Quando a noite caiu sobre o sábado não trouxe nada que augurasse tragédias para o palco da Costazul. Ela chegou clara e fresca. Quando os problemas começaram a surgir, pensei que a nau naufragaria. Foi então que entrou em cena o Javier,técnico de som que acompanha o pianista cubano
Roberto Fonseca.
Sim, essas linhas iniciais são para agradecê-lo pelo excelente trabalho: graves, médios e agudos, tudo em seu devido lugar. Algo que até então não acontecera com tamanha eficácia. Explicou-me Javier que, em determinados momentos, tem-de que produzir alguma mágica. E ele conseguiu.
Enfim, era uma noite de magos. E o mago que dominou a cena e a platéia foi o pianista Roberto Fonseca. Ainda durante a passagem de som, constatou que havia algumas teclas do Steinway que estavam agarrando (cf. foto). O show atrasou em função do problema, que não foi resolvido. Tudo estava nas mãos e dedos do jovem cubano, que não titubeou: o som começou com um clima que rapidamente dominou o público.
A magia que emanava do piano e de toda banda (não se ouvia aquela porradeira que costumamos equivocadamente associar aos ritmos latinos), a leveza das performances dos músicos, o perfeito equilíbrio, a dinâmica impressionante que os músicos
conseguiam impor nas músicas interpretadas são elementos raros de se ouvir.O momento mais envolvente está no vídeo (perdi algumas notas no início): a bela balada que fez a platéia calar-se. Momento de um impressionante lirismo que embalaria a alma mais dura. Para mim, já seria suficiente para uma noite.