não, não tem problema, você não está sozinho. O engraçado dessa estória é que provavelmente todos os apreciadores de jazz (que, como eu, esquecem de ler as notas) podem tê-lo ouvido vez ou outra sem se darem conta.
Os sidemen vivem à sombra dos grandes nomes do jazz. Isso, no entanto, está longe de significar que os sidemen, obscurecidos pela presença dos brilhantes astros, não tenham luz própria. Há pouco tempo, lá no jazzseen, em post sobre o baritonista Bob Gordon, foi citado o altoísta Joe Maini. Conhecem-no? Se não, não tem problema, você não está sozinho. O engraçado dessa estória é que provavelmente todos os apreciadores de jazz (que, como eu, esquecem de ler as notas) podem tê-lo ouvido vez ou outra sem se darem conta.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Lundgren - mais um europeu
 Retornemos à seara européia. À Suécia, para ser mais exato. Foi lá que nasceu o pianista Jan Lundgren, atualmente com 46 anos. Ele começou a estudar piano clássico com cinco anos e, no início dos oitenta, cruzou com o tal do jazz. Daí em diante a sua vida mudou. O menino só queria saber de tocar jazz - e continua assim.
Retornemos à seara européia. À Suécia, para ser mais exato. Foi lá que nasceu o pianista Jan Lundgren, atualmente com 46 anos. Ele começou a estudar piano clássico com cinco anos e, no início dos oitenta, cruzou com o tal do jazz. Daí em diante a sua vida mudou. O menino só queria saber de tocar jazz - e continua assim. encontrarão temas como Un homme et une femme e Here, there and everywhere). O som é agradável, com dicção moderna mas sem perder o balanço. Os rapazes que o acompanham mostram gentileza no trato com os seus instrumentos, mantendo o clima suave do pianista. O resultado nos remete aos tabalhos de Bill Evans. O cara é bom e merece ser ouvido.
encontrarão temas como Un homme et une femme e Here, there and everywhere). O som é agradável, com dicção moderna mas sem perder o balanço. Os rapazes que o acompanham mostram gentileza no trato com os seus instrumentos, mantendo o clima suave do pianista. O resultado nos remete aos tabalhos de Bill Evans. O cara é bom e merece ser ouvido.segunda-feira, 28 de setembro de 2009
O décimo primeiro mandamento

 Assim são as pernas das musas: belas. Daquele tipo sem "junteiras", torneadas, coxas longas e batatas da perna "ao dente", apoiadas sobre tornozelo finos e pés de bailarina - como outrora revelou-me a musa. Aquelas pernas que dançam nas nossas cabeças e, com seus passos fátuos flutuam sobre as pedras do caminho. Ou deixam-nas macias sob seus pés, fazendo-nos esquecer - nós que observamos - que as pedras existem. Enciumadas as pedras, pelo olhar pagão dos reles mortais, arrancam nossas distraídas unhas para mostrar o legado terreno.
Assim são as pernas das musas: belas. Daquele tipo sem "junteiras", torneadas, coxas longas e batatas da perna "ao dente", apoiadas sobre tornozelo finos e pés de bailarina - como outrora revelou-me a musa. Aquelas pernas que dançam nas nossas cabeças e, com seus passos fátuos flutuam sobre as pedras do caminho. Ou deixam-nas macias sob seus pés, fazendo-nos esquecer - nós que observamos - que as pedras existem. Enciumadas as pedras, pelo olhar pagão dos reles mortais, arrancam nossas distraídas unhas para mostrar o legado terreno.  Um walkin bass aveludado, bem executado, bem pode nos aproximar do efeito dos passos de alguma musa em seus descompromissados passeios diários sobre o coração dos mortais. Uivamos para a lua, como uiva o sax de Eric Dolphy quando toca seus blues. Talvez não precise mais do que três segundos para o mortal cair no abismo, no turbilhão que o caminhar da musa provoca. Dolphy, aliás, tentou traçar alguns retratos sobre as musas e os efeitos por elas provocados: Miss Ann, Dianna e Serene são algumas delas. Alegres, vivazes, sedutoras, delicadas e... cuidem-se, amigos, pode haver pedras no caminho. Os uivos do Eric são prova disso
Um walkin bass aveludado, bem executado, bem pode nos aproximar do efeito dos passos de alguma musa em seus descompromissados passeios diários sobre o coração dos mortais. Uivamos para a lua, como uiva o sax de Eric Dolphy quando toca seus blues. Talvez não precise mais do que três segundos para o mortal cair no abismo, no turbilhão que o caminhar da musa provoca. Dolphy, aliás, tentou traçar alguns retratos sobre as musas e os efeitos por elas provocados: Miss Ann, Dianna e Serene são algumas delas. Alegres, vivazes, sedutoras, delicadas e... cuidem-se, amigos, pode haver pedras no caminho. Os uivos do Eric são prova dissoquinta-feira, 24 de setembro de 2009
Tudo é Jazz - A homenagem a Lady Day
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Tudo é Jazz -19/09 (a)
Para minha sorte, a chuva atrasou o início dos shows. Conseguimos chegar a tempo de curtir a excelente apresentação do grupo liderado pelo baixista mineiro Leonardo Cioglia. Ainda não conhecia o trabalho do camarada, mas a boa companhia com quem partilharia a cena era uma boa promessa. O quinteto se completou com Aaron Goldberg (pianista quase brasileiro, já participou de festivais anteriores), Mike Moreno (jovem guitarrista com fraseado bem articulado), John Ellis (tenorista que, agora sim, depois da apresentação restrita com Kate
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