quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

The Nels Cline Singers


É isso: fui contratado pelo Jazzigo. Achava que nunca mais me comprometeria com tal veículo, mas, como já é sabido pelo povo, todo homem tem seu preço. A minha conta bancária "deep red" mudou de patamar: agora está apenas "red". O auspicioso salário oferecido pelos administradores do blog, mais a liberdade de escrever quinzenalmente, fizeram-me rever meus valores. Rapidamente, numas de mostrar serviço, aceitei o material para a primeira oficial tarefa. Vinhas, aka Vinyl, disse-me que era um dos camaradas citados em uma das listas "melhores do ano passado", no quesito jazz. É o tipo de disco que me faz pensar sobre os caminhos que a música tem seguido, não apenas o jazz, mas a música em geral. Às vezes, ao percorrer os labirintos da música, a gente entra em alguns becos escuros que guardam surpresas nem sempre agradáveis. Pois bem, Vinyl incumbiu-me de ouvir o The giant Pin, do The Nels Cline Singers, que curiosamente não tem ninguém encarregado da cantoria. O bandleader e guitarrista Nels Cline soou-me como um Frisell. Diria que Cline é o seu filhote punk. O primeiro tema, Blues, too, foi o que me levou a compará-lo com Frisell, mas, a partir de Fly fly (o segundo do disco) o trio trafega do free ao som raivoso e distorcido por overdrive das bandas de rock'n'roll contemporâneas - punk, mesmo (Square king é rock modernoso para as bandinhas juvenis morrerem de inveja). Blues, too foi, para mim, uma armadilha eficaz - caí direitinho. Como disse o articulista do allmusic "Cline not only having his way with electric guitars and various effects boxes but also demonstrating a sympathetic grasp of disparate musical styles, including thrash/punk, lyrical mainstream jazz, and avant-garde experimentation". É o tipo de disco que, se no Jazzseen, seria apedrejado e esquartejado por Garibaldi e pelo Predador. O fato: se jazz, eu já não o reconheço. Dispensado, com louvor.

7 comentários:

ReAl disse...

seja bem-vindo Salsa

cd disse...

Vinyl foi cruel com você, Salsa. Deve ter sido um trote para neófito. Cline é de amargar. Já tentei ouvir um disco chamado The inkling. Haja saco! Coisa doentia.

Salsa disse...

Valeu a solidariedade. Depois eu postarei uma coisa mais ao meu gosto.

John Lester disse...

Não diria apedrejado. Não apenas, rs.

figbatera disse...

Então, Salsa, aqui estão te pagando melhor que no Jazzseen? rs

Salsa disse...

É isso, Olney. Tenho que pensar nas crianças e na minha conta em ermo paraíso fiscal.

Gabriela Galvão disse...

Ei Salsa!

Q bom q gostou do meu bloguinho. Volta lah msm! Dah seu email q t indico uns txts melhorzinhos pq a verdade eh q a qualidade dos txts varia mt. E t digo onde estah a foto, hahah
Am... Gostei do seu txt e vou procurar saber da Square King.

Abração!