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Chet já devia ter mais ou menos uns duzentos anos de vida. Intensa vida comprimida num pequeno espaço físico/temporal, que já se demonstrava exaurido. Os alcalóides entranhados nas mitocôndrias já não eram apenas uma experiência – eles se tornaram a experiência. E a sua alma inquieta queria muito mais. O coquetel de tudo que tomou no caminho para seu hotel adiantou-lhe mais uns meses do tempo. Duzentos anos e alguns meses. Olhou para suas mãos, para os seus poros, para um poro – “Para onde isso vai?”, e imaginou-se pelo avesso. O som do motor do taxi soava como um mantra: “A Terra ruminando”, murmurou.
Subiu para o seu quarto e tomou mais um pouco de tudo. O fio de seda o levantou da cama. Chet movia seus membros com leveza. Uma nuvem de seda sob seus pés. "Unphotographable...", balbuciou, enquanto caminhava para a janela, fascinado pela pequena estrela serelepe que insistia por uma fresta do céu encoberto de nuvens. O olhar, lá, distante, não percebeu que suas mãos não encontraram o peitoril. Seu velho corpo balançou como marionete antes que o fio de seda se rompesse. Chet caiu.
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