Só depois que eu comecei a escrever em blogs foi que passei a dedicar algum tempo às notas, às fichas técnicas, aos detalhes que vêm escritos e descritos nas capas dos lps e cds. Preocupava-me mais em ouvir o som do que em ler. Achava eu que ali só poderia ter "rasgação de seda", "babação de ovo" em relação aos membros da banda. Se isso é um fato, também é fato que ali encontrarmos interessantes estórias e explicações curiosas sobre alguns detalhes das gravações, da história do jazz ou sobre alguns dos seus jargões.

Pois bem, Stan "Steamer" Getz reuniu-se com Lou Levy (piano), Leroy Vinnegar (baixo) e Stan Levey (bateria) para gravar esse excelente disco. Vale a pena dedicar um tempo para ouvir o piano de Levy (o seu solo em How about you? está sensacional), que, apesar de não ser um dos mais citados, é um músico que não deixa nada a desejar em comparação com os medalhões do jazz piano. Vinnegar e Levey já mereceram posts aqui e na vizinhança e já mostraram do que são capaz. Getz, por sua vez, nunca recebeu qualquer espaço aqui no meu sítio. Corrijo isso agora.
Em The steamer, o nosso herói está em plena forma e, com sopro firme e suave que lhe é peculiar, destila seu vasto repertório de frases; mais ainda, mostra-nos a sua grande habilidade em criar frases - sempre com um lirismo encantador. O som de Getz é daqueles que fazem a gente desejar tocar um instrumento. Se vocês não têm esse disco, aconselho que comprem-no logo. Vale mais do que cada centavo investido.
Ouçam alguma coisa ali no podcast Quintal do Jazz.
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