Iniciei o sábado lendo a boa crônica sobre o dia do trabalho escrita pelo nosso amigo de blogosfera e do clube das terças, mr. John Lester. Um bom início, pois. Emendei uma leitura da biografia de Freud escrita por Peter Gay (as biografias formam grande lacuna em minha biblioteca - falha que pretendo remediar).
Após o almoço, arrisquei-me mais uma vez na seara dos novos pianistas. Achei um trio de Toronto, formado por Lorne Nehring (bateria), George Koller (baixo) e David Braid (piano). Pela ordem exposta na capa do disco, o líder seria o baterista, que me pareceu gostar em demasia dos pratos (mas, pelo que encontrei no disco, os temas solicitam esse tipo de performance). O grupo é bom. O baixista, para mim, sobressai; o pianista também mostra serviço - vocês ouvirão - conseguindo produzir bons momentos com mãos firmes mas sutis, quando necessário. Os temas, no entanto, arranharam esse meu ouvido ortodoxo.
Set in Stone (2006)é um disco-homenagem ao músico e professor canadense Fred Stone, que participou da orquestra de Duke Ellington. Segundo os bem informados lá do American guide, Fred tocou de tudo um pouco, experimentando amplificações, distorções e o diabo a quatro. Não sei se ele gostou da homenagem. Eu fiquei reticente. É um disco em que, pelo menos em dois terços dele, a paixão pela matemática ou pelo efeito suscitado por doses pesadas de matemática no cérebro humano (se é que posso dizer isso) parece ser o motivo principal. Muito laboratório para meu gosto. Essa parte eu indico aos especialistas.
Eu fui capturado pelas três primeiras faixas, D minor waltz, For Igor e Demetri's theme, uma concessão, creio, aos leigos. Nesses temas a sonoridade é mais transitiva, mais "popular". A segunda faixa, então, me agradou bastante. Nela, bateria, baixo e piano seguram um balanço que tocou meu coração. Deixarei as duas primeiras no podcast do jazz contemporâneo.
O link para os estudiosos: Here!
6 comentários:
Grande descoberta, Mr. Salsa. Gostei bastante da primeira faixa. Da segunda, nem tanto - tem um andamento meio marcial. De qualquer forma, o trio é muito bom, e o baixista arrebenta.
Abs
Gostei bastante do trio; boa sacada, Salsa!
Bom, os comentários acima influenciaram positivamente, mas deu uma certa preguiça. Consegui baixar os álbuns mais importantes do Howard Rumsey & the Lighthouse All-Stars. 8 álbuns ao todo. Então, acho q deixarei essa tua descoberta na "lista fechada"... E esse negócio de lista fechada nas eleições, hein? E o "tou me lixando pra opinião pública"?
Enfim. Salsa, deixei esse track de bonus, já umas 4 postagens abaixo, pra vc complementar o álbum do Eldee Young & Red Holt
http://www.4shared.com/file/100106214/305b191c/Elddee_Young__Red_Holt__Feature_Spot__12_Mr_Kicks__Bt_.html
e vc não deve ter visto, pq o link tá zeradão. Creditei essa música na conta de ser o 1º Rap da história. Se não me engano a música foi composta em 1961 ou 64, de um disco raríssimo da mesma dupla q é trio. D uma conferida.
Só mais uma coisinha: no quesito experimentações, vc não pode deixar de provar o Dafnis Prieto, estou bastante curioso de saber o q achou. No mais... Vamos pegar em armas e dar uns tirinhos em Brasília? É claro q é exagero, mas alguém aqui consegue vislumbrar outra saída?
Valeu pelo link, Sérgio. Depois eu ouvirei o Dafnis (pensei que fosse uma mulher...)
Quanto às armas, meu período de revolução espanhola está lá no fundo do oceano pessimista em que me banho.
Ah, rapá, sobre isso de "pensei q era mulher" Dafnis, c não viu o mico q paguei 3 ou 4 postagens abaixo, ainda lá em casa: o nome do sujeito guitarrero homi é Janne Shaffer e se vc for conferir a foto... môó chanelzinho louro, uma posição-zinha de pernas cruzadas. Nem tive dúvida: (...) "Mas a suequinha é sapeca que só ela", tá lá escrito até hoje! Só fui saber da rata quando um comentário apareceu esclarecendo q a sueca era cueca! Enfim, vida q segue.
... Mas Dafinis é imperdível - ou não estaria aqui na pressão pro teu confere.
Abraços.
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