Vou meter a colher (ou seria copo/taça?) na conversa do Salsa. O trânsito mata pacaramba, todos sabem. Com bêbados irresponsáveis, mais ainda. Algumas dúvidas, no entanto, pairam em minha cabeça. Começo pelo fator etílico: Tenho muitos colegas que bebem como gambás mas parecem não sofrerem os efeitos da bebida, outros bebem uma dose e já começam a babar na gravata. Essa variação de reações ao álcool me deixam apreensivo quanto ao padrão adotado para sapecar aquela multa de primeiro mundo no cidadão sob suspeita de ter ingerido o maldito.
Lembro-me também de alguns colegas que faleceram em função de acidentes automobilísticos. Não haviam bêbados envolvidos. Em um caso, foi um jovem fugindo de uma infração cometida, que furou o sinal vermelho e pimba, matou um e aleijou outro. Outro caso foi um caminhão que invadiu a pista contrária em uma curva perigosa - e lá se foram meu amigo e a mãe.
Os casos citados forçam-me a pensar em coisas básicas: para que servem aqueles testes psicológicos que somos obrigados a fazer para obtermos a habilitação para dirigir automóveis? Salsa, creio que foi você quem me disse que o padrão estabelecido para aprovação não é tão claro e, mais ainda, se os testes fossem seguidos à risca talvez não houvesse nem a metade dos carros circulando, poluindo e matando nossos amigos e familiares. Acho que as fábricas de automóveis teriam de reduzir a produção.
O pior mesmo é a quantidade de habilitações compradas. Quantos malucos que não conseguem diferenciar a esquerda da direita estão pilotando possantes nesse exato momento? E os buracos nas pistas, arremessando carros sobre pedestres? E a corrupção deslavada? E o transporte coletivo, como bem destacou Sérgio, que só existe para levar para o trabalho (mesmo assim, apinhado de gente)? Putz, e a culpa é toda da birita...
Não posso deixar de concordar com Salsa quanto à overdose de moralismo puritanista que contamina os critérios para a tal política de tolerância zero. Uma pergunta que não que calar é: por que não seguimos o exemplo super interessante da Irlanda, nação exportadora de bebuns, que está fazendo uma série de reformas no trânsito urbano (confira a foto do estacionamento) para facilitar a vida da população? Não, esse é um sonho distante. Temos que nos acomodar com a "terceiromundice".
Enquanto a poeira não baixa, ligue o carro e deixa rolar The days of wine and roses. Pelo jeito, vinho, agora, só na trilha sonora.
4 comentários:
E a música, cadê?
Enfim, achei minha, hic!, vaga...
O seu texto, sr.Vinyl, é pura realidade aqui no nosso Brasil varonil. Na verdade, não cabe música nesse seu comentário, a não ser que fosse a marcha fúnebre. Jazzigo também é cultura (de trânsito). É isto!
Vinyl:
Enfim, é a realidade. Se concretizarmos a reabertura do Don Oleari bar doce bar - com um espaço generoso para abrigar umas 80 pessoas - pensamos em montar um acordo com um transporte qualquer -taxi, van eticétera - para resolver o lance. Mais confortável, mais seguro, sem os grilos do "dirigiu, não beba" ou vice...Abraço do Oleari.
Postar um comentário