domingo, 16 de novembro de 2008

Eli Degibri - um bom começo

E por falar em novos nomes do jazz, ouvi o saxofonista Eli Degibri. O cd In the beginning (2003) me surpreendeu com a boa mescla do contemporâneo com a tradição. A equipe, como diz Salsa, é da confraria NY-Tel Aviv: o guitarrista Kurt Rosenwinkel e o pianista Aaron Goldberg mais Jeff Ballard e Ben Street compõem o quinteto liderado por Eli.

Achei na rede um comentário do vizinho John Lester (jazzseen), muito bem escrito, que reproduzo sem a devida autorização:


"Esse saxofonista judeu não coloca mais seu estojo na calçada para recolher nossas moedas. Nem cobra aqueles juros extorsivos denunciados por Lima Barreto em seu clássico Bruzundanga. Eli é apenas um grande músico, ainda não muito conhecido por aqui, mas que já anda aprontando as suas na cidade que hoje mantém o jazz vivo: New York. Começou a estudar música aos 7 anos e aos 16 já tocava profissionalmente. Primeiro músico judeu a receber bolsa integral para Berklee (imaginem a felicidade dele!), foi também um dos poucos bolsistas integrais (apenas 6 em todo o mundo) no Thelonious Monk Institute. Além de competente arranjador e compositor, Degibri possui uma sensibilidade bastante inusitada, considerando que o mundo do jazz contemporâneo tem se dedicado bastante ao tecnicismo irascível e ao academicismo afetado. Para mim existem traços claros de John Coltrane e Sonny Rollins em sua sonoridade e discurso, combinados em doses adequadas e equilibradas: inventividade e potência, graça e força, todas simetricamente dosadas por sua voz própria e original. Após tocar com gente como Herbie Hancock, Al Foster, Ron Carter e o brasileiro Paulo Braga, Eli merece a boa acolhida que tem recebido no meio jazzístico, com apresentações e gravações como líder de seus próprios grupos e álbuns".

Deixarei as faixas Cherokee e Shoohoo no podcast do Jazz Contemporâneo.

Pé de página:

Um bom começo?

ou

Silêncio, por favor, a música merece ser ouvida!

Foi inaugurada, ontem, a casa de shows Spirito Jazz. Não fui convidado, periferia que sou. Um amigo foi e me disse que o espaço é muito bom. Disse-me a testemunha que o show não foi de jazz, mas Filó é um grande músico. O que atrapalhou foi a ala vip, os "entendidos de música" convidados: estavam se lixando para o show de Filó Machado. A falação dominou o ambiente - total descaso com o músico convidado para a inauguração. É aquela história: o mau hábito de só freqüentar boteco e achar que música é trilha sonora para conversa (como acontece em botecos de Vitória). O que não acontecerá quando o restaurante for inaugurado? É uma pena.

10 comentários:

Salsa disse...

Pô, Vinyl, eu ficarei triste se isso for um fato. Lembro-me de Grijó ter comentado sobre o público lá do Porto, durante o evento em homenagem à bossa nova, que não parava de falar - será que é uma questão congênita ou terá solução? No Tim festival o público se comportou bem (apesar de alguns insistirem em sair e entrar durante as apresentações). Talvez, por ser uma casa de shows, o povo ainda está confundindo com o boteco. Sei lá. Convém buscar mais informações.

Anônimo disse...

Lembro de um Tim,Festival de Jazz, onde o forró comeu solto:o pessoal de Vitória adorou, cantou e dançou junto! Fui uma das que saiu, não aguentei...! Depois voltei, para assistir o que eu havia me proposto assistir
E de uma noite no Blue Note, em NY( entre outros clubes de Jazz) local apertadinho , onde a turma se espreme e fica atenta, ouvindo e reverenciando a música e os músicos( tive a sorte de assistir um dos Marsalis,Jason ,na bateria...Em todos os locais havia reverência, respeito... Acho que é uma questão de educação, no mínimo, uma tremenda falta de respeito com os músicos!

Anônimo disse...

Eu já esperava que isto acontecesse: O nome é Spirito de Jazz, mas jazz que é bom dificilmente será apresentado na casa. Estou pagando para ver. Falação na hora do show é pura falta de educação. No Balacobaco, por exemplo, dificilmente existe conversa paralela enquanto os músicos estão se apresentando. Pelo menos nas terças-feiras, com Salsa, seu grupo e convidados. Como já dizia aquele jogador do Botafogo: "esta ilha é uma província"!

ReAl disse...

Bem, eu só ouvi um relato. O hábito pode mudar. E o Eli? O que vocês acharam?

Rogério Coimbra disse...

Um voto de confiança. Lá estavam convidados pessoais do proprietário,não um público específico da música, um público espontâneo.Vai dar certo, tem que...

Salsa disse...

Graaande Rogério, você estava lá? Conta pra gente como foi, pô! Ou teremos que esperar até o dia da feijoada?

John Lester disse...

Por essas e outras, fico em casa, ouvindo Eli Degibri.

Grande abraço, JL.

Rogério Coimbra disse...

Isso Lester, fique em casa ouvindo o que quiser, bolando aquela saudosa feijoada...

Anônimo disse...

Feijoada Kosher pro Eli,por favor.Edú

Graziela disse...

salsa, vai rolar trio fino rock na quinta (20/11)? Bjos Bjos