Prosseguimos a devassa na discoteca do Sr. Reinaldo Santos Neves. Ouvi um disco gravado em 1999 por Buddy DeFranco: Do nothing till you hear from us! Buddy, aos 75, mostra todo o vigor e o suíngue que lhes são característicos. Unem-se ao clarinetista, o pianista Dave McKenna, de excelente mão esquerda, propiciando substituição eficaz do ausente baixo, e o guitarrista eletrificado Joe Cohn, dono de um fraseado que não deixa a peteca cair, tanto no up como no slow tempo. As primeiras duas faixas me seduziram de imediato. Finegan's walk, a primeira, é bem mais digerível do que o livro com que brinca: Finnegan's wake, do escritor irlandês James Joyce. Está mais próxima do clima da canção vaudevilleana de mesmo título lançada lá pelas bandas de 1850. É um agradável passeio, sem dúvida. A segunda, Skinnin' rabbits, faz-me supor que o coelho estava fugindo do trio que tentava escalpelá-lo. Reparem a precisão, nota a nota, da dobradinha clarineta/guitarra. Sensacional.
3 comentários:
Creio que está mais prro Vaudeville do que para Joyce. No último caso, rolaria um free jazz.
Nor-rooos-saaa... Qta honra... "Blog da Gabriela" ali no cantinho esquerdo...
Mt obrigada, "Jazzigo"!
Qt à postagem... P/ profissas... Eu soh sei dizer q a sonoridade d "Skinning..." me pareceu uma coisa meio d perseguição d desenho animado; gostei.
Abraços
Na minha opinião, Buddy De Franco foi um dos poucos clarinetistas a assimilar naturalmente a linguagem bop, enfrentando bravamente a predominância imposta pelos saxofonistas, não deixando, assim, o clarinete cair no esquecimento. Além disso, De Franco conseguiu também estabelecer uma sonoridade cool própria, afastando-se geralmente do registro agudo, tão comum nos clarinetistas da era swing.
Olmiro Müller
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