Como eu falei do Arild Andersen não posso deixar de falar outro norueguês - norueguêsa, aliás - de muito boa estirpe musical. Trata-se da cantora Karin Krog. Eu a conheci enquanto procurava informação sobre o citado baixista. Estava lá, na rede, com seu sonoro nome, olhando para mim. Ao seu lado, protetores, Red Mitchell e Warne Marsh, dois marcos do jazz. Com essa companhia, pensei, deve ser alguma coisa boa.
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Não me decepcionei ao ouvi-la. Sua voz é quente e acolhedora, apropriada para aquecer as longas noites do inverno do seu país e, ambivalente, refrescar nossas quentes noites tropicais. Tecnicamente falando, a menina encarou uma formação que exige atenção: baixo, sax e voz não é o modo mais simples para se arriscar no canto. O clima cool do disco poderia resvalar para um clima mais pesadão, mais arrastado. O vazio ocasionado pela ausência de bateria e/ou piano tem que ser aproveitado na estrutura dos arranjos. O desafio, então, é para todos. O baixo tem que ser preciso para dar sustentação, e o sax, por sua vez, e aí é a praia de Warne, tem de manter-se sutil, sem arroubos, para não contrastar excessivamente com a voz da menina. E o silêncio, assim, pode se tornar um belo pano de fundo para o trabalho. Eu acho que o trio consegue isso.
Ouçam duas faixas ali no podcast Quintal do Jazz.
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Um comentário:
Salsa,
Acho que você valorizou demais a moça. Ela não faz feio, mas o som é bom devido a presença de Mitchell e Marsh. tenho dito
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