quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Shades of Redd

A demora (uma semana já se passou) para postar mais alguma boa nova é justificável. Eu aguardava outros discos com Tina Brooks. Recebi um de um amigo em arquivo hermético (M4A), o qual não consegui abrir. O outro, liderado pelo pianista Freddie Redd, está, para minha alegria, em pleno funcionamento.


O disco é Shades of Redd, gravado em 1960 pelo selo Blue Note. O que me atrai no disco não é o pianista Freddie Redd (um bom pianista, comedido, percussivo na justa medida e explorador de acordes em bloco), mas sim a dupla encarregada de pilotar os saxes: Tina Brooks (tenor) e Jackie McLean (alto). São dois sopros que sabem ser agressivos quando necessário e sabem guardar uma dose dessa agressividade mesmo quando tocam baladas. Garantia de voluptuosa expressividade. A dupla ainda se reúne, até onde eu sei, em pelo menos mais dois discos: Back to the track (capitaneado por Brooks) e Street singer (sob a batuta dos dois saxofonistas - esse é aquele que eu não consegui abrir o arquivo).


O Shades of Redd, meus caros, é um disco excelente. Nossos heróis saxofonistas sabem dizer com eloqüência o que a música dita aos seus corações. Tarefa facilitada pela cozinha - com Paul Chambers (sempre preciso) e Louis Hayes passeando pelas searas dos rítmos de modo mais que aprazível. O piano de Redd (até esse momento ele era, para mim, um desconhecido), reafirmo, é de muito bom nível. São sete faixas (mais duas alternates) que satisfarão o apetite de qualquer jazzófilo (até mesmo aqueles que não apreciam as incursões latinosas - uma faixa, Olé, traz essa marca, mas não é algo que comprometa o resultado final).


Deixarei, para vosso deleite, três faixas no podcast Quintal do Jazz.

15 comentários:

Sergio disse...

Ô, grande Salsa, tomaí pacero, um "Back to the tracks" MP3 normal pra você. Agora, esse negócio de m4a é simples, cara, é só baixar um toca-tudo mais muderno q tu resolve isso. Eu tinha um q o que vinhesse ele traçava, mas meu técnico achou por bem fazer m de desinstalá-lo sei lá pq cargas d'água, de modus q nem te indicar um tou podendo. Esqueci o nome do tal meu ex-programa já saudoso. Mas enfim, o importante é o Tina e a música da galera do Tina.

Ah!, tá baixado e devidamente escutado o shades of redd. A 1ª faixa The Thespian já entrou pra lista dos grandes temas do jazz, mas achei o álbum um tanto arrastado na balada demais, sabe?

E se vc puder me mandar o alt take olé (mas só se ele for diferente do q já veio no meu álbum), agradeço.

produzideia@yahoo.com.br, caso tenha esquecido ou perdido. Mas se for igualzinho nem precisa se dar esse trabalho. Ó o link:

http://www.badongo.com/file/12068546

Salsa disse...

Valeu, Sérgio.
Eu já tenho o back to the tracks. Enviarei a faixa para você.

Anônimo disse...

Predador passou lá em casa para pegar uma vitrola com pick-up magnético da RCA Victor que foi do meu avô, e, aproveitei para convidá-lo a escutar o disco em questão: Shades of Redd.
Predador foi logo botando defeito, dizendo ser o mesmo bastante "baladoso", o baterista Louis Hayes deveria trabalhar em uma cozinha pois o mesmo era um "prateiro" de primeira e "chiava" igual chaleira. Quando tocou a música Olé, Predador torceu o nariz, fez uma cara feia(mais do que já é) e foi embora, sem mais nem menos, largando a vitrola do vovô p'ra traz e me deixou falando sózinho, de tão injuriado que ficou. Coisas de mau humorado! Na minha opinião o disco é bastante bom. Algumas músicas apresentam um andamento mais lento que outras, mas, não as classifico propriamente como baladas.Os compassos são um pouco mais ágeis. Destaques para Redd, um pianista sempre muito objetivo(sem firulas, sem acordes "glicerinados" em oitavas) e Paul Chambers um baixista excepcional. Disco agradável e jazzisticamente correto, apesar do Olé.

