terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Pee Wee Russell



Lembro-me que, em 1982, meu irmão me deu uma clarineta (de ébano - está completamente desmontada em um armário). Junto com a clarineta, ele trouxe uns discos de dixieland. Pura festa, aquele som. Achei genial aquele som aveludado, aconchegante, mas que consegue impor uma grande dose de alegria quando devidamente solicitado. Provavelmente, naquelas coletâneas, devia ter alguma coisa com Pee Wee Russell, esse ícone do jazz.


Lembrei-me da cena por estar agora ouvindo um disco muito bom - Ask me now! - de Pee Wee, gravado em 1965, no qual ele divide a cena com outro músico que surgiu no meio dixie: o trombonista Marshall Brown (que também encara o trompete baixo). Só que, no caso desse disco, eles estão se arriscando na nova seara jazzística e interpretam, ao lado de alguns velhos standards, temas de Coltrane, Monk e, pasmem, Ornette Coleman. O resultado, para mim, ficou sensacional.


O time se completa com o bom baixista Russell George e com o educadíssimo baterista Ronnie Bedford, que souberam manter o clima sóbrio e envolvente dos temas interpretados. Não me deterei em mais divagações. Vocês poderão ouvir Turnaround (Coleman) e Hackensack (Monk) no podcast Quintal do Jazz.


Para aqueles que quiserem mais, eis o caminho das pedras: Link here

9 comentários:

Andrea Nestrea disse...

olha isso, bacana a história do clarinete no armário. nunca me caiu nas maõs um disco do pee wee russel.
ouço benny goodman e barney bigard com frequência!! pee we russel é outro nome com sonoridade muito legal!! rs
bj

Salsa disse...

Acho que o nome tem a ver com a clarinet: pee wee.
Eu ganhei outra clarineta do Benjamin, meu amigo de fé, irmão e camarada. Tenho tentado tirar um sonzinho - tem rolado.
Volta mais, guria.

Anônimo disse...

Pee Wee Russell talvez tenha sido o primeiro clarinetista com sonoridade cool na história do jazz. Acontece que ele conviveu com Bix Beiderbecke(trompete e corneta) e Frank Trumbauer(saxes, principalmente o alto), que foram precursores neste tipo de sonoridade. Russel, assim como Bix, tomava todas, mas conseguiu chegar aos 63 anos e não se intimidou ante ao desafio de tocar na linguagem bop.

Salsa disse...

Valeu o adendo, Olmiro. Pee Wee é realmente muito bom.

Don Oleari disse...

Mr.Salsa:
só pra agradecer o Pee Wee Russel. A Andréa falou no Barney Bigard e no Bene Goodman e eu acrescento um que sempre ouvi bem, o Budy De Franco. Tem alguma especial dele aí?
Abraço.Oleari.

John Lester disse...

Assinaria na íntegra o texto de Olmiro, não fosse o fato de que Lester Young, este sim, tenha sido o primeiro clarinetista cool, em minha reduzidíssima capacidade crítica.

Grande abraço, e parabéns por mais uma excelente postagem Mr. Salsa.

Anônimo disse...

uqe bacana esse diálogo aqui!!!
beijos

ReAl disse...

Deixe-me responder pelo Salsa:
Oleari,
tenho alguns do Buddy. Depois de postar alguns que já estão na fila, tentaremos atender sua bem vinda solicitação.

Salsa disse...

É verdade, andrea,
Esse lance é que nos anima a continuar o trabalho. E é muito legal contar com sua presença.
Abraços,