É isso: fui contratado pelo Jazzigo. Achava que nunca mais me comprometeria com tal veículo, mas, como já é sabido pelo povo, todo homem tem seu preço. A minha conta bancária "deep red" mudou de patamar: agora está apenas "red". O auspicioso salário oferecido pelos administradores do blog, mais a liberdade de escrever quinzenalmente, fizeram-me rever meus valores. Rapidamente, numas de mostrar serviço, aceitei o material para a primeira oficial tarefa. Vinhas, aka Vinyl, disse-me que era um dos camaradas citados em uma das listas "melhores do ano passado", no quesito jazz. É o tipo de disco que me faz pensar sobre os caminhos que a música tem seguido, não apenas o jazz, mas a música em geral. Às vezes, ao percorrer os labirintos da música, a gente entra em alguns becos escuros que guardam surpresas nem sempre agradáveis. Pois bem, Vinyl incumbiu-me de ouvir o The giant Pin, do The Nels Cline Singers, que curiosamente não tem ninguém encarregado da cantoria. O bandleader e guitarrista Nels Cline soou-me como um Frisell. Diria que Cline é o seu filhote punk. O primeiro tema, Blues, too, foi o que me levou a compará-lo com Frisell, mas, a partir de Fly fly (o segundo do disco) o trio trafega do free ao som raivoso e distorcido por overdrive das bandas de rock'n'roll contemporâneas - punk, mesmo (Square king é rock modernoso para as bandinhas juvenis morrerem de inveja). Blues, too foi, para mim, uma armadilha eficaz - caí direitinho. Como disse o articulista do allmusic "Cline not only having his way with electric guitars and various effects boxes but also demonstrating a sympathetic grasp of disparate musical styles, including thrash/punk, lyrical mainstream jazz, and avant-garde experimentation". É o tipo de disco que, se no Jazzseen, seria apedrejado e esquartejado por Garibaldi e pelo Predador. O fato: se jazz, eu já não o reconheço. Dispensado, com louvor.
7 comentários:
seja bem-vindo Salsa
Vinyl foi cruel com você, Salsa. Deve ter sido um trote para neófito. Cline é de amargar. Já tentei ouvir um disco chamado The inkling. Haja saco! Coisa doentia.
Valeu a solidariedade. Depois eu postarei uma coisa mais ao meu gosto.
Não diria apedrejado. Não apenas, rs.
Então, Salsa, aqui estão te pagando melhor que no Jazzseen? rs
É isso, Olney. Tenho que pensar nas crianças e na minha conta em ermo paraíso fiscal.
Ei Salsa!
Q bom q gostou do meu bloguinho. Volta lah msm! Dah seu email q t indico uns txts melhorzinhos pq a verdade eh q a qualidade dos txts varia mt. E t digo onde estah a foto, hahah
Am... Gostei do seu txt e vou procurar saber da Square King.
Abração!
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