quarta-feira, 15 de julho de 2009

Viva o rei!

Meus caros,

Confesso que Egoísmo quase me convence a não postar esse breve comentário. Sabe quando acontece de a gente encontrar uma coisa bela e desejar ardentemente tê-la só para si? Diante da experiência que vivenciei ao ouvir o que agora ouço, quase perdoei aqueles colecionadores que escondem belezas sem fim em seus porões. Não, não se trata de nenhuma raridade à qual o reles mortal não tem acesso. Foi até simples encontrar nas loja virtuais (já encomendei a minha) e em hospedarias como a 4shared e a rapidshare (mas aí sempre com qualidade sonora aquém do original).

Vamos ao ponto, chega de circunlóquios. Ouço, meus amigos, uma daquelas primorosas caixas da Mosaic, desta feita dedicada ao protótipo da elegância Nat King Cole - um rei gentleman, que soube cativar seus súditos com seus belos discursos musicais. Nessa caixa está tudo gravado por Nat para o selo Capitol, resultando em dezoito cds abarrotados do que há de melhor do great american song book. Encontra-se ali, para o deleite do ouvinte, desde o período em que Nat atuava apenas com seu trio (drumless) completado pelo guitarrista Oscar Moore e pelo baixista Red Challender até o período em que o trio se permitia acompanhar por orquestras ou se transformava em combos.

Sei que muitos dos amigos acham que o fato de alguns jazzistas se arriscarem na seara do canto seja apenas uma dispensável concessão ao grande público (lembro-me de ter ouvido Russ Freeman afirmar que foi contra a incursão de Chet Baker nas cantorias), servindo apenas para domesticar a performance dos músicos, tendo estes de restringirem-se a um pequeno espaço harmônico e ritmico para facilitar a vida do cantador. Pode ser, pode ser, mas que eu acho bacana, ah, eu acho, sim. O lance é o seguinte: vai ser difícil arranjar uma Bastilha para cortar a cabeça do nosso rei Nat Cole.

Difícil também é tentar selecionar músicas desse universo para postar no podcast. Saquei duas de momentos diversos: um blues fácil de ouvir e Route 66.
link: Here

16 comentários:

jazzlover disse...

Valeu Salsa,"Nat is always nice" !

Salsa disse...

Great jazz,
Bem-vindo seja.

olmiro muller disse...

Caro Salsa

Não sei se Nat Cole optou pela carreira de cantor "comercial" por ter enjoado de ser pianista de jazz ou por necessidade econômica. A verdade é que nós, os jazzófilos, pedemos a oportunidade de vê-lo transformar-se em um belíssimo pianista bob, pois ele já estava a um passo disso quando se desviou do bom caminho.

figbatera disse...

Eu gosto muito do Nat King Cole como pianista e como cantor, mesmo na área "comercial.
A propósito, o que seria "pianista bob"?

Salsa disse...

Olmiro,
Eu acho que o apelo comercial das gravadoras pesam bastante. Creio que Nat foi levado por esse discurso, mas pelo menos não abdicou da linguagem jazzy.

Salsa disse...

Ô, olney, não implica - é bop. Foi apenas um erro de digitação.

Érico Cordeiro disse...

Viva Nat King Cole,
Cantando, tocando piano, apresentando programas de tv - genial, magnífico, soberbo.
E que saudade do tempo em que músicas comerciais eram Unforgetable, Mona Lisa, Around The World, On The Streets That You Live, Nature Boy, The More I See You, compostas por gente como Eden Ahbez, Comdem & Green, Schwartz & Deitz, Lerner & Loewe, Ray Noble, Sammy Cahn, Jule Styne, para ser cantada por gente como Nat King Cole, com arranjos de gente como Nelson Riddle, Billy May, Axel Stordahl e Gordon Jenkins.
Abraços a todos!!!!

Salsa disse...

Viva!!!

Sergio disse...

Sabem q já ando respirando aliviado quando vejo q tenho o disco da postagem? É muito trabalho isso, gente, vcs não tem noção. ...Aliás, ces tem noção sim. Perdão.

Seu Salsa, a dica q me deste (Nils Landgren) pede senha. Fui no Cjub e não achei o disco lá. Aí tentei "localizar" e o Nils nem deu sinal de frequentar o CJUB, terias feito alguma blog-conflusão?

Caráio, Nense! Que mêda, meus amigos... Segundona de novo não! No nosso caso já passou da hora de ficar tenso. 2ªdona é passaporte pra 3ªrinha. E aí, mezamí, o Flamengo a gente só vai enxergar o prédio e o Parque, disputando os campeonatos no Aterro.

Gabriela Galvão disse...

Esses reis sempre confiando q ñ perdem a majestade (aih desatam a fazer uns trenzinhos mais fáceis do povo gostar)...

Ñ perdem, msm.

Salsa disse...

Sérgio,
Deixei a senha lá no seu blog.
Gabriela,
Esse rei não perdeu a cabeça.

Sergio disse...

Salsa, baixei e tou ouvindo o Nils amarradão. E se já estava gostando, a faixa 4 "Stuff Like That!" Resgatou-me um passado remotaço! Do tempo dos bailinhos do Clube Leblon. Comecin dos 70, amigo. Já havia esquecido desse super-flash back. Agora fui atrás do álbum de origem, a música é de um pool de artistas como Quincy Jones, um certo Gad q deve ser o Steve... É ele sim, acabo de pegar a lista de autores: Nickolas Ashford/Steve Gadd/Eric Gale/Quincy Jones/Ralph MacDonald/Valerie Simpson/Richard Tee.

E o álbum de origem, acho eu, baseado no allmusic, é Sounds...And Stuff Like That!! do Quincy Jones.

Mais uma vez, valeu mesmo a dica.

Cinéfilo disse...

Salsa, querido amigo, convido vc para o aniversário de 2 anos do IPSIS LITTERIS.
Abraço, camarada.

edú disse...

Foi a primeira caixa da Mosaic q comprei na vida.Neste ano completa sua maioridade (lançada em 1991).Consegui ouvir apenas cinco do conjunto de dezoito cds até hoje por ausência de oportunidade conveniente para audição.Mas a primeira vez a gente a nunca esquece , como certas experiências da vida.

Salsa disse...

ôba, Grijó,
Vai ter festa - bouche libre - para a plebe ignara? Onde será?
Grande Edú,
A Mosaic presta um serviço e tanto aos apreciadores do jazz, né não?

edú disse...

Né sim.