segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Perkins plays Mandel

Retornemos à Califórnia. Foi lá, em 1966, que o multiinstrumentista Bill Perkins (flauta, clarinete baixo, saxes tenor e barítono) gravou um disco - Quietly there - dedicado integralmente ao compositor Johnny Mandel (se vocês não o conhecem, devem conhecer pelo menos uma de suas músicas: The shadow of your smile). Mandel, destaquemos, deu-se muito bem compondo temas para filmes hollywoodianos (Harper, The russians are coming, The americanization of Emily etc e tal).

Quietly there foi realizado com o apoio de Victor Feldman (piano, órgão e vibrafone), John Pisano (guitarras acústica e elétrica), Red Mitchell (baixo) e Larry Bunker (bateria). O resultado final é bastante curioso. A sonoridade, os arranjos, tudo guarda uma estranha peculiaridade. O próprio Perkins, ao utilizar todos os instrumentos citados acima, mostra uma face que eu não estava habituado. Sempre o tive como tenorista.

O seu modo de tocar está diferente aqui. Talvez em função, além da profusão de sopros, dos arranjos (rola algo funky, algo bossa, algo mainstream, algo levemente experimental) - não sei precisar de que modo, mas me soou diferente. Quanto aos sopros, achei o som do barítono, em Keester parade, tosco mas agradável. A versão da bela valsa Emily ficou bastante envolvente com Perkins encarando o clarinete baixo e Pisano dobrando o tema com seu violão de aço. Em Groover wailin', o barítono de Perkins parece estar mais solto, mais ousado, assim como Pisano com a guitarra elétrica (confesso que me agradei até do órgão tocado por Feldman). Something different permite Perkins brincar convincentemente com a flauta - o próprio tema tem um clima lúdico (que Mitchell, Pisano, Bunker e Feldman aproveitam para brincarem um pouco mais). Mando quatro estrelas e meia.

Deixarei três temas ali no podcast Quintal do Jazz.

Link: Here

6 comentários:

Érico Cordeiro disse...

Mr. Salsa, flautinha bacanuda a do Mr. Perkins - muito legal a segunda faixa postada. E prefiro o Feldman no piano ou nos vibes que no órgão. O Pisano é muito bom (tenho um disco ao vivo do Joe Pass que é ótimo e o Pisano fica só ali, na sessão rítmica).
O título faz jus ao conteúdo do álbum - é bem diferente mesmo e muito interessante!!!!
Abração!!!

Salsa disse...

Prezado Érico,
Postei essas faixas para mostrar como Perkins se sai com o barítono, a flauta e o clarinete baixo. Achei a faixa groover wailin' musicalmente interessante (a composição em si). O som do órgão do tocado por Feldman também tem um som estranho. Parece que todo mundo estava experimentando sonoridades.

pituco disse...

salsa san,
baixei, saravei e curti pacas o que tô ouvindo...obrigadô

abraçsons

Salsa disse...

Pituco,
O próximo post servirá para percebermos o contraste entre momentos diversos de Bill. Aguarde.

Giovanna disse...

Olá. Meu nome é Giovanna e trabalho para a Noir Comunicação, uma assessoria de imprensa de Belo Horizonte (MG). Eu gostaria de lhe mandar um material sobre o Festival Tudo É Jazz, que acontecerá em Ouro Preto, aqui em Minas, em setembro. Nomes como Madeleine Peyroux e outros se apresentarão no evento. Há algum email direto que você possa me passar para que eu te encaminhe os textos? Obrigada pela atenção! Aguardo contato no giovanna@noir.com.br. Um abraço!

Salsa disse...

Falou, Giovanna,
Já enviei o e-mail.