Viajar de moto e ouvir boa música. Duas coisas que aprecio e tenho feito. Cheguei em RDZ, apesar de ter de passar por Campos. Contornos às cidades deveriam ser obrigatórios. Ainda mais em lugares como Campos. Penso nessa passagem como uma provação, pois, de outro modo, seria o paraíso. E, segundo consta, essa seria um recanto acessível apenas pós-morte. Na dúvida, vou ficando por aqui administrando meu conhecido inferninho.
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Cheguei na quinta, a tempo de tentar assistir Stanley Clarke na Pedra da Tartaruga. Estava inviável. Muita gente e pouca pedra para pisar. Assistirei na sexta, no palco principal.
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Abriu a noite da morna sexta a furiosa de mórmons BYU Synthesis, que fez uma boa apresentação. Com volume alto, como deve ser. Fiquei pensando se a loirinha tenorista teria direito de ter vários esposos, como é da lei clássica.
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Primeira garrafa de vinho e uma cerveja 9,5º. Entra no palco o violonista Diego Figueiredo. Mise-en-scène à parte, sobrou pouco (apesar da boa cozinha que o acompanhava). A sua performance foi bem aquém de sua precoce fama. Esperemos a maturidade. Pelo jeito a noite permaneceria morna.
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Mais uma garrafa de cabernet com o amigo Dan Mendonça. Vez do smooth Leo Gandelman e seu convidado Charlie Hunter. Nada acrescentou ao show de Santa Teresa. Melhor estava o papo com o amigo. Falamos de atrações que representem o jazz de modo mais radical para convidá-los para Santa Teresa no próximo ano. Ofereci cem merréis para ajudar no cachê ou de James Carter ou de Joshua Redman. Mas seria bom trazer um dos dinossauros, que estão em plena extinção.
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Outra garrafa de Zorzal. Começa a homenagem ao finado guitarrista Celso Blues Boy. O blues comeu solto. O capixaba Saulinho Simonassi estava lá, incandescendo as cordas de sua guitarra. O povaréu curtiu e dançou com o balanço do som do Mississipi.
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Murphy me abraçou quando ia embora: derrapada na areia e mais alguns arranhões para compor a crônica escrita na pele. Sim, deve ter doído, mas eu não me lembro.
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