domingo, 28 de setembro de 2008

Off Tudo é jazz - jamming

Submerso em música ou voando com ela. Não importa a imagem, o fato é que eu estava embriagado com a música regada com Jack, vinhos e cervejas - e queria mais. Estava comigo o meu companheiro predileto de viagem: o velho Altemar Buscher (1927) que, do alto dos seus oitenta e um anos, me esconde um sem número de estórias musicais - estórias que jamais saberei mas que posso imaginar. O melhor é que em algumas delas eu estava ao lado, eu tomei parte e todo da trama, como é o caso de Ouro Preto/2008.

Altemar é fácil de carregar, mesmo embriagado (eu), pois é leve - requisito indispensável para encarar as ladeiras de Ouro Preto. Dirigimo-nos ao Spagetti, restaurante de honesta pasta (resume-se a um estreito corredor, o porão de uma velha casa, como não poderia deixar de ser), onde conhecemos dois bons guitarristas de Montes Claros, Jobert e Warley (foto), com quem marcamos uma jam.


Aí, meus amigos, a coisa decolou: o pau comeu solto e foi nota pra tudo que é lado. Eu e Altemar Buscher, o meu velho sax (foto -sendo soprado por mim), tiramos o pé do lodo. Parecia que toda transbordante música que jorrava em Ouro Preto inundou o pequeno porão. Músicos chegavam e se juntavam ao grupo tornando a coisa ainda melhor. A parte ruim foi que o restaurante fechou em torno dazumazora da segunda-feira. A parte boa é que tinha outro boteco pra gente ir.
O nome, não sei. O local, não tenho idéia ( a não ser que era numa ladeira). Sei que lá chegamos. Porta fechada - susto - que se abriu após uma breve batida à porta. Estava tudo lá: bateria, teclado, baixo, guitarra e eu e Altemar velho de guerra. Inibição já havia ido dormir há muito tempo. E continuamos a jam. Volúpia sonora, falta de juízo, todos guiados pelas musas, até que Sol veio avisar que, há seis horas de estrada dali, me esperava o luto de um dia de trabalho enforcado.



10 comentários:

Anônimo disse...

O saltimbanco capixaba Salsa tem espírito de Woody Guthrie nas veias.

ReAl disse...

Eh inveja que dá. Bem você faz, Salsa, ao reservar um período do ano para cair na farra.
Foi nessa noite que você abalroou e demoliu um casario histórico?

Francis J. disse...

Oi, Salsa, recebi seu pedido. Quais são os espaços? E você quer uma tradução para português?

Gabriela Galvão disse...

Esborneou em alto estilo, ê laiah...

Ñ achei o trem q vc falou (do francês)...


Bj

Salsa disse...

Ô, Gabi,
É o francis juif, do comntário logo acima e do link ao lado.
Francis,
Se você puder descolar o traduzido, bom. Mas eu vou publicar é em francês mesmo - no myspace.

figbatera disse...

Eh Salsa, tb fico com inveja; depois vc me conta (tenta descobrir) onde ficam esses botecos lá em Ouro Preto, pq quando eu lá estive, depois dos shows no teatro eu não encontrava mais nenhum lugar aberto e acabava não vendo (nem participando, quem me dera!) de nenhuma jam dessas.
É nessas horas que eu acho mais gostoso tocar, sem compromisso, com músicos diferentes e nem precisa de platéia...
Abração!

Anônimo disse...

Não sei se o "sobrenome" dele também é Buscher, mas prefiro você, mr. Salsa, com o seu outro companheiro, o Antenor. Questão de preferências de minha parte e que certamente, não deve ser levada em consideração.

Sergio disse...

É como nas festinhas casuais, mesmo as mais bem produzidas e planejadas com antecedência, em casa de amigos. Eram/são pra acontecer na sala, mas tudo começa a ficar bom e acaba na cozinha. Sempre o melhor da festa, os convidados mais divertidos e os papos mais interessantes, na cozinha.

Mas me diga uma coisa, Salsa, quem é aquele pimentão tocando o teu sax? Como diz 'la Gabi Galvã', Ê Laiah!

Salsa disse...

Pô, Sérgio, como diria o personagem do Chico anísio: "Pimentão é a..." rs. O fato: depois de subir um morro daqueles eu quase morro. rs, de novo.

Sergio disse...

Foi a piada q escreveu, dando a ela um tom de "no calor do momento" que mais ri aqui: "O nome, não sei. O local, não tenho idéia (a não ser que era numa ladeira)". Pô, Salsa, onde NÃO tem ladeira em Ouro Preto? Aliás, como devem ser grossas e firmes as coxas das ouropretenses, hein?