Pois é, inscrevi-me em um concurso em Rondônia. Se aceitarem meu curriculum irei de mala e cuia para fazer a prova. Se passar, planejo abrir um boteco só para tocar jazz. Jazz selvagem. Taí um nome: jungle jazz bar.
Enquanto isso não acontece ficarei por aqui mesmo ouvindo o quarteto de Bud Shank, gravado em 25 de janeiro de 1956. Destaque-se a capa muito bem transada (daquelas que dá vontade de mandar estampar numa camisa). Bud é um cara cool. Sua sonoridade está ali pelos lados de Pepper e Desmond, com um sopro sem muitas arestas, frases curtas mas veementes, e muito, muito feeling. Destaque-se que aqui ele também encara a flauta (para mim, esse é um fator que reduz um pouco o valor do disco - prefiro Bud encarando o sax alto).
O disco inicia com um blues bacana (Bag Of Blues, de Bob Cooper), com muito balanço e bossa, com o qual todos (Claude Williamson - piano, Don Prell - baixo, Chuck Flores - bateria) parecem se divertir bastante. As seis faixas (mesmo aquelas tocadas com flauta ou em up tempo) mantêm um clima agradável que talvez ajude a refrescar as tardes da amazônia. Vale a pena conferir.
Como sempre, deixarei uma faixa no podcast Quintal do Jazz.
O link: HERE!
6 comentários:
Sei que é um pecado mas nunca pude ir à Rondônia. Sempre que pensava em visitá-la, aparecia algum imprevisto urgente, como trocar uma lâmpada ou limpar o cinzeiro.
E depois, fale sério Mr. Salsa, o Sr. acredita mesmo que ainda há jungle em Rondônia??? Isso é do tempo de seus livros de geografia, lá naquele tempo em que o Pantanal ainda constava como território brasileiro (agora ele comparece nos livros de geografia norte-americanos não como parte do Brasil, mas como território internacional).
Bem, espero sinceramente que você seja reprovado, tire zero em tudo e não se meta a abrir um clube de jazz no meio daquelas imensas plantações de soja, e continue tocando por aqui, bem perto dos amigos.
PS. Grande disco hein, esse eu não tenho.
JL.
Me dará oportunidade de conhecer Rondônia!
Valeu, Lester, a demonstração de carinho, mas eu tenho que encarar essa onda (aliás, veja só onde foi parar meu projeto de voltar a surfar). Tô de saco cheio de ser "otônimo", quero ser empregado de alguém, com carteira assinada e tudo (férias, 13º e, pasmem, possibilidade de pesquisar).
Francis, como a vovó já dizia: "não dá pra contar com o ovo no c* da galinha", mas, caso eu passe, será um prazer receber os amigos.
E, quanto ao disco,Don Prell está sensacional pilotando baixo em Walkin'. O walkin' bass é uma das coisas mais elegantes inventadas na música - imagina aí: a musa com vestido leve e leve brisa empurrando seus passos numa tarde de céu limpo... Pode ser à noite em um boulevard... ou vindo, linda, ao seu (ou meu, melhor assim) encontro...
Conheço o lugar e acredito que tera um mundo a desbravar. Sucesso nesta nova empreitada e não deixe o "Mellody" da região te contaminar. Fantastico album de Bud e esse ja ta na minha biblioteca sonora da nave mae do Borboleta. Parabens pelo blog e fica na paz.
Lennon e McCartney já não foram a mesma coisa quando se separaram.Quem nasceu com alma cigana não vive para contribuir com a previdência social.Mas na hora de pagar a pensão, acho q a coisa aperta.Coloca ar condicionado no consultório q Vitória é gelada perto de lá.Vi Bud Shank uma três vezes na vida.A sensação era q ele estava razoavelmente bem para um octogenário músico.Nesse trabalho, q vou ficar na curiosidade de ouvir na integralidade por motivos públicos, ele deve estar na ponta "dos cascos".
Bacana a força, seu Borboleta. Eu espero que tudo dê certo. O problema é que eu só tenho 10 dias para estudar.
Edu, eu acho que vou postar walkin só para te comover. Tem também uma excelente versão da Elingtoniana Do Nothin' Till You Hear From Me (em parceria com Russell). Essas três faixas já valem a aquisição do cd.
Postar um comentário