Ainda comovido com a passagem de Oscar Peterson, busquei na estante um velho lp que me agrada muitíssimo. Já lhes direi de qual se trata: é aquele que ele gravou com Lester Young, chamado The president plays. Para quem não sabe, Pres é o apelido de Lester. Liguei a velha eletrola hi-fi e deixei o disco rolar (às vezes me dá saudade daquele leve crepitar que o acúmulo de poeira produz ao contato com a velha agulha de diamante). Aqueles que não tiverem eletrolas podem ficar tranqüilos, pois é possível encontrar o disco digitalizado e remasterizado (eu tenho). Essa sessão foi gravada em 1952, o que torna aquele ano memorável. O mundo do jazz estava em ebulição e o som comia solto em todos os botecos. Imagino-me lá, em meio ao fog produzido pela fumaça de tabaco, ouvindo o sopro contido e intenso de Lester Young. Parece ter a capacidade de acalmar todos que o escutam. Até Oscar está comedido nessa gravação, lançando pouco peso nas mãos para construir os acordes harmônicos, e dedilhando seus solos suavemente, mas sem perder a chama ardente do swing. O time que segura as ondas é composto por Herb Ellis, Ray Brown e J.C. Heard. Ouçam I can't get started
14 comentários:
Pegou pesado, Vinhas. Lester é show de bola. Comprei aquela caixa das gravações em estúdio da Verve. Não me canso de ouvir.
Eu não tenho esse disco (nem em cedê nem em vinil), mas conheço-o de longa data.
Vale ouvir e reouvir - como se esse verbo existisse.
Em se tratando da dupla Lester & Oscar, tudo existe.
Depois eu mando uma cópia para você, sr, Grijó. Se for do seu agrado e não for contra seus princípios.
Mto bom som!!!alguém me poderá dizer se ele tb cantava???
estou a ter alguma dificuldade em "postar um comenmtário"
e eu q pensava q não gostava de piano! tenho um albúm de keith jarret e sinceramente ainda não me faz mto sentido...creio q o nosso amigo oscar é um pouco mais melódico..
mais pianos?
Em breve , Sílvia.
Coincidência? Dia desses uma amiga me deixou, na postagem do Oscar Peterson, o comentário abaixo:
"Sergio,
Quando morei na Inglaterra, na década de 70, tive o prazer de assistir a dois shows de Oscar Peterson. Em um deles, ele cantou e depois consegui um LP onde ele cantava, o que não era comum. Só que este LP se perdeu ao longo da vida e... vc poderia descobri-lo para os fãs do grande Oscar Peterson? Me lembro que era de uma suavidade linda, a sua voz... Obrigada. Beijos."
O recado esclarece as dúvidas da Sílvia. E eu, além de ficar curioso sobre o álbum, para além da própria satisfação de poder tê-lo, gostaria tbm de realizar o desejo da amiga Laís desencavado o disco. Alguém de vcs conhece e sabe o título do álbum em questão?
Obrigado, abraços,
Sergio
Allou Sérgio,
obrigada pelo esclarecimento...eu fiz aquela pergunta pq ainda há bem pouco tempo o ouvi cantar na rádio e o locutor disse que ele tinha abandonado o canto e seguido apenas com o piano (e acredito tb que ele sabia tocar um outro instrumento, já não me recordo)
A voz dele lembra a do Chet Baker...talvez misturada com a do Bobby McFerrin...eu, pessoalmente, não gosto mas é doce.
grácias
Encontrei uma alusão ao disco em que Oscar canta. Trata-se de uma gravação de 1965: With Respect to Nat, a qual eu desconheço. Segundo um resenhista do allmusic sua voz seria parecida com a de Nat King Cole. Fiquei curioso.
Oscar Peterson soltou a voz em pelo menos 3 álbuns(cds) que conheço.Possuo dois deles(cds), o citado "With Respect to Nat" , inclusive, lançado por aqui e que em algumas faixas o piano esteve a cargo de Hank Jones.Um outro, que considero o melhor dos que ouvi chamado "Personal Touch" , da Pablo, em que toca piano elétrico como se deve fazer: respeitando a limitação técnica do instrumento , não o fazendo similar ao acústico.Nesse disco,com uma voz pequena e afinada,homenageia compositores canadenses acompanhado de uma orquestra de cordas.E , no terceiro, que conheço de investigar em loja, lançado apenas no mercado japonês, canta em espanhol.Uma tentativa, a mais , feita no final da década de 50 e início de 60, de se aproximar de seu ídolo Nat King Cole.Edú
Valeu, Edu!
