Eu estava com o disco Sonny, please, de Sonny Rollins, há quase um ano e ainda não havia ouvido. Confesso um certo temor de ouvir algo que desabonasse o belo percurso desse ícone do jazz. Bobagem minha. Sonny mantém o sax em riste. Não afrouxou. Seu sopro continua um amálgama de virilidade e lirismo. O modo como acentua as notas ou como as interrompe é o mesmo de sempre - sinônimo de força (alguns colegas o dizem agressivo), nos permitindo divisar belas tessituras (se uma tela, diria cubista). O disco foi gravado em 2006, sob o selo Doxy, de sua propriedade (nome de um dos temas mais conhecidos do saxofonista). Nosso herói está cercado por músicos competentes como o baixista eletro/acústico Bob Cranshaw e pelo trombonista Clifton Anderson (também assina a produção) cujos solos são de primeira linha. O guitarrista Bobby Broom, por sua vez, não deixa a coisa desandar. Seu fraseado é relativamente econômico e evita maiores ousadias (fator que, de certo modo, preserva o clima do disco). Ouçam Nishi, uma de suas novas composições e, no tocadisco, Stairway to the stars.
PS - Tem um japona na percussão: Kimati Dinizulu. A bateria fica por conta de Steven "Steven J." Jordan e Joe Corsello.
3 comentários:
O baixista Bob Cranshaw encostou em seu “case” o baixo-acústico há longos anos.E Clifton Anderson é sobrinho de Rollins, trazendo uma aparente harmonia familiar nos uníssonos com o sax-tenor do tio.Edú
Prezado CD,
Sonny ficou alguns anos sem gravar. Esse disco foi um bom retorno, mas está distante dos seus melhores momentos. Achei o guitarrista um pouco burocrático. Creio que um pouco mais de ousadia não destoaria do som de Rollins.
Rollins sempre será um caso à parte.
Tb titubeei, CD, até ouvir e perceber que o sopro se mantém.
Sonny é altitude sonora, como afirmou Peter Rotbarth, da Down Beat.
Na mosca.
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