quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Circuito do Jazz - 1º de setembro

Pois é, como disse o bom e velho Vinyl, falarei dos meus amigos que tocarão no Circuito do Jazz.

A abertura do primeiro dia ficará ao encargo da banda da Faculdade de Música, conduzida por Antônio Paulo (irmão de Colibri, que se apresentará na quarta-feira). Ainda não tive oportunidade de ouvir a nossa furiosa, mas, tendo em vista a seriedade do responsável pelo trabalho, creio que o som deverá ser mais que satisfatório. Ressalte-se que, nos últimos anos, a Fames adotou uma postura mais aberta para os rítmos ditos populares, fato que tem propiciado um crescente número de bons músicos circulando pela noite vitoriana. A abertura do evento é, assim entendo, uma mais que merecida homenagem ao esforço dos professores e alunos da faculdade. Estarei na primeira fila para aplaudi-los.

O segundo momento fica por conta de Salvatore "Turi" Collura, italiano radicado em Vitória, pianista de grandes sensibilidade e técnica. O show terá como base o cd Interferências, lançado em 2007 (Turi contou com a participação de grandes nomes da música instrumental brasileira - Ney Conceição, Nelson Farias e Rafael Barata, para citar alguns). O palco será divido com o baterista Edu Szajnbrum, com o trompetista Daniel Dias (prestem atenção no seu fraseado) e com o baixista Filipe Dias. O público pode esperar jazz de muito bom nível. Ouça Dois de dois no podcast do jazz contemporâneo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O jazz invade Vitória em Setembro

Agora está tudo certo. O Circuito Vitória de Jazz chega ao seu ápice com os três dias (1, 2 e3 de setembro) dedicados à boa música. A programação está definida:

Segunda-feira (01/09) - FAMES Jazz Band, Turi Collura e Cama de Gato
Terça-feira (02/09) - Quintal do Jazz (representante do blog), Jazz Letal e Marcel Powell

Quarta-feira (03/09) - Nota Jazz, Quinteto Colibri e RiOrleans

A programação traz nomes locais (as duas primeira bandas de cada dia) que terão a oportunidade de dividir a sala com os visitantes. Os convidados são dignos representantes da música instrumental nacional (daqueles que extrapolam as fronteiras). É sempre bom ouvir músicos como Senise, Paschoal meirelles, o italiano Dario Galante (que acompanhará o saxofonista Ray Moore - líder do grupo RiOrleans), Jota Moraes, André Neiva, Toni Botelho e todos outros que circularão no palco do Armazém do Jazz, no centro de Vitória.

De acordo com Kiko, o organizador do evento (Extrata), a preocupação com a acústica do local será minimizada com os cuidados da Equipe Sombra, encarregada da engenharia de som e dos cuidados com o palco. Maiores detalhes podem ser obtidos no site do evento.
Em breve, Salsa se encarregará de falar um pouco sobre os participantes.

domingo, 17 de agosto de 2008

Algo mais de Paul Gonsalves

Está lá, devidamente gravado, como inefável testemunho, a performance de Paul Gonsalves no festival de Newport, quando estava a serviço de Duke Ellington. O solo que o tenorista construiu é um dos momentos memoráveis da história do jazz. Segundo Yanow, do Allmusic "The greatest moment of Paul Gonsalves' musical career occurred at the 1956 Newport Jazz Festival when, to bridge the gap between 'Diminuendo in Blue' and 'Crescendo in Blue', Duke Ellington urged him to take a long solo, egging him on through 27 exciting choruses that almost caused a riot". Ali, Paul Gonsalves mostrou como a luz dança.

Eu, obviamente, segui o rastro da luz e consegui outros discos que achei e continuo achando de excelente nível. O primeiro deles é Gettin' Together. Meus amigos, não é brincadeira o que Paul, Nat Adderley, Wynton Kelly, Sam Jones e Jimmy Cobb fazem nesse disco. Aliás, esse é um dos momentos que mais aprecio do cornetista Nat Adderley. Se vocês comprarem não se arrependerão.


O segundo é a gravação, em New York, de dois encontros de Gonsalves com o pianista Earl Hines lançado pelo selo Black Lion(um acontecido em setembro de 70 e outro em novembro de 72). O nome do disco: Paul Gonsalves meets Earl Hines. A primeira faixa é uma interpretação fantástica de It don't mean a thing if it ain't got that swing. Paul faz um solo que força a harmonia, criando uma sonoridade outside genial. Essa já vale o disco.



