domingo, 17 de agosto de 2008

Algo mais de Paul Gonsalves

Está lá, devidamente gravado, como inefável testemunho, a performance de Paul Gonsalves no festival de Newport, quando estava a serviço de Duke Ellington. O solo que o tenorista construiu é um dos momentos memoráveis da história do jazz. Segundo Yanow, do Allmusic "The greatest moment of Paul Gonsalves' musical career occurred at the 1956 Newport Jazz Festival when, to bridge the gap between 'Diminuendo in Blue' and 'Crescendo in Blue', Duke Ellington urged him to take a long solo, egging him on through 27 exciting choruses that almost caused a riot". Ali, Paul Gonsalves mostrou como a luz dança.

Eu, obviamente, segui o rastro da luz e consegui outros discos que achei e continuo achando de excelente nível. O primeiro deles é Gettin' Together. Meus amigos, não é brincadeira o que Paul, Nat Adderley, Wynton Kelly, Sam Jones e Jimmy Cobb fazem nesse disco. Aliás, esse é um dos momentos que mais aprecio do cornetista Nat Adderley. Se vocês comprarem não se arrependerão.


O segundo é a gravação, em New York, de dois encontros de Gonsalves com o pianista Earl Hines lançado pelo selo Black Lion(um acontecido em setembro de 70 e outro em novembro de 72). O nome do disco: Paul Gonsalves meets Earl Hines. A primeira faixa é uma interpretação fantástica de It don't mean a thing if it ain't got that swing. Paul faz um solo que força a harmonia, criando uma sonoridade outside genial. Essa já vale o disco.



O terceiro é uma homenagem direta ao seu companheiro Ellington - Ellingtonia Moods & Blues. A sonoridade, aqui, é toda Ellington. O naipe de sopros liderado por Paul reúne Johnny Hodges (alto e encarregado dos arranjos), Ray Nance (trumpete) e Mitchell "Booty" Wood (trombone) se encarrega de manter o clima ellingtoniano. A cozinha, aos cuidados de Jimmy Jones (piano), Al Hall (baixo) e Oliver Jackson (bateria) não pode decepcionar. Eu, que adoro um blues, não poderia deixar de recomendar a faixa D.A. Blues.
Dedicarei um podcast especial para o Paul. Lá vocês poderão ouvir It don't mean a thing (com Earl), Walkin' (com Nat) , D.A. Blues e, obviamente, Diminuendo in blue and Crescendo in blue.

7 comentários:

ReAl disse...

Vixi, dessa vez você desencavou um monte de pérolas. Tamos aí, aguardando o presente.

Anônimo disse...

Até que enfim, um blog de jazz comentando albums de jazz, da melhor qualidade. Já estou cansado de ver outros blogs ditos de jazz, apresentando "tangos" argentinos.

Sergio disse...

Tô com os 3, Salsa. Mas ainda não debrucei-me sobre (xi, esse negócio de debruçar-se sobre, sei não...) Agora vê se tô mal na fita, enquanto leio e comento tua postagem, a escutar Peter Gunn original by Mancini... Acho q tô não né?

Anônimo disse...

Muito bacana seu blog. Só jazz. Classe!

Salsa disse...

Valeu os comentários.
Sérgio,
Mancini é um tremento compositor e arranjador. Você está em boa companhia.
Katiane,
Bacana mesmo é você ter aparecido por aqui. Volte sempre.
Predador,
relaxa, homem.

Don Oleari disse...

Mr. Salsa:
gloriosos 27 minutos do Paul Gonsalves, que, aliás, alavancaram a carreira da orquestra de sua magestade Duke Ellington, que andava meiqui a perigo na época. Valeu!

Salsa disse...

Sras e Srs,
Momento solene, esse. Recebemos a visita do nosso herói midiático e botequeiro de primeira Don Oleari. Estamos ligados lá no Clube da Boa música, na Universitária FM.