quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O segundo dia no armazém

Continuemos nossa saga no Porto:

O segundo dia do Armazém do Jazz foi aberto pelo representante do Jazzigo/Jazz Back'yard, o seu, o meu, o nosso Salsa acompanhado por Bruno Venturim (piano), Fausto Pizzol (baixo acústico) e Diego Frasson (bateria). O nome do grupo, obviamente, só poderia ser Quintal do Jazz. Os meninos iniciaram atacando Blue seven (Rollins) - percebi que Salsa, nos primeiros compassos do improviso, repetiu o fraseado de Rollins em sua antológica gravação. O tema seguinte foi de Assis Valente - Camisa listrada - marcada por uma forte roupagem hardbop, que me surpreendeu. A versão lírica de No rancho fundo (Ary Barroso) só não foi melhor porque a palheta do sax alto resolveu soltar uns guinchos ("chamar o guincho", como disse o Salsa). O grupo conseguiu manter o clima jazzy do início ao fim, momento maior, quando subiram ao palco dois convidados para uma jam: o tenorista Colibri e o trompetista Marco Firmino. O grupo atacou uma boa sessão com It don't mean a thing, com direito a uma troca de compassos bem articulada. Foi um bom início para a noite.

O segundo grupo a subir no palco foi o liderado pelo cobra criada Joãozinho Augusto, baterista de boa escola que sabe conduzir o rítmo sem bombardear a música com excessivas pancadas. O grupo seguiu uma linha mais comedida, mais centrada na boa forma dos arranjos, resultando em um som agradável mas, para mim, seria necessário um pouco mais de espontaneidade e agressividade aos músicos. Os solos de Marcos Firmino (foto) foram consistentes, assim como os do jovem Bruno Venturim (que tocou no Quintal). Kako Dinellis segurou as ondas com seu baixo elétrico, mantendo a consistência do grupo. A surpresa foi Roberto Ramiro (ou Robertinho do Acordeon), um carioca radicado em Vitória há doze anos, que mostrou versatilidade com seu intrumento. O público gostou e aplaudiu com veemência.

O fechamento da noite ficou ao encargo do jovem Marcel Powell, violonista e herdeiro de Baden Powell. Ele mostrou o que prometeu: virtuosismo. Abriu o show com uma versão de Manhã de carnaval povoada por exercícios de escalas e assim proseguiu nos temas seguintes, tanto nas versões solo como nas versões trio, quando entraram em cena o baixista André Neiva e o baterista/percussionista Sandro Araújo. Os diálogos travados entre eles até que foram interessantes, mas, como disseram alguns colegas: não era jazz. Isso até que não me incomoda - gosto de música, gosto de ver e ouvir bons músicos, mas eu não queria ver velocidade. Só isso não me satisfaz. O cara é bom. Com certeza. Melhor ficará quando encontrar as notas que estava procurando.

8 comentários:

Cinéfilo disse...

É isso aí, meu bom amigo.
Não pude estar de corpo presente, mas fiquei sabendo que o sopro está cada vez melhor.
Valeu.
Sucesso.

Salsa disse...

Meu caro Vinyl,
Segue um adendo ao post: Monopólio é mesmo uma merda. O tal Dayan Mencer, que não conheço, parece que domina a área de sonorização em Vitória e arredores. Venceu a licitação para sonorizar o Porto, mas, pelo que eu vi, só colocou o refugo dos equipamentos que possui. Material obsoleto e, pior, desgastado. O amplificador do baixo ficava dando pau - o som sumia sem mais nem menos deixando o músico desesperado. A mesa de som do palco de tão velha já demonstrava dificuldade para aceitar os plugs dos cabos (também velhos e mal conservados). É de praxe que o fornecedor do equipamento tenha material de reserva. Pergunta: trocaram? resposta: porra nenhuma! O músico que se dane, o público que sofra, pois o erário público já está no bolso do camarada. O descaso é tamanho que a gente chega a suspeitar. Como um cara como esse consegue se manter como fornecedor de serviços para a prefeitura? Conversei com secretários e outros servidores e fui informado que ele já levou uma advertência e levará outra (a rapaziada contratada para manusear o equipamento fará um relatório sobre o estado das máquinas). No entanto, são necessárias quatro advertências para esse cara levar um chute. Acho muito. Na reincidência já era para estar no olho da rua.
Como você já disse, ainda há tempo para virar o jogo

Salsa disse...

PS - Grijó, creio que o comentário foi para mim. Agradeço, mas não desculpo a ausência. Nem a sua nem a dos outros membros do clube das terças. Fiquei esperando vocês chegarem (atrasei o som meia hora) e nada.
Vinyl, você tem ouvido o Sonny. Eu realmente copiei um chorus do improviso de Blue seven. Uma tentativa de homenagear o mestre.

Anônimo disse...

Espaço cedido gratuitamente, sonorização paga pelo erário público, shows grátis para o povão e o sr.Salsa quer o local tratado acusticamente e com som ambiente de primeira? Os músicos que se "phodam". Lamentavelmente este parece ser o pensamento dos organizadores de espetáculos públicos no Estado. Então só restam duas alternativas: 1)tratamento acústico adequado para o local e contratação de pessoal especializado em sonorização: 2) outro espaço mais apropriado para este tipo de evento. Qual será a solução a ser encontrada? Se depender do poder público o Armazem Porto continuará a mesma "josta".

Anônimo disse...

Lamentei não ter ido, mas a distância impossibitou o uso de táxi, e de ônibue, nem pensar...
Pena saber o problema do som. Na Ufes, ano passado (TIM), apesar de ingressos (bem) pagos,tb houve esse tipo de falha! Li na Gzeta que aconteceu um festival de espirros,na 3ª feira, provavelmente causado por spray de pimenta, será possível? Público de Jazz desse nível? INACREDITÁVEL!
De qualquer modo, extremamente louvável a iniciativa de Salsa e outros interessados, com o tempo acredito que serão feitos ajustes e teremos um belíssimo Festival de Jazz! Parabéns pela tentativa, Salsa, e não desanime!

Gabriela Galvão disse...

Salsa, o primeiro foi o melhor!!! Aqles convidados foram 'finos'. Nunca esperei vr vc cantar!!!! hahah Estranhei mas gostei. Ouvi um monte d gnte t elogiando assim prto d mim.

Agora q escolha mais infeliz!!! trazr aqele virtuose dos infernos!!! Ñ gosto disso e fui p ouvir jazz!!!!

Nessa hora eu fui entreter o filhinho da minha amiga p ñ me ater à minha irritação!!!!

Vinyl, do jeito q c falou eu por um momento achei q vc tivesse msm vindo!!!! hahah

Bjs procês ; )

(E CD? Sabem qd ele volta?)

ReAl disse...

E fui! Fiquei lá no gargarejo.

Gabriela Galvão disse...

Sério msm ou tah d sacanagm??!!

Se tivr falando sério, a gnte tve do ladinho, Vinyl... Qria tr t dado um abraço...