Soube que a moça nasceu em 1913, em Louisville, Kentucky - terra do uísque de milho, e aprendeu música, como de praxe, numa escola dominical da igreja. Rapidamente, ela alçou vôo para outras plagas e, lá pelas bandas de 1938, foi convidada por Count Basie para ser a crooner de sua orquestra. Ali torna-se patente a sua competência na interpreção de baladas, blues e do bom e velho suíngue. Daí em diante, Helen seguiu uma trilha de sucessos. É possível ouvi-la também em algumas sessões do Jazz at the philharmonic. Dizem que entre 59 e 61 ele gravou três excelentes discos e fez uma séries de shows de primeira acompanhada por Red Norvo e outros super stars do jazz.
O disco que Salsa me emprestou é justamente desse período. Foi gravado em 1960, contando com a participação de figurinhas carimbadas como Ben Webster, Teddy Edwards, Art Pepper, Barney Kessell, Shelly Manne e mais um monte gente. O que dizer sobre? É um time que resolveria os problemas do Flamengo. Os arranjos são clássicos, valorizando o suíngue. A voz de Helen flutua entre os naipes (cordas e sopros) com uma segurança ímpar. Não há como não reconhecê-la como uma das musas do jazz. Beleza de indicação. Obrigado Sr. Sérgio. Ouçam St. Louis blues e Million dollar secret.
8 comentários:
Helen Humes é geralmente subestimada pelos entendidos, mas nada deve a Ella Fitzgerald e Sarah Vaughn.
A propósito de vocalistas femininas de jazz, na minha opinião, as seguintes cantoras, ao longo dos tempos, têm lugar garantido no primeiro time:
Anita O'Day, Annie Ross, Barbara Lea, Billie Holiday, Blossom Dearie, Carmen Mc Rae,Dinah Washington, Doris Day, Ella Fitzgerald, Ernestine Anderson, Helen Humes, Helen Merril, Irene Kral (nada a ver com Diana Kral), Joya Cherrill, Lee Wiley, Peggy Lee, Sarah Vaughn, Stacey Kent, Suzanah Mc Corkle, Tierney Sutton, Una Mae Carlisle.
A ordem é alfabética para não estabelecer hierarquia.
Olmiro Müller
Vinyl, deixei uma prova dos nove pra vc tirar lá nos comments do Horace no SS. Quanto a Helen, é o que se diria nos antigamentes, é o fino da bossa.
Valeu por aceitar a troca proposta, é assim que um blog completa o outro e vice-versa.
Concordo com Olmiro.
Infelizmente existe a tendência de se ofuscar grandes talentos com o excesso de holofotes dirigidos a alguns poucos. Helen é sensacional e merece lugar de destaque na constelação de cantoras.
Doris Day? Aquela loirinha bonitinha?Não sabia que era cantora de Jazz! Sugestão de algum álbum com ela?Agradeço!
Maria Augusta
Embora a maior parte da discografia de Doris Day não seja voltada para o jazz, há pelo menos dois álbuns em que ela fraseia jazzisticamente com desenvoltura:
"Young Man With a Horn", com músicas do filme que leva o mesmo nome e big-band liderada por Harry James, e "Duet", com o pianista Andre Previn.
Virtudes musicais de Doris Day que ninguém pode negar: timbre inconfundível, dicção cristalina e insuperável noção de ritmo. Pena que tenha gravado tão pouco jazz.
Olmiro Müller
Eu não tenho nada da Doris Day. Creio que Reinaldo tem esse da trilha sonora. Ouviremos, pois.
Obrigada, Olmiro,ouvirei aqui no Jazzigo, assim que o Salsa pegar emprestado com o Reinaldo...Vou procurar tb. no Jazzseen, ver se tem alguma coisa nos arquivos...se bem que John Lester não é apreciador de vozes no Jazz, com raras exceções!
Muitos conhecedores de cantores e cantoras colocam Doris Day como a segunda melhor cantora branca de jazz, após Anita O´Day.Não entro nessa polemica mas as sugestões do Sr.Muller são ótimas pois conheço e tenho ambos os discos além de mais dois dela.Doris é contemplada num excelente perfil no livro "Lembranças do Sec.XX" de Ruy Castro.A graciosa e sorridente loira comeu o pão que a turba amassou em sua não suave vida.Edú
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