O disco que agora ouço - Parker's mood - foi-me apresentado por Lester, em um post sobre um dos festivais de jazz do ano passado. Lá no jazzseen, no entanto, só rolou uma faixa para abrir o apetite da moçada que iria assistir o show de Christian McBride. Acho que o disco, um belo trabalho, merece mais espaço - aqui e em qualquer lugar (na sua discoteca, inclusive).
Trata-se de uma bela homenagem a Charlie Parker feita em 1995 pelo trio formado por Hargrove, Mcbride e Stephen Scott. Esse disco está entre aqueles que eu costumo ouvir mais de uma vez (apesar de durar em torno de uma hora). O tratamento dado aos dezesseis temas interpretados agradou-me incondicionalmente. O fato de o trio optar por andamento mais lento do que nas gravações originais (na maioria das faixas) auferiu um clima intimista agradabilíssimo, que se amplia com a ausência da bateria - mesmo quando em up tempo (já imagino Olney dizendo que uma vassourinha cairia bem).A velha dupla Parker/Dizzy, que sempre dobrava os temas, aqui são substituídos por Hargrove e ora McBride, ora Jones (em Dexterity, os três tocam em uníssono). Hargrove está em excelente forma em todas as faixas, destilando fraseados para mestre nenhum botar defeito. Vale destacar a performance de McBride e Hargrove em Steeplechase: o diálogo dos dois é de deixar o queixo caído (McBride usa o arco para tocar seu baixo). Aliás, esse é um traço marcante no disco: o diálogo entre os músicos é primoroso. Mas também tem momentos solos para os meninos mostrarem suas destrezas e sensibilidades com os instrumentos - McBride interpreta Red cross, Hargrove ataca de Dewey square e Scott vai de April in Paris.
Sem mais delongas, curtam o som ali no podcast Quintal do Jazz
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12 comentários:
Prezado Salsa,
esse disco foi miraculosamente lançado em nosso mercado doméstico.Quanto a ouvir apenas uma vez um disco para estabelecer opinião é como sair, da mesma forma, com uma agradável companhia feminina.Sempre será insuficiente o bastante para pormenorizarmos os detalhes e desejos q se traduzem numa bela mulher.Agradeça ao JL pela certeira recomendação.
Bom, vou a cata do disco pra ouví-lo já!
Obrigado pela dica.
Caro Salsa, grande pedida.
É um disco extraordinário - comprei por indicação do mestre LOC, que teceu aaltos elogios à bolacha no seu Guia de Jazz (parceiria com o mestre Raffaelli).
Excelente a integração entre os músicos, ainda mais quando os três atuam na mesma faixa!!
Abração!
Prezado Edú,
A minha observação quanto a ouvir uma ou mais vezes se refere à duração do disco. Gosto do formato lp, que raramente excede quarenta minutos. Discos com uma hora ou mais normalmente me cansam, embora, como esse disco exemplifica, há exceções. Para formar uma opinião com certeza é necessário maior contato com a obra.
Celijon e Érico,
Esse é um dos bons momentos dos últimos anos. Mostra todo o vigor do bom e sempre jovem jazz.
... mas que "cabiam" umas vassourinhas, sem dúvida, cabiam!
Olney,
Você está encarregado da função. Aumenta o som e manda a vassoura.
Prezado e augusto Mr. Salsa, se por um lado o som e a duração dos lp's atraem, aquela coisa de retirar a cachorra do colo, colocar a taça do vinho no chão e o livro sobre a mesinha de cabeceira para levantar e trocar o dsico de lado era de lascar. É verdadeiramente lamentável que toca-discos e mulheres, essas geniais invenções analógicas, não perimitam a utilização de controles remotos.
E, amigo Olney, sendo o caso, utilize apenas vassourinhas, ok?
Saudações, TS.
Sorry for misusing this comment section but I'm desperately looking for a rare gem which is out of print for years - maybe you can help me out? Im looking for Allyn Ferguson - Pictures at an exhibition: Framed in Jazz. It's a big band arrangement of Mussorgskys Pictures at an exhibition obviously. I used to have it on vinyl way back in the eighties - but I borrowed to a guy and never saw the LP again. Can you help me? I'm cross-posting this to some other blogs - maybe together we can find it, it's really worth listening.
Sorry about your lp, man. I don't know it... Maybe my friends got it.
Mr. Serralho,
É um prazer recebê-lo em meu sítio. Quanto ao lado b do lp, faz parte do ritual. Além disso, o exercício que eu fazia naquele período mantinha-me com vários quilos a menos
Retirar a cachorra do colo, pra mim, é tirar aquelas "popozudas do funk" abruptamente do conforto quando a fechadura da porta da casa destrava pela chave q vc cedeu - como prova de carinho - a sua namorada.Vc tem razão Salsa, disco ideal não excede 46 minutos.
Infame Edú, sua observação sobre a cachorra do Serralho foi duca.
E aí, ninguém tem o disco perdido do mr. Coltrane?
Caraca, até defundo aparece aqui agora?
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