Confesso que à primeira audição dos solos de clarineta e tenor eu pensei que se tratasse de algum marmanjo. A surpresa por mim demonstrada, ao descobrir que quem estava tirando aquele som todo era uma jovem moçoila de cabelos encaracolados, não se justificava, pois, como diz John Lester, "elas também tocam jazz". O nome da menina: Anat Cohen.
Sim, senhores, ela é a irmã caçula dos Cohen e com eles virá a Ouro Preto, em outubro. Percebe-se que a primeira língua falada por essa família é música. E Anat "fala" muito bem (não à-toa ela foi eleita pela associação de críticos de jazz como a melhor clarinetista de 2007). A sua língua vai do clássico ao choro. É isso mesmo: o bom e velho choro brasileiro. Segundo a própria, os responsáveis por sua imersão na música popular brasileira foram o baixista Leonardo Cioglia, o flautista Fernando Brandão, o violonista Pedro Ramos e o baterista Duduka da Fonseca, com quem partilhou inúmeras gigs em New York.
Anat, como a maioria dos músicos contemporâneos (ela está na estrada desde 1999), não fecha as portas para as vertentes sonoras que povoam esse nosso mundão sem porteira. A solução para tanta informação são arranjos que mimetizam os "sotaques" sob as luzes do jazz. Isso vocês poderão constatar se adquirirem o cd Noir - Anat Cohen & Anzic Orchestra. Lá vocês encontrarão de tudo um pouco - de Evans a Pixinguinha, tudo muito bem articulado e sustentado por uma orquestra de primeira (que conta com a participação dos brasileiros Duduka da Fonseca, Zé Mauríco [perc] e Guilherme Monteiro [g]).
Enquanto vocês não compram, poderão conferir a competência da jovem e da orquestra no podcast de jazz contemporâneo. Deixarei as faixas Do it (de Griffin) e Ingênuo (de Benedito Lacerda e Pixinguinha).
10 comentários:
Parabéns pelo blog.
Visite o meu blog também:
http://jazzxxi.blogspot.com
O tema é jazz do século XXI.
Belíssimo,conheço muito pouco a conexão Tel Aviv/NY como classifica o Luiz Orlando Carneiro.Mas o olhar de Anat é tão doce como a timbre de seu clarinete e como o olhar das mulheres judias.Edú.
Prezado Mr. Salsa, algo me diz que copiarei esta resenha assim, sem mais nem menos, e posarei no Jazzseen.
E não me venha com direitos autorais que conheço seu passado nebuloso.
Passar bem, JL.
Lester, a resenha abordando Anat e seu terno olhar é de autoria do sr.Vinhas.Vc,por acaso , tem um dossie a respeito dele tb(rs,rs,rs).Edú
Puxa vida, quanta honra! Um texto meu publicado no jazzseen...
Vou correndo contar pro papai.
Beleza, John lester, isso me deixa bastante feliz. E não tem problema com copyrights.
Essa confusão entre Vinyl e CD já nem tomava mais o meu tempo, até descobrir que Vinyl e Vinhas são a mesma criatura. Claro que Vinhas não é um nome assim único, mas vai que aqui se dá a coincidência de haver parentesco com o pianista da Bossa, Luiz Carlos, cujo filho André foi, na adolescência amigo e vizinho de prédio aqui do bom e véio "Jorna"...
Grande Sérgio,
Que eu saiba o parentesco fica só por conta do amor à música. Depois eu farei uma visita para ver/ouvir as nidades do Sônico.
Obrigado pela visita.
Estou colocando o teu blog na lista dos meus favoritos.
Abraço.
Prezado Sérgio, guardei o sobrenome do sr.Vinhas(Vinyl, pros intímos,rs,rs,rs) em razão da lembrança do saudoso pianista "de muito swing" da bossa nova e por sugerir parentesco,logo agora esclarecido.Edú.
Srs.Dias,Vinhas e Salsa, repasso a informação da morte do saxofonista Johnny Grffin na tarde desta sexta-feira, dia 25, na França.Griffin aos 80 anos, morava há mais de 20, em território francês.Era um dos considerados "grandes" em atividade.Deixará saudades, que descanse em paz.Edú.
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