segunda-feira, 11 de maio de 2009

Robert Glasper

Continuemos a pesquisa sobre novos pianistas.

Um nome tem sido incensado pela crítica especializada: o texano Robert Glasper (27), que se apresentará no Bridgestone Jazz Festival, em São Paulo. Desde 2005, quando lançou seu primeiro disco, tem recebido aplausos e críticas dos aficionados do jazz. Alguns chegam a dizer que o jovem pianista já tem um traço peculiar que o distinguiria dos grandes nomes do piano jazz. Outros dizem que é jazz de butique.

Eu prefiro aliar-me àqueles que identificam em suas performances a forte presença de Jarret. O articulista da BBC, Charles De Ledesma, afirma que Glasper "is clearly indebted to contemporary jazz piano greats Keith Jarrett – for muscular, passionate flourishes – and Brad Mehldau, for narrative density and introspective complexity. Like Jarrett, Glasper tries his hand ably at repertoire standards, and, like Mehldau, has a habit of dashing away from melody, dangling percussive suggestions, before deftly returning to the safe ground of the lyric".
Paixão e densidade. Hmmm... Que seja! Um fato: eu o achei mais audível do que Mehldau. O seu modo de atacar as teclas do piano soaram-me mais lírico (de um lirismo mais simples). Daí, talvez, a crítica daqueles que o consideram jazz de boutique. O disco que agora ouço, In my element (2007), tem alguns momentos que até podem ser assim classificados pelos ouvintes mais recalcitrantes (FTB, por exemplo), mas não é algo que, para mim, desabona o pianista. Ele usa aqui uma linguagem mais acessível. Só isso.

Soube que suas primeiras experiências musicais foram nos campos r&b e hip-hop. O citado articulista identifica isso na faixa de abertura do disco - G & B. Se isso for hip-hop, passarei a ouvir mais. Soou-me agradável. Chamo atenção para a sua tendência, em seus solos, de usar frases curtas e rápidas, que produzem um efeito interessante. Destaco também o bom trabalho do baterista Damion Reid e do baixista Vincent Archer. O resultado é mais balançante e menos "cerebral" do que outros que tenho ouvido por aí.

Ouçam ali no podcast do Jazz Contemporâneo.

O link: Here!

10 comentários:

Sergio disse...

Ô sue Salsa, meu compuator anda bastante adoentado, mas calma q não é a nova gripe, Talvez seja algo pior. Enfim, estava experimentando o rapidshare, achando q era o q levava mais tempo pra deixar o usuário na mão. Errei feio. Parece q o sistema free, dá direito a apenas 10 downloads e depois fim de papo. Não sabia. Voltarei ao 4share tradicional. Mas como o micro está prejudicado, o processo pode ser lento. Assim q tiver restaurado os links te falo.

Em tempo: fiquei curiosão com esse robert Glasper. Mas 1º vou acertar meus links, pq fica feio oferecer um álbum novo e o link estar vencido. Depois venho conferir esse som.
Abraços e........foi mal.

Sergio disse...

Aí, Salsa. Refiz os links do Dafnis.

http://www.4shared.com/file/104836541/ace90058/Dafnis_Prieto__Absolute_Quintet__pt1.html

http://www.4shared.com/file/104836091/1f8cbcfe/Dafnis_Prieto__Absolute_Quintet__pt2.html

John Lester disse...

O garoto é bom.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Grande descoberta, Mr. Salsa!
Vou incluí-lo na lista das minhas futuras aquisições.
Grande abraço,

Sergio disse...

Pra mim - e é bom dizer 'pra mim' pra não dar de arrogante - de 'Beatrice' em diante o álbum toma rumo. A curiosidade é q, tem sim, o pianista uma formação enraizada no R&B muderno e hip-hop. Há uns dois anos, quando ouvia muito mais o estilo q hoje em dia, baixei um certo Bilal e o Robert Glasper tava lá firme, forte e rijo acompanhando o Bilal.

Salsa disse...

Cê tá de sacagem comigo... Bilal?!?

Érico Cordeiro disse...

É por essas e outras que não ouço hip hop. O sujeito compra o disco, abre, põe prá tocar e, de repente, topa com um glorioso Bilal! Deus me livre...

Sergio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sergio disse...

Tá aí a graça nesse negócio de blog. Ri de gargalhar com as reações de vcs. Mas eu mato a cobra e mostro o... pois é. Bilal no allmusic.

Pros q não conhecem é só, na página do allmusic, clicar em "credits".

http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=amg&sql=10:kpfrxqr0ldke


Mas, seu Érico, demérito nenhum. O Bilal é bom! Quero dizer... E agora, como me explico?

Érico Cordeiro disse...

Entendi, entendi, grande Sérgio. Essas coisas quanto mais a pessoa explica, mais se complica!
Forte abraço!