O Salsa, incentivador desse blog e saxofonista que anima as terças-feiras do Balacobaco, em Vitória, enviou-me umas poucas palavras, que agora publico:
Um dia desses, passeando pela rede, eu me deparei com uma oferta à qual eu não pude resistir: a caixa The complete jazz at the philarmonic on Verve 44-49, com dez cds, por US$ 128,00. Era a esperada oportunidade para completar a minha coleção. Não é por nada não, mas ouvir Les Paul, Nat King Cole, Lester Young, Parker, Illinois Jacquet, Flip Phillips, Ella, Krupa, Lady Day, Hawkins, Shavers, Peterson, Willie Smith e mais uma carrada de excelentes jazzistas me faz esquecer um monte de coisa asséptica que ouvi nos últimos dias; essa sim é o tipo de tarefa que eu aceito de bom grado. Norman Granz merece uma estátua por ter promovido essas fantásticas e estreladas jam sessions. A rapaziada é pura alegria. O problema é que, ao lado da alegria de poder apreciar esses momentos mágicos, rola uma certa melancolia: isso não existe mais, esse modo de tocar já se foi. Resta-me fechar os olhos para melhor absorver o astral que emana das gravações, e, quem sabe, poder tocar com um pouco do festivo legado.
7 comentários:
Bela resenha Mr. Vinyl, inclusive pelo fato de que, nessa coleção, podemos ouvir músicos como o pianista Garland Finney, sobre o qual não sabemos quando nasceu nem quando morreu, sabe-se apenas que andou tocando em Los Angeles nos anos quarenta. Outro pianista sobre o qual ouvimos pouco é Ralph Burns, mais conhecido como diretor musical em filmes. E, por fim, vale lembrar da vibrafonista/pianista Margie Hyams, numa de suas raríssimas aparições. Quanto a Wadell Gray, também presente, melhor nem comentarmos.
Quanto ao fato desse tipo de música não existir mais, discordo. Creio que enquanto pessoas como eu e você estivermos respirando, essa música estará muito, mas muito viva.
Grande abraço, JL.
Pegando carona no comentário de John Lester, é bom lembrar que Ralph Burns é bem situado no meio jazzístico: começou com o band-leader Charlie Barnet e depois juntou-se ao grande Woody Herman, para o qual criou o "hit" Bijou (uma rumba) e a suíte "Summer Sequence" (dizem críticos maledicentes que ele procurou imitar Duke Ellington, mas não concordo). Depois, migrou para os estúdios de cinema. A vibrafonista Margie Hyams também tocou com Herman, em fins da década de 1940, e depois tocou também com o pianista George Shearing.
Olmiro Müller
Agradeço aos visitantes pelas contribuições. Essas informações dão mais "sustância ao caldo" e tornam o prato mais apetitoso para os visitantes.
Lembro ao Lester que o texto é do Salsa, nosso contribuinte categoria "de vez em quando".
Que beleza!
Isso me animou a ouvir meu bolachão The Exciting Battle, só para poder sentir o sopro de Flip Phillips e a batera de Louis Bellson.
128 reais?
De fato, Mr. Olmiro, a vibrafonista Margie dava uma de Eddie Costa: tocava também piano, como no álbum em tela.
Grande abraço, JL.
Dólares, F. Grijó. Em torno de 210 reais.
gracias!
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