Sergio disse...

Pois é rapaz, agora q li direito, é "Street singer" q tá no tal m4a... Foi mal. Esse tbm não tenho nem em k7.

Anônimo disse...

Nos comentários do post acima onde se lê.... p'ra traz.... leia-se ....para trás. Escusas. São os maus flúidos do Predador.

ReAl disse...

Baladoso é dose. A primeira faixa começa com um clima meio camerístico para, em seguida, alterar para um up tempo de primeira. A balada de verdade é Just a ballad for my baby, que é agradável. Vocês são uns malas. Ouçam de novo! O disco inteiro!

Anônimo disse...

Desculpe, Salsa, mas vc. escreveu "...que satisfarão o apetite...", SATISFARÃO?

figbatera disse...

Ué, Mª augusta, qual o problema com "satisfarão"? (futuro do presente do indicativo do verbo)
Quer dizer que irão satisfazer o nosso apetite de jazz.

John Lester disse...

Prezados e satisfeitos amigos, venho apenas para tranquilizar Mr. Salsa: na próxima feijoada ouviremos todos os álbuns de Tina.

Grande abraço, JL.

Salsa disse...

Putz, vocês fazem minha cabeça bailar. Eu concordei o verbo com sete faixas. Mas, como não saco lhufas de gramática, pode estar errado mesmo. Se estiver errado, reivindicarei ao congresso que inclua "satisfarão" na reforma. Será que dá tempo? Se não der fica para a próxima. Manterei o texto como testemunho da minha guinorança.
Abraços para todos.

Sergio disse...

Cara, quantas vzs vc usa uma palavra, falada ou escrita e fica revendo-a na memória como se ela fosse uma perfeita estranha. Comigo, toda hora. Acho que já encontrei uma responsável pra me absolver (tá vendo, fiquei confuso entre absorver e absolver) desses brancos: é a idade. Q seja útil pr'alguma coisa essa marvada!

Quanto ao Tina, o q me desaponta é q se o papo fosse Miles, Coltrane, Monk... os ilustríssimos, não ia faltar assunto. Mas obscuros como Tina, Timmons, Pearsons - só pra citar 3 q adotei pra admirar. Esses continuam dando pouco pano pra manga. Q D o Edu, pô? A enciclopédia viva!........

Anônimo disse...

Prezado Sérgio, preocupo-me apenas na minha convivência com o jazz em manter, sempre q possível, a boca fechada e os ouvidos desobstruídos. Tina Brooks,Cecil Mc Bee,Butch Warren e Kirk Lightsey ,por exemplo, dedicaram suas carreiras e grandiosa música - por imposição ou fatalidade do destino - á pequenas e privilegiadas platéias.Edú.

Rogério Coimbra disse...

Feijoada na casa do Lester ao som do Tina ? Não se esqueçam de mim.

Sergio disse...

Meu bom, Edu, veja vc: Kirk Lightsey, nunca ouvi falar, já Butch Warren, me parecia um nome familiar. Moral da história, não conhecia nenhum dos 2. Mas nomes por ti citados são prontamente assimilados e GO! "Go!" é o nome do álbum de Dexter Gordon com Butch Warren, Sonny Clark e Billy Higgins que acabo de desenterrar. Pela cotação e resenha do allmusic, a carga é preciosa. Vê se me deste uma boa dica...

Anônimo disse...

Caro Sérgio,Lightsey é personagem de resenha já escrita q numa ocasião conveniente será colocada no Jazzseen.Cecil Mc Bee e Butch Warren são contrabaixistas da escola Blue Note Records ( da meia década dos anos 50 até 60.)Engraçado vc mencionar Higgins.Iria citá-lo, sua personalidade é bastante identificável na maestria das baquetas, caixas, tambores e chimbal.Um artesão da técnica percurssiva.Edú.