quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

À moda de Teddy Charles e sua trupe


Cá estou, mais uma vez, tentando cumprir o prometido: dois posts por semana. Cumpro, hoje, pelo menos.

Estendo minha mão direita até a estante e saco um disco. Disco que há muito não ouvia (creio que por se tratar de um vibrafonista), mas que é um disco no mínimo necessário de ser ouvido. Contém gravações de 1952-53 que antecipam toda uma tendência jazzística que tomará força no final dos anos 50, início dos sessenta, especialmente sob a aura milesiana: o jazz modal.

Unem-se no disco Colaboration: West a versatilidade e a habilidade de Teddy Charles e Shorty Rogers, pianista/vibracionista e trumpetista, ladeado por colaboradores de peso, como Curtis Counce, Shelly Manne e Jimmy Giuffre (53); Jimmy Raney, Dick Nivison e Ed Shaughnessy (52).

A tal terceira via, como se costuma dizer, de fato trouxe elementos musicais para o universo do jazz que efetivamente revolucionaram o modo (não é um trocadilho) de se tocar. Como bem destaca o encarte, Teddy, ao usar elementos pouco usuais no jazz, assim como ao usar materiais convencionais de modo também pouco usados, possibilitou aos solistas uma gama de novas possibilidades para exercitarem a criatividade nos improvisos. Um bom exemplo disso é a, para mim, deliciosa versão de A night in Tunisia, gravada pelo grupo de 52.

Apreciem o disco na radiola.

Link: Avax

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Toca mais, Johnny


Tenho tido pouco tempo para publicar minhas impressões auditivas aqui no meu quintal. Aliás, tenho ouvido pouca música. Fato que deixa minha alma um pouco desértica. Hoje, dia em que o relógio retoma sua normal atividade, pareceu-me o momento apropriado para retomar a média de dois posts por semana.

Retomo o post anterior: Johnny Smith. A má impressão inicial, causada pela audição do disco easy listening, foi desfeita quando tive a oportunidade de ouvir o cd The sound of Johnny Smith guitar. Este, na verdade, reúne dois lps gravados no início dos anos sessenta: o que dá título ao cd e Johnny Smith plus The Trio.

Aqui, sim, Smith mostra seu feeling jazzy. Aliás, ele dizia que não se reconhecia como músico de jazz. Preferia trafegar por diversas áreas, sem se preocupar com denominações estilísticas. Esperava ser reconhecido como um músico competente. Quanto a isso, os trabalhos que aqui postados são mais que provas. Destaco que o tempo verbal aqui usado não significa que o camarada tenha morrido, mas que apenas parou de tocar. Segundo o encarte, ele está morando numa casa em Colorado Spring, comprada em 1958.

Acompanham-no os músicos Hank Jones, George Duvivier e Ed Shaughnessy (1 a 9); Bob Pancoast, George Roumanis e Mousey Alexander (10 a 20).

Selecionei aleatoriamente quatro teminhas para vosso deleite. Divirtam-se!
Link: Avax

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Johnny Guitar


Há algum tempo, um ano talvez, eu arranjei um disco de um guitarrista que, naquela ocasião, soou-me demasiadamente trilha sonora para coquetel. Gosto, no entanto, de dar uma segunda chance aos jazzistas. Busquei mais alguns discos e, depois de algumas audições, passei a apreciar mais o trabalho do rapaz.

Está rodando na radiola o disco Kaleidoscope, de Johnny Smith, gravado em 1967. Disco agradável e, apesar do título sugerir alguma coisa mais experimental (enfim, era final dos anos sessenta e coisa e tal), o som é clássico e, como escreveram no encarte, sem afetação. O timbre de sua guitarra é bastante distinto dos outros jazz guitar heroes e também o modo como ataca as cordas do seu instrumento. Mas, se eu tivesse que aproximá-lo de algum dos grandes, eu destacaria algumas reminiscências de Django em seu modo de fazer progressões harmônicas.

Smith está mais que bem acompanhado nesse disco. São seus parceiros de empreitada o ícone do piano Hank Jones, o grande baixista George Duvivier e o discreto baterista Don Lamond. Relaxem e ouçam a amostra na radiola.

Link: Avax

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Tal Farlow na casa do Ed


Esse cara é o Tal, grande guitarrista que, sempre que possível, deixarei alguma coisa por ele interpretada tocando na radiola.

O disco do qual emana a sonoridade que ora aprecio é o Tal Farlow at Ed Fuerst's. Até onde eu entendi as notas, o som foi gravado no apartamento do Ed, um fã alucinado do jazz, que possuía um bom piano e um tape ídem. Em seu lar, costumava-se reunir a nata dos jazzistas que trafegava pela noite novaiorquina.

Noite dessas, 18/12/56, lá estavam Farlow, Eddie Costa e Vinnie Burke. O resultado, devidamente registrado para a alegria dos apreciadores da boa música, foi uma jam com momentos bem interessantes (o piano de Costa está muito bom). Apreciem o caseiro acepipe.

Link: Avax