Esse post é para colecionadores e demais malucos que gostam de gravações antigas salpicadas por arranhões (até que não são tantos). De antemão digo que gostei do disco, uma coletânea com temas do final dos anos 30. E não é para menos, pois quem está tocando é o tenorista Leon "Chu" Berry.
Para quem ainda não conhece, esclareço. Chu é um tremendo tenorista que pode, sem dúvida, ser comparado aos grandes de sua época: Lester e Hawkins. Em sua breve vida (*1908 +1941 - morreu aos trinta e três em um acidente automobilístico), ele conseguiu mostrar uma habilidade incomum com seu instrumento. Tanto que muitos dizem que Charlie Parker seria seu herdeiro nos quesitos velocidade, controle e clima envolvente do seu sopro (e é bom lembrar que o filho de Parker, numa clara homenagem ao seu herói, chama-se Leon). Quando vocês ligarem o podcast, observem como Chu toca como se estivesse fazendo a coisa mais simples do mundo.
O disco que encontrei por acaso na web é uma coletânea de sua fase final: entre 36 e 38 (pouco antes de sua morte - sua vida profissional durou em torno de uma década). Antes, ele já havia passado por grupos importantes: Benny Carter, Teddy Hill, Fletcher Henderson. Em 1937, ele formou o hepteto Chu Berry and his Stompy Stevedors, cujos membros sabiam pegar no pesado. Em 38, trabalhou com Cab Calloway Orchestra e dividiu a cena com Dizzy Gillespie. Mestre nas baladas, ele também o era em temas up tempo, como afirma o diretor da furiosa Calloway Brooks: " But when it comes to up tempo playing I say he was absolutely untouchable at the time, left everybody in the dust and this inspired Bird to no end. Chu had to have inspired Dizzy Gillespie a great deal as well".
Ouçam ali no podcast Quintal do Jazz
Link: Here!
5 comentários:
Justa homenagem.
Grande abraço, JL.
Caro Salsa,
Um dos grandes nomes dos tempos heróicos do jazz. Possivelmente teria deixado um legado tão importante quanto o de Lester Young e Coleman Hawkins, não fosse o trágico acidente.
Um belo post para um belo cometa musical (mais um).
Abração!
Acabei de chegar da Curva da Jurema, onde ouvi um dos melhores trombonistas vivos que eu conheço: o Rocha. O menino, ao meu ouvir, tem cadeira marcada entre os grandes.
Bem, cheguei e encontro as palavras dos vizinhos. Boas palavras. Chu, se vocês ouvirem todo o disco poderão confirmar, é um saxofonista para ninguém botar defeito.
Como tem (e teve) músico bom nesse mundão, né? Desse eu nunca tinha ouvido falar... Tb com uma vida tão curta!
Depois fica gente falando em "melhor do mundo"; alguém pode ser "um dos melhores" como disse o Salsa a respeito do tal trombonista.
...e amanhã começa o som lá em Rio das Ostras!
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