Ontem, lá na Lama (região udigrudi de Vitória), eu ouvia o papo de amigos sobre a lei sêca. Um dos participantes da boa mesa disse que a lei estava acabando com seu fígado. Ante a expressão de surpresa que dominou a todos, ele explicou: "antes da lei eu saía do bar lá pelazumazora, no máximo. Agora só saio depois das quatro, quando os guardas já foram dormir. Enfim, tenho bebido em torno de quatro horas a mais por noite".
Mudei o papo perguntando se eles conheciam o som que Geraldo, o dono do Cochicho botou pra rolar na vitrola. Depois de vários chutes pra fora, eu apresentei Gigi Gryce aos convivas. Altoísta do segundo escalão, pouco conhecido, Gigi tocou ao lado de várias grandes estrelas do jazz: Monk, Lionel Hampton, Art Farmer, Lee Morgan e os cambau. No início dos anos sessenta converteu-se ao islamismo e, pelo que parece, andou pirando: largou o jazz e passou a lecionar (sintoma claro de desvario emocional).
O disco que ouvíamos foi o penúltimo de Gigi antes de abandonar os palcos: The rat race blues. O grupo que o acompanha é muito bom. O pianista Richard Wyands, o trompetista Richard Williams, o baixista Julian Euell e o equilibrado baterista Mickey Roker fazem um som de primeira, que valoriza bastante o resultado final. Destaque para o piano e para o trompete, cujos solos estão bem acima da média.
Às quatro e meia, Geraldo mandou a conta (que não pedimos). O bar estava fechando. Levantamo-nos e fomos à feira tomar café e comprar peixe. Álibi para possíveis repreensões das esposas dos que ainda estão casados.
PS - Ouçam The rat race blues e Boxer's blues no podcast quintal do jazz
11 comentários:
Álibi, hein... Eu sentava o peixe na cabeça dele! hahahahah Ñ, ele ia era p a cozinha preparar o almoço enquanto eu começava a beber, isso, sim! hahah
Am... Achei q cs podiam msm gostar da Mojobooks, quase vim cah dar a dica, daih vim agora falar p o Vinil e o CD, jah q c jah viu...
Meninos, vcs escrevem bem e música lhes eh familiar, então acho q vão gostar da Mojobooks, a primeira editora 100% digital cuja prpoposta eh: "Se música fosse literatura, q história contaria?" O jah fez estória p mts álbuns ou soh p uma música, enfim.
Mas cs iam tr mt do q falar, certeza! E certeza d q o fariam bem, tb.
Am... Se "sair" alguma coisa, me contem!!!
Abraço e bssitos em tds!
Ow, soh hj q eu reparei q cs mudaram p Back'yard! Pq? Fiquei curiosa
Gabi,
É que, de repente, achamos jazzigo muito "memorialista", muito passado. Sentimos necessidade de ouvir o que está rolando por aí (sem desprezar o passado, pois ele, de fato, não passa - está aí, nas gravações). O quintal é aquele lugar onde as coisas brotam, onde brincamos sem paranóia, onde o universo começa. O jazz é lúdico e, como as boas brincadeiras, os músicos inventam de montão.
Aparece mais.
Pois é, mulher tem sempre mais prestígio aqui também...
Eu havia feito a observação (sobre a mudança do nome do blog) há muito tempo - logo que mudou - e não mereci nenhuma resposta.
Agora, bastou a Gabriela tocar no assunto e vem logo o Salsa, tomo atencioso, dar a explicação direitinho, né? kkkkk
Correção: leiam "todo" (atencioso) no lugar de "tomo".
ps.: vejam meu comentário no post de 01/07/2008.
olney
Mr.Salsa tem razão. O album The Rat Race Blues, é um dos melhores de Gigi Gryce como líder. Muito boa pedida!
Fig, meu velho,
fica triste, não. As damas têm preferência nesse quintal - creio que no seu também.
É claro, amigo Salsa,
eu fiz apenas uma constatação.
A preferência é delas, sempre, na sala, no quarto ou no quintal...
Abração do
olney
Ow yes, brigada.(Tão bom ser lady, hahah)
Tm tb q em alguns quintais hah jazigos, neh?! Td ao msm tmpo, mt bom, mt bom...
Bessitos
Acabei d vr na net:
Cervejas: R$30,00 Multa por dirigir embriagado:R$995,00
Encontrar os amigos na delecia: Ñ tm preço, ihuuuwww
Gostei dessa Salsa: sair do bar, comprar peixe. Que a moça não se preocupe. Eu saio do bar, compro o peixe e faço a muqueca: ao som do Gigi senão , não haveria Gryce. perdão.
Rogeriocoimbra
Quanta honra, meus amigos, a visita do nosso historiador musical de plantão, Mr. Rogério Coimbra. E com o bom humor de sempre.
Aparece mais, meu velho, para abrilhantar o nosso quintal.
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