Já que o assunto é jazz, vamos a ele (antes que o Predador resolva nos atacar com todas suas extraterrenas forças). Saquei do alforje um disco que nem o irascível e.t. há de reclamar. O protagonista é ninguém menos do que o não menos irritadiço Charles Mingus. Gravado em 1960, Mingus! tem três faixas apoteóticas que abalarão as bases dos nossos visitantes - desta e de outras galáxias.
Vocês ouvirão MDM (Monk, Duke and Me), reunião de Main Stem (Duke), Straight, no chaser (Monk) e Fifty-first street blues (Mingus). A festa musical proporcionada pelos trombonistas Knepper e Woodman, pelos altoístas McPherson e Dolphy (este ainda encara a flauta e o clarone), pelos trompetistas Curson e Hillyer, pelo tenorista Booker Ervin, mais a cozinha (Bley e Richmond) é para pedir bis.
O disco ainda tem uma versão mais que boa de Stormy weather e, por fim, Hellview of Bellevue, tema dedicado à passagem de Mingus pelo famoso hospício. Essa última eu deixarei para Salsa, à sua vez e se capaz for, inspirar-se para escrever mais um de seus contículos. Vai encarar, capixaba?
8 comentários:
Eu posso tentar. Se rolar, rolou.
Já leu a autobiografia do cara?
Vinyl, a biografia que você se refere é o "Saindo da Sarjeta" ? cara, o livro fala mais do Mingus gigolô do que o músico, muito doido
agora, o video documentário sobre ele "Beneath The Underdog" é fantástico
Mingus é genial, muito mais como compositor do que contrabaixista, e sua música é realmente vibrante
Abs,
...tema dedicado à passagem de Mingus pelo hospício... Com essas palavras o sr.CD encerra o seu comentário do disco de Mingus. Conclusão: música de doido para doido ouvir. O único disco de Mingus que aguentei escutar, assim mesmo não inteiramente, foi "Mysterious Blues" e olhe lá!Embora fosse um bom contrabaixista, suas composições e arranjos eram de arrepiar "pêlo de bode dentro de chiqueiro de porco".
Continuarei ouvindo Bud Powell !
Ê, homem difícil, sô! Acho que o Predador é manco do ouvido e da alma. E o besta do CD querendo agradar o ET....
Prezado Predador
Já vi que vc não entende porra alguma de jazz. Como disse o colega acima, o seu ouvido é manco ou não está sintonizado ainda. No entanto, uma coisa é certa: Mingus requer doses de intervalos, não deve ser ouvido diariamente. Enfim,compreendo o que vc quis azedamente dizer: o pecado do Mingus é que o seu estilo impulsionou o free jazz. Bem... parei onde vc começou.
Um abraço, do Calafa.
Prezado Calafa,
Vou além, eu ainda não conheci um jazzista que me fizesse ouvir sua discografia de cabo a rabo numa boa. Ainda está pra nascer. Mingus chutou o balde, sim. E isso foi necessário para a música não ficar no patamar domesticado, que é a ânsia da maioria dos vis mortais.
Caro Guzz
Na verdade, a autobiografia de Charles Mingus chama-se originalmente "Beneath The Underdog" e teve sua 1ª edição em 1971. Para elaborar a obra, Mingus foi assessorado pelo jornalista Nel King.
Tenho uma edição portuguesa desse livro, de 1982, que foi traduzida por Vítor Ribeiro Ferreira, sob o título "Abaixo de Cão".
No Brasil, foi editada, em 2005, uma tradução feita por Roberto Muggiati, com o título "Saindo da Sarjeta: Autobiografia de Charles Mingus", que ainda não tive a oportunidade de ler.
Realmente, a obra dá mais ênfase à vida não-musical do famoso contrabaixista e compositor.
Olmiro Müller
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