Eu aguardei o terceiro show da sexta-feira com alguma expectativa. Queria ver e ouvir Anat Cohen (cujo disco Noir, aqui comentado, me cativou) e seus dois irmãos: Avishai (trompete) e Yval (soprano). O clima não poderia ter sido melhor. O som do sexteto me soou o mais novaiorquino de todos: bons naipes, com muito swing e envolvente balanço. Anat estava elétrica e não conseguia parar de dançar - parecia uma ninfa/musa tocando o seu clarinete. A sua alegria irradiava e contagiava os presentes. Avishai, que se apresentara no primeiro show da noite, não demonstrou cansaço e manteve o seu trompete solar brilhando. O jovem Yval mostrou que desenvolveu bastante sua técnica e construiu bons improvisos com seu soprano, um instrumento mais que arisco e de difícil domínio.
O sexteto se completou com Omer Avital (esse, com certeza, a figura da noite: o seu mais que generoso modo de tocar, mantendo a pegada firme, sempre com um sorriso estampado no rosto - como a dizer "adoro esse trabalho", parecia sustentar toda a construção sonora que se erguia). Aaron Goldberg, ao piano, mostrou, como na edição do Tudo é jazz do ano passado, que é um dos melhores de sua geração. Um destaque para o baterista Eric Harlar: ele é um músico arrojado. Seus solos, para mim, foram os mais consistentes entre os que presenciei.
Para esse que vos tecla (como diz o bom amigo Acyr Vidal), a noite já estava mais que ganha. O que viesse a mais seria incalculável lucro.
3 comentários:
Me lembra aquela frase clássica da geração 68 :"Yankees go home".Será que Anat,o exemplo interessante de mulher judia de formas generosas e olhar encantador e doce aperfeiçou sua prática na dança em seu periodo de alistamento na Força Aérea Israelense?Boa resenha Salsa.Edú.
Com eu gostaria de ter ido ao Festival. Ler suas criticas só aumenta meu arrependimento.
Bjos Bjos
Desta vez eu tb não fui; conta tudinho aí pra nós, Salsa.
Abração!
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