Nada como acordar com uma boa dose de jazz. Exagero meu, mas, com certeza, é uma das boas coisas da vida: acordar com algo que a gente gosta. Programei o despertador para tocar Carl's blues às 9:00h, e, com a pontualidade das máquinas, lá estava o grupo liderado pelo baixista Curtis Counce (preciso como poucos, e não tão conhecido) inundando o pequeno quarto com uma boa dose de encorpada sonoridade.
O grupo de Counce inicou os trabalhos em 1956 e era formado por Carl Perkins (piano), Harold Land (tenor), Frank Butler (bateria) e Jack Sheldon (trompete - que, no disco encarregado de me despertar, toca em apenas uma faixa - outras duas ficam por conta de Gerald Wilson).
Nota triste: o disco em questão, Carl's blues, gravado entre 57 e 58, acabou se tornando um epitáfio para o pianista Carl Perkins, que faleceu em 58, aos 30 anos. Carl's blues, segundo o band líder, foi a última música composta pelo jovem e finado instrumentista. Não há como negar a sua expertise. O cara é bom mesmo. Vocês testemunharão ao ouvirem o disco.
O que temos aqui, senhoras e senhores, são quarenta minutos de excelente música. Da primeira à última faixa, as interpretações são de inquestionável qualidade (o senão fica para a faixa solo de Butler, que achei monótona). Obviamente, puxarei a brasa para Harold Land, um dos meus heróis prediletos. O modo intenso com que liga as notas de suas belas frases, ou como as ataca, são exemplares para aqueles que almejam conseguir expressar sentimentos com seus instrumentos.
Sem mais delongas, curtam I can't get started, Love walked in e Carl's blues ali na radiola.
9 comentários:
É "chover no molhado" falar alguma coisa sôbre este excelente álbum do Counce, mr.Salsa. O negócio e escutar, reescutar e....continuar de novo escutando. Concordo com você, o solo de Butler é de "lascar", mas, certamente, não ivalida o disco. Músicos na medida certa para coroar com exito uma gravação da música west coast.
Intergalático amigo, é um prazer recebê-lo no meu pequeno sítio. Alguma indicação para procurarmos?
Não foi esse que o Predador comeu como biscoito em minha casa ?
Tenho os pedaços ainda aqui, para oportuna reconstrução. Cuspa-os, Predador !
Gostaria por primeiro esclarecer que não foi eu quem mastigou o CD do Counce após ter tomado umas 14 taças de vinho,no aniversário do "Cretino de Creta", e sim mr.Garibaldi de Magalhães. Por segundo, mr.Salsa, não me sinto em condições de fornecer qualquer indicação na área do jazz, ao qual dei um tempo para não haver saturação. Atualmente estou ouvindo Rock dos bons tempos: Led Zepellin, Deep Purple, Jimmy Page, etc...
Ninguém me convida para esses festins...
Predador, gostaria de ver você balançando a cabeça e os seus dreds ao som de um bom hard rock. Cena para ficção udigrudi.
salsa san,
delícia de som...ataques bacanudos, batera enxuta, baixo swingadaço...os caras eram bons mesmo, mamma mia.
em 1958 eu nem era projeto de qualquer coisa...ouvi-los agora, nesse novo século, continua moderno...e mais importante, bello...dá um desânimo fazer música qdo passo poracá...rsrsrs...só tem sonzaço.
abraçsonoros
Muito linda essa foto do fundo, hein? Há tempos não entrava aqui, ficou muito legal o novo layout.
Pituco e Belo-belo (bela-bela?),
A casa é de vocês. A radiola, inclusive.
Bonita mesmo é a foto de Pixinga com Armstrong.
FUI
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