Em 1919, em Tulsa (Oklahoma) - cidade que eu conheço em função dos inúmeros livros de bolso que meu velho comprava (bang-bang), nasceu um camarada chamado Hal Singer. Passados 91 anos, enfim, o conheci.
Singer é um tenorista. Seu sopro lembrou-me uma mistura de Hawkins com Webster (ele afirma que seus sax heroes são Hawkins e Byas), e seu fraseado traz marcas de r&b. Isso se explica pelo período de 10 anos (49-58) em que acompanhou músicos desse estilo.
O disco que agora ouço, Blue stompin', gravado em fevereiro do bom ano de 1959, Singer se fez acompanhar pelo excelente e solar trumpetista Charlie Shavers, pelo descolado Ray Bryant ao piano, Wendell Marshall ao baixo e Osie Johnson à bateria. A sonoridade é clássica, remetendo-nos mais aos anos quarenta do que à década em que o disco foi gravado. Mas o resultado está bom.
A união do som de Singer com o de Shavers não deixou arestas. Parece que foram feitos um para o outro. Desde a faixa-título, em que os dois grandes instrumentistas brincam como se estivessem em um parque de diversões, fazendo diversas citações em seus improvisos, passando pelo balanço de Windy (na qual Shavers usa surdina), pelo swing de Fancy pants ou na websteriana balada With a song in my heart, a química entre os dois foi perfeita.
Curtam Blue stompin', Midnight e Fancy pants na radiola.
Link: Avax
2 comentários:
Para um "soprador" de rock e rhythm-and-blues, o resultado de Singer neste disco é muito bom. Acrescenta-se que foi escudado por uma "cambada" de feras como Shavers, Bryant, Marshall e Osie Johnson, ótimos músicos de jazz. Interessante o repertório deste álbum, onde encontramos o velho baladão With A Song In My Heart, que fez muito sucesso, na década de 50, na voz de Doris Day.
Rock'n'roll, bro!
Postar um comentário