A duocentésima qüinqüagésima oitava postagem será dedicada a um guitarrista. Um guitarrista ousado que, como poucos, soube explorar as possibilidades sonoras do seu instrumento. O nome do cara: Jim Hall.
A minha pretensão é justamente mostrar a face criativa de Jim. O disco que escolhi privilegia bastante o lado experimental desse grande instrumentista: Jim Hall & Basses. Os baixistas, no caso, são David Holland, Scott Colley, Charlie Haden, George Mraz e Christian McBride - querem mais? Aliás, creio que esse disco é um prato cheio para os baixistas: eles dão um show e tanto (em alguns momentos me fizeram esquecer que o disco é de Hall)
Aqui encontramos Hall jogando com seus parceiros de modo bastante curioso. Vocês poderão observar como ele brinca com a harmonia em todas as faixas. No encarte, Hall diz que, para ele, o baixo é uma extensão da guitarra. Assim sendo, ele busca fazer dos seus acordes uma ampliação da harmonia do baixo. A brincadeira visa, enfim, a ampliação dos limites da música.
O fato é que Hall aqui se mostra mais atual do que muitos jovens músicos. Enfim, essa sempre foi sua peculiaridade (lembrem-se dos seus trabalhos com Giuffre). Encontram-se no disco cenas bastante experimentais - Abstract 1, 2, 3 e 4 (com Haden, Colley e Mraz), cenas curiosas como Hall usando violão de doze cordas (End the beguine - com Holland) e releituras bastante atuais de clássicos como All the things you are (com Mraz) e Besame mucho (com Colley). Destaco também a faixa Don't explain (com Haden). Mas McBride é grande: as faixas em que ele participa são as que mais me agradaram (Bent blue e Dog walk) - talvez por soarem mais mainstream.
Deixarei duas ali no podcast do Jazz Contemporâneo
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