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Só vim a reparar no trabalho do baixista norueguês
Arild Andersen por ele ter participado das gravações do último cd do pianista capixaba e meu amigo
Fabiano Araújo. Abro parênteses: o cd foi gravado em
Portugal, sob a produção do lusitano amigo
Pedro Treppa, com as participações, além de
Arild, do baterista
Alex Frazão e do saxofonista lusitano
Zé Nogueira (excelente) e outro saxofonista cujo nome me escapa. O disco de
Fabiano é todo com temas do
Calendário do som, de
Hermeto Pascoal. Estamos aguardando a chegada do novo filhote.
Retornemos a
Arild. Ele tem uma longa história (mais de trinta anos) com a gravadora
ECM - o que explica eu não conhecê-lo -, com parcerias com a vasta gama de músicos daquele selo, entre eles
Garbarek,
Frisell, Mouzon e até
Naná Vasconcelos. Seus trabalhos são preponderantemente ligados ao jazz contemporâneo - desde o fusion dos anos setenta ao som
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mais cerebral desse início de século. Eu tive acesso a alguns desses trabalhos e resolvi apresentar-lhes dois momentos diferentes.
No primeiro, bastante roqueiro, intitulado Molde Concert, o baixista está acompanhado por Bill Frisell (g), John Taylor (sax) e Alphonse Mouzon (d). Creio que agradará àqueles que são chegados na vertente fusion.
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No segundo,
Live at Belleville, mais recente (gravado no final de 2007),
Arild está acompanhado por
Paolo Vinaccia (bateria) e
Tommy Smith (sax). Esse disco foi bastante festejado pela crítica européia e deve ter sido um dos fatores que inflenciaram em sua escolha como o melhor baixista de jazz europeu do ano de 2008. Aqui o som é mais cerebral e traz uma versão flutuante de
Prelude to a kiss (eu sempre acho muito difícil tocar com andamento tão lento - o grupo tem que estar super conectado senão a coisa degringola geral). É um disco muito bem cuidado e, com certeza, agradará aos apreciadores do gênero.
Deixarei uma faixa de cada disco no podcast do Jazz contemporâneo.
6 comentários:
O Salsa, salvou meu dia. Queria escrever melhor pra passar aquela idéia de jazz no buteco, cuja música se faz no som da ambiência. A idéia é boa, e pra falar a verdade é de um amigo q me chegou na empolgação de um dia bo e saiu com essa história. Achei q era uma boa comparação e tasquei lá pra ilustrar o disco - muito louco, por sinal - do Mal Waldrow;
Agora vou baixar a tua dica.
Se bem entendi, o 1º link é do disco mais fusion e o outro é do mais tradicional jazzy, tou certo? Tudo bem. De qualquer forma ia baixar os 2 mesmo...
É, seu Salsa... pelo andar da carruagem vou gostar mais do fusion do q do 'trade' q achei um tanto arrastado.
E o Friesel é um monstro.
O segundo é mais cerebral - não é "trade". Os europeus tendem a deixar o suíngue de lado.
Pois é. Trade não era a palavra. Desde quando escrevi soube disso, mas foi o q veio. O q queria dizer era 'orgânico'. E é verdade isso q disses, os europeus no jazz parece q não tem tanto swing.
Nem só no jazz, né?
a chave do jazz europeu, ao que me parece, está na capacidade de criar espaços, dizer muito com o som. e também no nível de interação, diálogo entre os músicos. Uma dica para quem tiver curiosidade sobre essa apreciação é ler as críticas dos ouvintes europeus ou americanos (já li uma afiadíssima de um australiano) sobre esses cd`s no site amazon.com.
Vou deixar um link pra dar um pontapé. http://www.amazon.com/Goodbye-Bobo-Stenson/dp/B0009VJZ1U
abração
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