segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sketches: A tribute to Art Tatum


Essa é a terceira postagem que dedico ao grande guitarrista Martin Taylor. Excelente músico, mas ainda pouco conhecido pelo grande público apreciador do jazz. O que é uma pena.

Taylor é um dos grandes mestres da guitarra contemporânea. Sua habilidade para construir chords melodies é impressionante. Quando ouvimos suas gravações, tem-se a impressão que são pelo menos dois instrumentistas trabalhando as cordas dos instrumentos (observem como ele usa os baixos).

Nesse momento, estou às voltas com um tributo feito ao grande Art Tatum. A pergunta que não quer calar: ele tenta tocar como Tatum? Não, não é disso que se trata - pelo menos no aspecto malabarísticos de Tatum ao piano. A coisa estaria mais voltada para o aspecto brincalhão do pianista - inventar coisas com os temas escolhidos. E isso Taylor faz de montão.

As sessões foram gravadas entre 78 e 83 do século passado. De quebra, o disco conta com três bonus tracks com a participação de Ike Isaacs, mestre de Taylor.

Curtam Blues for mr. T., How high the moon, Takin' a chance on love e Cotton tail (com Ike).

Link: Avax

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pássaro na mão

Coisas boas aconteceram em 59, além do meu nascimento. Uma delas foi o disco que estou curtindo nesse momento. Trata-se de mais um trabalho do trompetista Donald Byrd que, como em muitas outras vezes, está acompanhado pelo grande baritonista Pepper Adams.

A dupla já é um cartão de visita e tanto, mas fica ainda melhor quando acrescenta-se o tenorista Charlie Rouse, de quem muito gosto (especialmente quando está atuando como sideman, como é o caso).

A sessão rítmica também é de primeira: Walter Davis, Jr. (piano), Sam Jones (baixo) e Art Taylor (bateria). Típica defesa bem montada e com um meio de campo que sabe construir belas jogadas.

Se, um dia, grana curta no bolso, vocês tiverem que escolher um entre vários discos de Donald, esse é um pássaro que vale à pena ter ao alcance da mão: Byrd in hand. São seis temas (três de Byrd, dois de Davis, jr e um super standard de Coleman e Leigh - Witchcraft), todos muito bem arranjados, com espaço para nossos heróis mostrarem suas habilidades com os respectivos instrumentos.
Confiram ali na radiola Here am I, Devil whip e Clarion calls.
Link: Avax

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Swingin' with Bud

Na constelação de pianistas de jazz, brilha uma estrela que tem servido de guia para muitos outros que almejam passear pelas teclas do piano. Seu nome: Bud Powell.

Nosso poeta louco sabe como poucos extrair os mais diversos sentimentos do majestoso piano. Melódico, lírico, viril, apaixonado, Powell faz um amálgama com seus dedos, sua alma, teclas e as cordas para construir uma vigorosa ponte que nos leva a um impressionante universo musical.

Ouço agora Swingin' with Bud, gravado com a companhia de George Duvivier e Art Taylor. Satisfação garantida. Confiram ali na radiola os teminhas Salt peanuts (sintam a intro), Swedish party, Oblivion e Birdland blues.

Link: Avax

domingo, 4 de julho de 2010

Um pouco mais de Red

William McKinley Garland é texano (1923). Começou a tocar na adolescência, quando o pai lhe deu um clarinete de presente. Sua carreira inclui um tempo desferindo bofetadas em rings de boxe (quando no exército, lutou com o grande Ray Leonard e conseguiu sobreviver). Para sorte dos apreciadores do piano, Red Garland investiu na música e no nobre instrumento.

Eu, nesse exato momento, estou curtindo uma gravação de 1956, que me agrada bastante - A garland of Red. O disco é recheado com oito temas (standards, blues, swing) que farão a alegria dos apreciadores do bom e velho jazz.

Destaque-se a excelente performance da sessão rítmica Paul Chambers e Art Taylor. Os meninos não são brinquedo, não - apesar de, em diversos momentos, brincarem com seus instrumentos. Brincam como gente grande. Confiram ali na radiola as versões de What is this thing called love, Constellation e Blue Red.
Link: Avax

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Red Solar

Às vezes bate em algum lugar aqui no peito uma sensaçãozinha difusa, tênue, leve como uma teia de aranha, que vai crescendo com "recuerdos" de priscas eras - estórias mal contadas, inacabadas, ao lado de outras nem tanto, que me deixam com uma vontade danada de ouvir um bom jazz e beber uma boa garrafa de vinho. É esse o clima, agora.

Abro então uma garrafa de alentejano, equilibrado, e sapeco um lp na radiola. Um que não ouvia há muito: Red Garland Quartet - Solar, gravado em 1962.

Garland, todos sabem, é um camarada super versátil com o piano. Sua história está nas cordas e teclas desse intrumento. Falar de piano no cenbário jazzístico e não citar Red é um pecado e tanto. Sem mais delongas, nesse disco ele se faz acompanhar por Sam Jones (um daqueles baixistas que fazem o baixo soar sem pudor), Frank Gant (baterista elegante e com rico vocabulário) e, completanto o time, o guitarrista e flautista Les Spann, que se mostra um músico de calibre.

O disco me agrada bastante. A moçada fez um trabalho coeso e merece uma tripla audição - sem tirar do prato. Deixarei algumas faixas na radiola.

O link: Avax