sexta-feira, 22 de maio de 2009

Taylor Eigsti


Ainda envolvido em minhas buscas de novos pianistas (proposta de Érico Cordeiro), encontrei uma figurinha interessante. Aproveito para dedicar esse post aos meus jovens colegas pianistas Bruno Venturim e Túlio Busatto, que, vez e outra, permitem-me alguns momentos de diversão ao acompanhá-los nas noites vitorianas.


Não pude não ficar impressionado com a performance do jovem pianista Taylor Eigsti. Parece que o moleque nasceu em cima de um piano. Ele tinha apenas 21 anos quando, em 2006, gravou o disco Lucky to be me. Mas, não se espantem, o garoto já havia gravado quando tinha apenas catorze (com Dan Brubeck, filho do pianista Dave).


Em Lucky to be me, Eigsti escolheu Giant steps, de Coltrane, para abrir os trabalhos. Esse é um tema que a maioria dos jovens pianistas encara como quem encara uma rampa para um salto: lugar para demonstração de ousadia e coragem para enfrentar a vertigem das variações possíveis em suas modulações. Uma queda livre, disse-me um deles - como quem acabasse de fazer uma molecagem. Taylor Eigsti se permite brincar com esse tema - uma brincadeira para deixar muito marmanjo rodado com a barba de molho - mas não é, o que muito me agradou, uma demonstração de virtuose. Ele se permite criar algo sem, como diz a nota do link, corromper a aura coltraniana. Foi bom ouvir.


Eigsti é um jovem competente. Um jovem que, como tal, se permite brincar. Só que suas brincadeiras são partilhadas por amigos como Christian McBride, Lewis Nash, Eric Marienthal e mais um monte de gente boa. Uma coisa: como jovem, ele também curte umas pitadas fusion funk/jazz, como é o caso da levada adotada em Love for sale, de Cole Porter. Isso pode ferir sentimentos puristas, mas eu achei uma experiência válida.


Deixarei as faixas citadas no podcast do Jazz Contemporâneo.


O link: here!

6 comentários:

John Lester disse...

Mais uma graciosa sugestão de Mr. Salsa. Obrigado.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Mr. Salsa,

Esse garimpo anda rendendo ótimos diamantes, rubis, esmeraldas e que tais.
Esse moleque (e o Glasper) é um verdadeiro diamante - iconoclasta e talentoso.
Muito boa dica!!!!

Forte abraço!

Anônimo disse...

Mais um jovem e talentoso pianista. Tal como o Rodrigo Andreiuk, também adorei.
Um abraço

Salsa disse...

É impressionante a quantidade de novos e bons músicos que surgem quase que diariamente. Se não fosse a web talvez eu nunca os conheceria.
Vamos ver o que mais surgirá.

olmiro muller disse...

Salsa

É a tal aldeia global de McLuhan.
Você, por exemplo, deve ser conhecido em outros países, através da internet. Sempre há alguém "fuçando" na busca de novos sons.

Salsa disse...

É possível, Olmiro.
Apareça mais, meu chefe.