Não sei se vocês repararam, mas aí do lado esquerdo tem alguns links de blogs que costumo visitar. Em alguns deles há uma profusão de links para baixarmos bons discos de jazz e de vários outros estilos. Há, por exemplo, no jazzever, um disco de Frank Morgan bem ao gosto do nosso partner e baladeiro Salsa.
Love, lost and found, de 1995, é uma compilação de standards muito bem interpretada por Morgan. Ao seu lado estão Cedar Walton (piano), Ray Brown (baixo) e Billy Higgins (drums), um time de respeito. A leveza de sentimento em suas interpretações nesse cd não revelam sua dura história: foram três décadas envoltas por drogas e prisão. É um sobrevivente. Sua experiência de vida, graças às musas, não fez sucumbir sua verve musical. Talvez nela tenha encontrado motivo para prosseguir até sua passagem em 12/2007.
Eu acharia melhor, cá com meus ouvidos, se Morgan equilibrasse a dose de açúcar desse disco. Mesmo sendo baladas, seria possível ele deixar seu sax alto mais arisco. Seu sopro está enraizado no campo do bebop, possivelmente usando palhetas pesadas, o que permite a região média do sax brilhar e lançar alguma luz no clima introspectivo peculiar às onze baladas que ele interpreta nesse disco. Achei um bom disco, pois o brilho está lá, mas os andamentos dos arranjos deixam a cena um pouco melosa demais - o que me impediu de curtí-lo da primeira "orelhada".Vocês poderão ouvir My one and only love e All the things you are no podcast Quintal do Jazz
Caso vocês curtam, eis os links para download: parte 1 e parte 2.
6 comentários:
Eu gosto de baladas, sim, senhor. Na sexta, por exemplo, eu fui em uma que me custou o sábado e o domingo. Quanto ao Morgan, o velhinho mandava muito bem, mas esse disco é realmente meloso.
É meloso mas é um bom disco. O problema é que não deu para ouvir tudo de uma só vez - foi necessário uma pausa.
Já tive esse disco e acabei passando pra frente.A capa é estupenda.Como foi o primeiro disco de Frank Morgan pela Telarc Jazz - na época, uma tentativa no mercado de jazz de um pequeno selo clássico de Cincinatti teve “condução” mais conservadora.Apesar do time de nobre acompanhantes.O segundo disco, chamou-se Bop.Concordo q certos discos não melhoram com o tempo, mesmo esse,q esteve cotado com 4 estrelas e meia num máximo de cinco pela Down Beat.Frank Morgan tem ótimos discos como Easy Living,Yardbird Suíte,Mood Índigo e Reflections q continuo a manter em minhas estantes.Edú.
Confesso que não simpatizo com os álbuns de jazz da Telarc - há algo de artificial nas gravações que me incomoda, embora eu não saiba dizer exatamente o que é. Contudo, em se tratando do mestre Morgan, a resenha é merecida, assim como a audição do álbum.
Grande abraço, JL.
Sr.Lester, os albums de jazz, tanto da Telarc como da Concord, são para aqueles que gostam de curtir audio e não música. Todos gravados em pocessamento DDD, muito elaborados, 20 bits e o escambau. São os famosos sons "glicerinados". Quanto ao Frank Morgan, salvam-se suas gravações antes das drogas. Após trinta anos envolvido com as mesmas,seus albums mais recentes também tornaram-se umas drogas.
O catálogo da Concord é bem mais rico q o da Telarc.Porém, deve ser escolhido à dedo.Todavia, seus lps de 180 gramas de vinil com capas internas e encartes em papel reciclado são uma referência para os audiófilos – classe q não pertenço e nem gostaria de entrar.Edú.
Postar um comentário