No dia seis do mês de setembro do ano de 1952, Coleman Hawkins levantou-se e, diante do espelho, sorriu com o canto dos lábios. Aquele dia seria o início de uma boa semana. Hawk tocaria jazz. Estava com saudade disso, do clima “ao vivo” que seria retomado, clima marcante em suas gravações dos anos quarenta (os críticos reclamavam de um certo desvio, em suas últimas interpretações, para um clima mais comercial).
Aquela semana seria diferente, afinal ele se reuniria com Roy Eldridge, Howard McGhee (trumpet), Horace Silver (piano), Curly Russell (bass) e Art Blakey & Connie Kay (drums) para reacender a velha chama do jazz. Disorder at the border é o curioso título do lp gravado naquelas sessões (6 a 13/09). Swing, bop e blues são os territórios visitados pela trupe (há também um guitarrista sonegado nos créditos – alguém se habilita a nomeá-lo?), são as raízes expostas nesse bom documento musical. Observem como o sopro de Hawkins está firme, sem tremolos, sem titubeios. Observem como a energia transparece em cada nota. Sim, senhores, vale a pena dedicar um lugar na estante para esse trabalho.
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5 comentários:
Tem alguma coisa duma marchinha no tema, não é? Me faz pensar em Albert Ayler... Nunca antes tinha pensado em fazer uma aproximação entre Coleman Hawkins e Albert Ayler :)
Olá, meu velho Francis,
Bom te ler por aqui. Quanto às influências, não sou um ouvinte de Ayler para opinar quanto a isso. Mas Hawkins, Lester, Parker - só para citar alguns dos bons saxofonistas da velha guarda - formam uma trilogia que afeta parte significativa dos novos instrumentistas.
Ayler já deu as caras lá no jazzseen. Eu também não tenho nada dele.
Consegui uma série de links da obra de Hawkins. Depois eu postarei.
Ah, meu velho Vinyl,
ontem, o João Luís descobriu que você pegou a capa errada do disco. São dois com o mesmo nome, por isso você não descobriu quem é o guitarrista. :^)
Qué pena! El post de Coleman Hawkins está equivocado: Este saxofonista grabó 2 discos con el mismo nombre:
DISORDER AT THE BORDER (New York, 1952), con la portada y los músicos que indicas, y DISORDER AT THE BORDER (Bruselas, Bélgica, 1962), con otros temas y otros músicos, como por ejemplo George Arvanitas (y el guitarrista creo que era Mike Baker)A ver si hay suerte y podemos encontrar el primero, pero debes saber que, sin querer, estás dando unos datos que no son verdad. Gracias.
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