Gene Ammons é um grande tenorista. Agrada-me ouvir seu sopro encorpado e seu fraseado mais tradicional, sem estridências. No período em que eu colaborei com o Jazzseen, postei um disco gravado no mesmo ano do que agora ouço: 1958. The Big Sound também conta com o timaço que participou do Groove Blues.
O fato curioso, nos dois discos, é John Coltrane encarando o sax alto, deixando o tenor aos cuidados do band leader e de Paul Quinichette (com quem Coltrane gravou um belo disco). O time ainda conta com o baritonista Pepper Adams e com o flautista Jerome Richardson. A sessão rítmica é capitaneada pelo indelével Mal Waldron e traz George Joyner ao baixo e Arthur Taylor à bateria.
A primeira faixa do disco é um belo blues (Blue Hymn - em andamento lento) composto por Ammons, no qual os músicos podem destilar todo sentimento. Na seqüência, o clima é mais up, cheio de swing (The real McCoy e Cheek to cheek), e o espetáculo se encerra com a balada That's all. Indico sem titubeios para os apreciadores do bom jazz.
No podcast Quintal do Jazz ficará uma amostra.
O link do avax: HERE!
8 comentários:
Vc não foi apenas um colaborador do Jazzseen.Foi, na verdade, um dos criadores do blog.O enorme sucesso daquele espaço tem parte de sua responsabilidade.
Mr. Salsa:
É por essas & outras que digo sempre que depois que passei a conviver com vocês, inferneticamente que seja, minha qualidade de vida musical melhorou pracaramba à beça.
Valeu esse Gine Ammons! Som dusbão!
Abraço do Oleari.
O verdadeiro Big Sound... existem outros do Ammons tb Happy Blues,Heavy Sax,Funky etc...mas este tem Coltrane e ai o bicho pega.Gracias por este gem !!!
Os belíssimos solos de Mr. Salsa ainda ecoam incólumes nas instalações do Jazzseen. Blog que é apenas uma - e talvez a mais singela - das muitas e importantes contribuições de nosso amigo para a sobrevivência do jazz. Já demora a resenha que fale sobre as invenções de Mr. Salsa em sua cruzada, como o jazz nas segundas-feiras na Curva da Jurema, o jazz nas terças-feiras no Balacobaco. Isso sem falar quando o genial artista levava Antenor (seu sax tenor) para o shopping Centro da Praia e desandava a tocar, à capela, um blues para uma platéia entre atônita e estupefata.
O álbum? Se Coltrane está lá, não preciso comentar.
Vocês sabem que o trabalho pesado, lá no Jazzseen, sempre foi e ainda é do Lester.
Jazzlover e Oleari,
é um prazer recebê-los. Voltem sempre e não esqueçam de deixarem suas opiniões sobre os posts.
Gene Amnmons pertence, naturalmente, ao primeiro time de tenoristas clássicos do jazz. Gene era filho do pianista Albert Ammons, um master do boogie-woogie. Por influência do pai, com certeza, Gene também precorreu um bom caminho no campo do "rhytm & blues". Tenho um LP (vinil) editado pelo antigo selo Imagem, em que Gene Ammons faz a festa juntamente com os também tenoristas Frank Wess e Frank Foster, mais o trombonista Bennie Green e o cornetista Nat Adderley.
Parabéns, Salsa, pela resenha e pelo músico escolhido.
Grande Olmiro,
prazer em relê-lo. Seus comentários sempre acrescentam dados que me escapam. Valeu,
O time é espetacular.
Tenho essas - quase todas - gravações naquela caixa da Prestige do Coltrane. E o Paul Quinichette é gênio.
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