Não é por nada não, mas esse negócio de lista é um saco. Propuz ao Salsa e ao Cd comentarmos alguns discos citados nas "listas do ano passado" mas já não estou agüentando mais. Tem umas coisas que cansam a minha já escassa beleza. Confiram os dez primeiros da Downbeat: 1º - Sound Grammar - Ornette Coleman; 2º - Saudades - Trio Beyond; 3º - Sonny, Please - Sonny Rollins; 4º - The Carnegie Hall Concert - Keith Jarrett; 5º - Metheny / Mehldau; 6º - Braggtown - Branford Marsalis; 7º - Beyond the Wall - Kenny Garrett; 8º - Lontano - Tomasz Stanko; 9º - Simpatico - Brian Lynch & Eddie Palmieri ; empatados em 10º - Meaning and Mystery - Dave Douglas, e New Monastery - Nels Cline. Entre os discos que eu ouvi, gostei do Sound Grammar e Saudades (Trio Beyond - com Scofield). Gostaria de ouvir (já encomendei) o disco Sonny, Please (Sonny Rollins). Conheço Braggtown, Lontano e Simpatico. Esse último faz a linha latin jazz, e, como eu não tinha run para preparar uma boa dose de cuba libre, o disco não me apeteceu. O trompetista Tomasz Stanko até que faz um sonzinho "ouvível", mas é aquele discurso meio introspectivo, meio new age, meio trilha sonora para baleias cruzarem. Quando estou envolto pelo meu espírito ecológico, até que eu encaro (em tempo: o pianista é muito bom). Branford começa seu disco com uma linha daquelas cíclicas (frase curta que se repete), deixando entrever a influência coltraneana, mas pára num lance meio minimalista que domina algumas faixas. Esqueci de citar Mehldau e Metheny - ouvi duas ou três vezes (no ano passado) e ficou nisso. Não é daqueles que me obrigam a retornar à fonte. Depois eu deixarei umas musiquinhas para vocês.
9 comentários:
Enfim, saíram dessa cilada.Comentar discos não e a seara de vcs.Ser critico musical e abdicar da espontaneidade de uma primeira audição, ficar investigando imperfeições e elaborar a matéria pronta nem bem terminada à metade da audição.Presumo que o objetivo de vcs no blog seja o aprofundamento no assunto, despertar um foro opinativo pra essa coisa prazerosa que , acredito, seja o jazz pros construtores do blog, e contribuir com dicas e sugestões que acabamos conhecendo ou recebendo, estando, apenas, vivos.E, essencialmente, ter prazer naquilo que se faz.Edú
Listas geram discussões saudáveis, a meu ver. Desde que elas - as discussões e as listas - tenham, por princípio, a honestidade.
Sem contar que divertem - e nada há contra a diversão.
Comprei o Soony Please pela CD Point. É ótimo, principalmente (além do sopro do dito cujo) pela presença de Bob Cranshaw, baixista de excelência. Mas há um defeito, que Rollins traz há muito, a meu ver: não agüento a percussão que o acompanha. O tal Kimati Dinizulu (só escrevo o nome da criatura porque estou com o disco, aqui, ao lado) é de lascar.
Não dá.
Mas não me arrependo. A faixa que abre o disco é primorosa, além de Remembering Tommy e Nishi.
Vale.
Sr. Edú,
Primamos sim pela troca de opiniões, pelo lúdico, pelo prazer que a música suscita - expressões que se coadunam perfeitamente com o jazz (principalmente se considerarmos a raiz sexual do termo). "Aprofundar", é um termo que não me agrada, pois, na maioria das vezes, se confunde com hermetismo e arrogância fundadas apenas em informações biográficas (adoram perguntar coisas como qual a cor da cueca que miles usou em Newport e por aí a fora). Não nos pretendemos enciclopedistas (isso já tem de montão por aí - com um clique acha-se milhares -, alguns sérios, graças a Deus!). O fato é que a música, apesar dos críticos, sobrevive. Enfim, comentamos discos sim, mas de um jeito explicitamente vinculado aos nossos gostos (você está certo). Aliás, creio que ninguém consegue se desvincular da subjetividade (por mais técnico que se pretenda).
Sr. Grijó,
Recebi ontem o cd do Sonny Rollins. Percebi que o peso da idade já afeta bastante o seu sopro, mas não a sua alma. Como um bom boxeur,a sua idomabilidade, seus jabs curtos (já não tão fulminantes) ainda são impactantes. É a velha guarda ainda semeando jazz nessa seara, a cada dia mais transformada.
Prezado Sr.Vinhas, sugiro, humildemente, que persista então nesse descompromissado charme do blog - a mim,mais atraente - que é utilizar o peculiar ponto de vista de seus construtores com toda "verve onomatopaica" em considerações, aprofundadas ou não, que dizem mais respeito a sensibilidade do que a analise de trabalhos que elencam qualquer lista.Boa semana.Edú
uma sensível análise, eu diria. Uma boa onomatopéia pode ser tão ou mais esclarecedora do que um bom conceito (o problema é que ambos são difíceis de ser criados). O compromisso é esse.
Desde novembro do ano passado tenho acompanhado o blog. Tenho uma pasta com os arquivos todos de música postados, que ouço constantemente, verdadeira orientação pra mim. Gosto muito dos posts, uma conversa com um interlocutor ausente para mim. Pra minha surpresa vi num dos posts que moramos na mesma cidade, Brasília. Uma sugestão, postem o que de jazz, quem, onde, quando, acontece aqui na cidade, pois acho que como eu outras pessoas daqui também devem estar lendo.
Obrigado pela seleção maravilhosa de músicas que vcs tem postado! Como disse, tenho todas numa pasta, desde a 1a.
abraços
Luiz
Sr. Luiz,
Essa não é bem a proposta do blog, mas não há nada que impeça. Além do Dias, tem o Paulo Figueiroa, ambos morando em Brasília (ambos são guitarristas). Vamos ver se a gente consegue fazer a agenda.
Fiz uma pesquisa rápida e separei alguns lugares para ouvir jazz. Depois tentarei arranjar a programação dos locais citados.
Postar um comentário