Grandes músicos dominaram o palco principal na sexta-feira. Grandes e jovens, destaque-se. A banda que acompanhou Arthur Maia deve ter uma média de idade que não ultrapassa 22 anos (dois dignos representantes capixabas lá estavam: o trompetista Bruninho e o trombonista Roger Rocha). O bom e balançado show protagonizado por Rei Arthur e seus Cavaleiros teve seu momento de excentricidade, quando o baixista resolveu cantar algumas de suas composições (boas, diga-se de passagem). Rei que é, Arthur merece e pode até cantar, pois seus súditos aplaudirão (eu entre eles).
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O jazz em sua forma mais radical subiu ao palco com outro jovem e bom instrumentista: Christian Scott, que também trouxe uma banda de garotos. Garotos que se divertem com a força avassaladora que habita a juventude, inspirando e energizando a platéia. Jazz de muito boa qualidade.
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Vernon Reid, como de hábito, plugou a sua guitarra turbinada e metralhou o público num paredão sonoro. Seu som heavy-funk-jazzy intercalou momentos com a bela e sensual Maya Azucena que, além dos atributos canta muito (apesar de ter escolhido temas excessivamente pops para esses velhos ouvidos).
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Fechando a noite, o ícone do baixo Stanley Clarke fez um show e tanto. Esbanjou técnica e desenvoltura tanto no baixo elétrico quanto no acústico. A interpretação de Goodbye Pork Pie hat, com o groove da versão de Jeff Beck, foi excelente. O momento maior até o dia de hoje foi o seu solo com baixo acústico. Ali, ele mostrou que chama a música e seu instrumento de "meus amores", mas não daquele jeito cheio de reverências e rapapés. Foi uma irreverente declaração de amor - daquelas que faz as amadas sorrirem e iluminarem o ambiente. Estou certo que velho Alzheimer terá dificuldades para tirar esse momento da minha memória. Thanks God!
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PS - o baterista de Stanley também é um garoto: 17 anos.
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