Este post só foi postado em nome do, como diz o Salsa, jornalismo verdade. Aliás, devo frisar, foi a pedido do meu citado partner de blog. O músico de quem aqui falarei nunca foi do meu agrado. Nem quando eu jovem era. Trata-se de Lee Ritenour.
O som de "Rit" é pop. A sua fusão funk do início de carreira soa-me como música de elevador. Apesar de a nítida influência de Wes Montgomery em seu modo de tocar, Ritenour desvia-se para um funk pueril que na maioria das vezes me entedia. Essa observação poderá deixar indignado os fãs que foram conquistados através de suas incursões na música popular brasileira (Djavan, Lins, Caetano, Bosco são alguns dos nossos que participaram de seus discos - fizeram um sucesso danado junto à crítica especializada). Eu achei chatinho.
Há dois discos, entre os dez ou doze que escutei, que considero um pouco mais apetecível aos ouvidos mais voltados para o mainstream jazzístico: um dedicado a Wes e outro, que dedicarei mais algumas linhas, chamado Stolen Moments, gravado em 1990.
Nesse último citado disco, Rit, sempre sem deixar sua verve pop, faz uma incursão mais jazzista, ajudado por Ernie Watts e seu tenor metálico, John Patitucci e seu baixo acústico, Harvey Mason e sua bateria (manda umas porradas e tanto no seu instrumento - nos pops anos noventa havia um lance de amplificar excessivamente os tambores - um saco), Alan Broadbent ao piano e Mitch Holder no violão. O repertório soma quatro standards (Stolen moments, Blue and green, Sometime ago e Haunted heart) a quatro temas de sua autoria.
Em Stolen moments (Oliver Nelson), Ritenour deixa Wes assumir o comando (a introdução do tema é todo com aquela peculiar oitava do finado mestre guitarrista). Com essa versão, Ritenour adiou sua estadia no inferno. Wes baixa também explicitamente em 24th Street Blues (aqui, a homenagem inclui o timbre da guitarra e a estrutura da composição de Rit). Essas duas faixas são motivo suficiente para não defenestrar esse disco. Merece uma audição.
Deixarei Stolen Moments e 24th Street Blues no podcast do Jazz Contemporâneo.
Para quem gosta, eis o link para download: here
5 comentários:
Desculpe-me por ter roubado esse tempinho seu, Mr. Vinhas. É que eu não tive força suficiente para carregar essa mala.
Você foi um herói. Meus parabéns pelo trabalho.
Você reparou, salsa, como o movimento aumentou? Dobrou ou mais. O povo adora um download. Eu não faço uploads, mas achei alguns endereços interessantes para repassar para os visitantes.
Ih........ Predador não vai aprovar.
Já estava pronto para partir para o meu planeta Orion, mas antes resolvi dar uma passada pelo Jazzigo. Se arrependimento matasse estaria morto. Perda de tempo e utilização desnecessária de espaço do blog para comentar essa porcariada de Lee Ritenour, e com um agravante: o próprio articulista parece não suportá-lo. Momentos perdidos, sim, essa sua resenha sôbre "non-jazz", Mr.Vinyl!
Cara, concordo com você em vários aspectos, quando fala sobre Lee Ritenour, entretanto, ele possui algo que dá para ouvir na boa. Abraço !
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