quinta-feira, 11 de junho de 2009

Stan Kenton

Resolvi deixar mais um post antes de embarcar para Rio das Ostras. Só retorno no domingo.

E, vejam só, um post para falar de coisa que eu não gosto: orquestra. Sigo as palavras dos amigos visitantes: sempre rola uma coisa interessante, por mais que você deteste o lance. Eu não chego a detestar. Não é isso. Já disse antes: só não gosto de naipes histriônicos, carregando nos agudos como se quisessem derrubar as muralhas de Jericó. As orquestras gostam disso, seja como um grito de alegria ou como um acento dramático - e a orquestra de Stan Kenton não escapa dessa sina.

Mas, devo admitir, Stan faz isso de uma maneira singular. Pelo menos no disco New concepts of artistry in rhythm, gravado em 1952. Gostei de ouvir a aula - literalmente - exposta na primeira faixa Prologue (This is an orchestra!). Trata-se de uma apresentação bastante didática dos músicos da orquestra (entre eles, Maynard Ferguson, Richie Kamuca, Stan Levey, Conte Candoli, Sal Salvador, Konitz e Rosolino) e dos papéis por eles desempenhados na construção da música. É muita gente boa no mesmo palco.

Os temas que eu mais curti foram Invention for guitar and trumpet e Swing house (o naipe me fez cantarolar Bananeira, de João Donato)

Ouçam ali no podcast Quintal do Jazz

Link: Here!

7 comentários:

John Lester disse...

Ouvir banda, só ao vivo. Em casa, nunca.

Boa viagem!

Unknown disse...

Eu gosto de bandas, de orquestras, será que não depende do tipo da música? Por ex, me desculpa a ignorância, mas vc mesmo disse lá atrás, quero petiscar. A jazz sinfônica aqui de sampa, faz umas belas apresentações. A Diana Kral, é uma orquestra aquilo né(na frança, por ex.)? É bonito.... tão leve harmônico. Vc me dá uma aula? Vamos transitar por notas....que tal?

ts disse...

é verdade. Essa parte do "Swing House" é praticamente igual à música do João Donato. Eu ouço há muito tempo esse disco do Stan Kenton e isso sempre me intrigou. Há também uma música do Stan kenton ("Opus in chartreuse", se não me engano) que é praticamente igual a uma música do Chico Buarque. Tudo isso é só coincidência?

Grande abraço do assíduo leitor dos seus comentários,
Takechi

edú disse...

Salsa, a moça anoréxica q esta sentada na cadeira na página do link tb fez parte da orquestra do Stan Kenton?(rs,rs,rs)Big band em mídia bem gravada e executada nos bons aparelhos sempre soa “nice and clear”.

Érico Cordeiro disse...

É isso aí, Edú.
A orquestra do Kenton é diferenciada, com arranjos bem mais "modernos" que as suas similares.
Gosto muito do Contemporary Concepts, muito bacana mesmo.
Abração a todos!!!!

olmiro muller disse...

O principal arranjador de Stan Kenton era Pete Rugolo. Eles quiseram implantar o que chamavam de "progressive jazz", algo parecido com a "third stream" de Gunther Schuller. Mas, a idéia de Kenton não foi bem recebida e, por isso, não se criou.

Salsa disse...

Agradeço aos amigos por manterem o blog vivo durante a minha breve ausência.
Walkyria, postarei um podcast só com a apresentação dos músicos feita por Kenton - é uma aula e tanto. Mas, desencana, o que importa é se o som te agrada. Eu só não curto muita estridência, e várias orquestras conseguem evitá-la.
Olmiro,
As notas do disco falam do esforço de Kenton. Observei, nesse disco, um clima algo sinfônico nos arranjos. Procurarei conhecer um pouco mais do trabalho do camarada.
Edú e Érico - infelizmente eu estou desprovido de um bom equipamento. Creio que uma boa sala de som me faria um homem mais feliz (pelo menos enquanto ouvisse música).
Takechi,
seja bem-vindo. Vou conferir a sua observação. O lance das coincidências são muito curiosas. Quanto à sua interrogação, mantém-se como tal.