sábado, 27 de novembro de 2010

Sessões lendárias


Mil novecentos e cinqüenta e nove testemunhou o encontro de dois ícones do jazz: Bill Evans e Chet Baker. Foram dois discos - The lyrical trumpet of Chet Baker e plays the best of Lerner and Loewe, agora reunidos em um cd intitulado The complete legendary sessions.

Evans e Baker são representantes do melhor lirismo do universo jazzístico. Ouvi-los em uma mesma sessão é, pois, uma experiência embevecedora. Aproveitem, meus caros. Escolham uma boa companhia + duas garrafas de vinho + um bom prato + uma boa sobremesa e, presto!, terás uma inesquecível noite.

Antes que me esqueça, na cozinha estão os excelentes mestres Herbie Mann, Pepper Adams, Connie Kay, Burrell, Chambers, Joe Jones, Sims, Jarvis, Earl May. Tempero garantido.

Link: Avax

domingo, 21 de novembro de 2010

Oliver Nelson


Fim de tarde do domingo. Encerrei mais uns desenhos das belas velhinhas que conheci em Colatina e, satisfeito com o resultado, sentei-me para ouvir um pouco de música e degustar uma dose de Gentleman Jack.

Peguei na discoteca a minha mais recente aquisição: Taking care of business, um lp de Oliver Nelson gravado em 22 de março de 1960. Não se trata de um dos trabalhos experimentais do genial saxofonista. Encontra-se aqui um disco até bastante ortodoxo.

Fã confesso de Coltrane, Oliver inicia o disco com Trane whistle, uma homenagem ao seu herói. A agradável pegada bluesy do tema se irradia pelos seguintes - Doxy, Lou's good dues e In time (esta com incontestável influência coltraniana) - o que, para mim, é um excelente cartão de visita. Agradou-me bastante a interpretação da balada All the way, a qual Oliver inicia à capella, mostrando sua expertise como intérprete.

O trabalho conta com a participação de Lem Winchester (vibrafone), Johnny "Hammond" Smith (órgão), George Tucker (baixo) e Roy Haynes (bateria), que mantêm um clima mais que elegante em todas as faixas. Indico sem titubeios.

Link: Avax


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mais um de Farmer


O que acontecia em 1963, além da maquinação da ditadura ou da mudança do meu velho para Montanha, município surgido da bipartição de Mucurici, no norte do Espírito Santo? Uma boa coisa eu sei que aconteceu: Art Farmer gravou mais um disco. Dessa vez, acompanhado pelo guitarrista Jim Hall, com quem produziu uma boa leva de discos.

O disco em pauta foi gravado ao vivo no Half-Note, nome curioso para um buteco. O resultado é palatável e merece uma ou duas doses de bourbon de boa procedência. Destaque-se que, aqui, Farmer está pilotando exclusivamente o fluegelhorn. O timbre do fluegel, ao meu ouvir, casa perfeitamente com som da guitarra de Hall, fato que torna o disco um pouco mais apetecível. A harmonização se consolida com a participação de Steve Swallow ao baixo e de Walter Perkins à bateria (que me soou um pouco monótono).

O disco reúne cinco temas bem conduzidos pela equipe de músicos. É divertido ouvir Hall citando alguns temas da era do swing em seu solo em Stompin' at the Savoy. Um meu amigo disse-me que sentiu falta de um piano, pois só o baixo de Swallow, no tema citado, não resolveu a parada (principalmente no solo de Hall). Nesse sentido, acho que Farmer leva vantagem, pois conta com uma cozinha mais completa.

As baladas What's new e I'm gettin' sentimental over you são, para mim, os melhores momentos do disco. Uma curiosidade: ao ouvir com fone de ouvido ressalta-se conversas sem fim durante as interpretações. Coisa de primeiro mundo, obviamente.

Link: Avax

Ouçam aqui na radiola.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Standards no Spirito Jazz


Prezados,
Convido-os para uma noitada de, espero, boa música. Acontecerá na próxima sexta-feira, 12/11, às 22:00, no Spirito Jazz. Fica na Rua Madeira de Freitas, Praia do Canto (próximo ao Yazigi).

Estarei com meus amigos Túlio Pizzol (piano), Fausto Lessa (baixo) e Diego Frasson (bateria). O repertório inclui You'd be so nice to come home to, Swingin' shephard blues, Why can't we be friends, I'm gettin' sentimental over you, Prelude to a kiss e muitas outras.

domingo, 7 de novembro de 2010

Porque hoje é domingo


Domingo cinza. Passeio de bike ameaçado. Ligo a radiola e, porque hoje é domingo, vou ouvir um pouco mais do grupo liderado por Curtis Counce. Pego o Landslide, safra 1956. Gravação primorosa, com performances memoráveis de todos os participantes - Harold Land, Jack Sheldon, Carl Perkins, Counce e Frank Butler.

Creio que essa foi a primeira gravação do grupo (corrijam-me, se necessário) e, de imediato, chamou-me a atenção a coesão do grupo. É impressionante como esses caras conseguem fazer um trabalho como este, sem arestas, em praticamente um dia (uma faixa foi gravada uma semana depois, 15/10/56). Obviamente, já tocavam juntos, mas, mesmo assim, é tarefa para gigantes.

Curtis Counce, com a precisão do seu toque, torna-se a viga mestra que sustenta a bela arquitetura desse disco. Ele é um mestre que tem plena consciência de sua função na estruturação dos temas. Land e Sheldon apresentam tal empatia e sicronia nas interpretações dos temas que parecem tocar juntos desde que nasceram. Perkins é um desses caras que nos fazem lamentar a precoce partida (confiram Sarah ali na radiola). Destaco a performance do baterista Frank Butler, que no disco postado anteriormente, ao meu ouvir, ficou devendo (aqui, a sua energia irradia no contato das baquetas com tambores e pratos).

Sem mais delongas, curtam um pouco ali na radiola.

Link: Avax