Valeu, Salsa e Silvia.
Bem, amigos, acaba de me chegar, via soulseek, não só o álbum: "Oscar Peterson Trio - With Respect To Nat [P]1965", como todo o release do mesmo. Em breve estarei postando-o no Sergio Sônico. Se alguma alma caridosa - estudiosa, como apelo, cabe melhor - se dispuser a traduzi-lo, o texto aparecerá lá como nova postagem.
Como é realmente longo o release, em não se tendo tempo, o álbum irá para o espaço da própria postagem-homenagem ao Oscar por ocasião de sua morte. Então aqui fica um aviso para os que tem curiosidade de conhecer o disco.
Desde já agradeço.
The RELEASE is provided by:
(http://naiti.ru/hugopugz/)
01. When My Sugar Walks Down The Street [0:02:22.67]
02. It's Only a Paper Moon [0:02:32.30]
03. Walkin' My Baby Back Home [0:02:34.08]
04. Sweet Lorraine [0:03:34.57]
05. Unforgettable [0:02:40.15]
06. Little Girl [0:02:38.38]
07. Gee, Baby, Ain't I Good To You? [0:02:59.45]
08. Orange Colored Sky [0:02:15.32]
09. Straighten Up and Fly Right [0:02:29.10]
10. Calypso Blues [0:03:37.70]
11. What Can I Say After I Say I'm Sorry? [0:02:42.28]
12. Easy Listening Blues [0:03:23.05]
Original Release Date: October 28, 1965
Personnel: Oscar Peterson (vocals, piano); Manny Albam (conductor); Phil Woods, Jerry Dodgion (alto saxophone); Marvin Halladay (baritone saxophone); Ernie Royal, Danny Stiles (trumpet, flugelhorn); Joe Newman, John Frosk (trumpet); Seldon Powell (alto & tenor flutes); Jerome Richardson (tenor & baritone flute); Wayne Andre, Jimmy Cleveland, J.J. Johnson (trombone); Tony Studd (bass trombone); Hank Jones (piano);
Barry Galbraith, Herb Ellis (guitar); Ray Brown, Richard Davis (bass); Mel Lewis (drums, bongos). Recorded on October 28 and November 13, 1965. Includes liner notes by Leonard Feather. This is part of the Verve By Request series.
This album is quite unusual. Recorded shortly after Nat King Cole’s death, pianist Oscar Peterson takes vocals on all but one of the dozen selections, sounding almost exactly like Cole. Peterson, who rarely ever sang, is very effective on the well-rounded program whether being backed by a big band (arranged by Manny Albam) on half of the selections, or recreating both the spirit of the Nat King Cole Trio and his own
group of the late ‘50s during a reunion with guitarist Herb Ellis and basssist Ray Brown.
Though he made vocal recordings in the early 1950s, Oscar Peterson would seldom sing later in his career. His reluctance was caused by something that would deter few others: his voice sounded remarkably like Nat "King" Cole's. It's a talent that dovetails with Peterson's piano playing and shared roots to make this tribute, recorded in 1965 after Cole's death, especially effective. For seven of the tracks, Peterson reassembles his
great trio, including bassist Ray Brown and guitarist Herb Ellis, a group originally modeled on Cole's trios of the 1940s. It's a wonderful mating of approach and material, a group that can swing both mightily and lightly, and which does so superbly on such tunes as "Gee, Baby, Ain't I Good to You," "Straighten Up and Fly Right," and the instrumental "Easy Listening Blues." The other five tracks feature an all-star big band
(the pianist is Hank Jones), with arrangements by Manny Albam. Peterson pays tribute to the popular vocalist of the '50s, singing Cole's signature "Unforgettable" and the witty "Calypso Blues" with evident regard for the original, but with his own distinctive phrasing.
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