segunda-feira, 1 de junho de 2009

Six views of the blues

Eu não sou um fã do Jimmy Smith, antecipo. É aquele tipo de efeito decorrente de maus encontros, maus momentos que, pelo jeito deve ter acontecido ao ouvi-lo pela primeira vez. Não me recordo qual era o disco (recalquei), mas me lembro que me soou excessivo, estridente. Jimmy devia estar com a mão pesada.

Não sou fã, mas tenho alguns dos seus discos. Nada estridentes, diga-se de passagem. Agora mesmo, enquanto redijo essas linhas, estou ouvindo Six views of the blues. Disco que me agrada por dois motivos básicos: é blues (dos bons) e é muito cool. Jimmy, aqui, faz-me rever meu preconceito. Adorei ouvi-lo interpretando Swingin' shepherd blues, um tema que sempre me agradou (gostava de tocá-lo nos primórdios das sessões na Curva da Jurema, antro jazzístico que ainda funciona nas segundas-feiras, em Vitória). O set list inclui ainda St. Louis Blues e quatro variações sobre clichês de blues, todos muito bem conduzidos pelo time.

O ambiente produzido pela equipe formada por Jimmy Smith (Hammond B-3 organ), Cecil Payne (baritono), Kenny Burrell (guitarra), Art Blakey (drums) e Donald Bailey (drums) é mais do que agradável: é envolvente. Até Blakey está comedido. O barítono de Payne e a guitarra de Burrell dão um toque especial às gravações. Não há como não indicar.
Ouçam no podcast Quintal do Jazz.
Link: Here!

8 comentários:

John Lester disse...

Monstruoso álbum.

Obrigado.

JL.

Érico Cordeiro disse...

Grande Jimmy Smith.
Também não posso dizer que é o meu músico favorito, mas tem coisas muito interessantes como o Softly As A Summer Breeze, o Home Cookin' e o Prayer Meetin'.
Esse disco resenhado está entre os melhores e é dos que mais gosto, ao lado do Jimmy & Wes: The Dynamic Duo (este é uma pérola aos poucos, pois é muito pouco badalado, embora seja excelente).
Grande abraço, Mr. Salsa!
PS.: Acho que vou postar algo do Brother Jack McDuff ou do Richard Groove Holmes, só prá ficar tudo igual (rs, rs, rs).

Salsa disse...

O dynamic duo é realmente fantástico. Faz parte da minha parca discoteca.
Depois eu passarei lá na sua casa.

Érico Cordeiro disse...

Fique à vontade, Mr. Salsa, será uma honra indescritível (vou reservar umas boas garrafas de Palo Alto).
Agora que esse adjetivo "parca" é falsa modéstia, lá isso é....
Grande abraço!

edú disse...

Jimmy Smith esta para o órgão no jazz como a figura de Moisés para o Velho Testamento.Monstruoso seria o domínio virtuosístico de Jimmy ou a nova ilustração do blog ?(rs,rs,rs).

Gustavo Cunha disse...

pois é, hammond quando bem aplicado é puro groove senão vira som de churrascaria

e onde tem um hammond tem um grande guitarrista junto, ísso é quase 100% de certeza

então deixo a dica pra quebrar tudo - Tony Monaco, Fiery Blues

abs,

Salsa disse...

As opiniões - pró ou contra - sempre falam mais do sujeito do que da coisa comentada (a velha história do gosto de cada um). O que me atraiu na ilustração foi a representação da noite alucinada (os prédios são garrafas) e, acrescente-se, a noite é o melhor momento para ouvir música (pelo menos para mim). Sim, a noite também tem algo de monstruoso. No caso, uma monstruosa alegria. Ah, os adjetivos...

figbatera disse...

Eu tb gosto do som do Hammond e de Jimmy Smith; e a combinação órgão-guitarra é, sempre, muito boa.
Até me lembrei e estou revendo aqui um vídeo com Pat Martino e Joe DeFrancisco (e mais um ótimo batera) tocando "The great stream". Uma beleza!