O terceiro é uma homenagem direta ao seu companheiro Ellington - Ellingtonia Moods & Blues. A sonoridade, aqui, é toda Ellington. O naipe de sopros liderado por Paul reúne Johnny Hodges (alto e encarregado dos arranjos), Ray Nance (trumpete) e Mitchell "Booty" Wood (trombone) se encarrega de manter o clima ellingtoniano. A cozinha, aos cuidados de Jimmy Jones (piano), Al Hall (baixo) e Oliver Jackson (bateria) não pode decepcionar. Eu, que adoro um blues, não poderia deixar de recomendar a faixa D.A. Blues.
Dedicarei um podcast especial para o Paul. Lá vocês poderão ouvir It don't mean a thing (com Earl), Walkin' (com Nat) , D.A. Blues e, obviamente, Diminuendo in blue and Crescendo in blue.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Body and soul

Já que meu amigo Salsa entrou numas de Heartbreak Hotel, eu vou sugerir um tema que, para mim é emblemático: Body and soul. Saquei da estante um disco do Paul Gonsalves, o bom tenorista da banda de Duke Ellington, chamado Tell it the way is it!, que tem bons momentos. Um deles é o tema indicado acima. Ouça e diga se não é bom. Aproveita e canta junto:
My heart is sad and lonely
For you I cry
For you, dear, only
I tell you I mean it
I'm all for you - Body and soul
I spend my days in longing
And wondering its me you're wronging
Why havent you seen it
I'm all for you - Body and soul
I cant believe it
It hard to conceive it
That you'd turn away romance
Are you pretending
Don't say its the ending
I wish I could have one more change to prove, dear
My life a hell you're making
You know I'm yours for just the taking
I'd gladly surrender
Myself to you - Body and soul

Ficar em quarto de hotel sem ouvir um bom jazz pode ser fatal, meu velho. O tema está no podcast aí ao lado.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Tomjobiniando com Ava Araújo


Eu já estou me sentindo mal por ter que perder o show da Ava Araújo, que acontecerá no dia 22 de agosto. Infelizmente, eu dou aula no horário do evento (20:00h) . Na verdade, eu ainda não a ouvi cantando, mas tenho ouvido tantos elogios que parece que já a conheço de longa data.

O show que perderei chama-se Tomjobiniando, uma homenagem (sempre merecida) ao bom e velho Tom Jobim. De acordo com o release , o show "idealizado e produzido pela cantora, compositora e produtora cultural Ava Araujo, é uma homenagem ao maior compositor da Bossa Nova, no ano em que celebramos os 50 anos deste movimento. O show conta com a participação de músicos capixabas, cantores e da Orquestra de Garrafas. O espetáculo mostrará canções do maestro Antonio Carlos Jobim com alguns de seus principais parceiros como Dolores Duran, Vinícius de Moraes, Newton Mendonça, Aloysio de Oliveira e Chico Buarque de Holanda. No repertório, um passeio pelas composições do maestro entre os anos de 1954 a 1968, incluindo Samba do Avião (Tom Jobim), Água de Beber (Tom Jobim e Vinícius de Morais) e Sabiá (Tom Jobim e Chico Buarque de Holanda). Além disso, o show já antecipa as comemorações dos 15 anos de ausência do compositor em 2009, iniciando desta forma as celebrações desta data no Brasil".

O time que a acompanha é da melhor safra: Paulo Sodré (baixo acústico), Roger Bezerra (piano), Fábio Calazans (guitarra) e Edu Szajnbrum (bateria). Além disso, tem os convidados Marcela Lobbo, Karin Hilel e Adriano Faquini (voz e violão). O valor do ingresso são simbólicos R$ 2,99. Espero que meus amigos me representem nessa boa noite de música.

domingo, 10 de agosto de 2008

Cos I am so lonely

Well, since my baby left me,
I found a new place to dwell.
It's down at the end of lonely street
At heartbreak hotel.
You make me so lonely baby,
I get so lonely, I get so lonely I could die.
And although it's always crowded,
You still can find some room.
Where broken hearted lovers
Do cry away their gloom.
You make me so lonely baby,
I get so lonely, I get so lonely I could die.
Well, the bell hops
tears keep flowin,
And the desk clerks dressed in black.
Well they been so long on lonely street
They ain't ever gonna look back.
You make me so lonely baby,
I get so lonely,I get so lonely I could die.
Hey now, if your baby leaves you,
And you got a tale to tell.
Just take a walk down lonely street
To heartbreak hotel.
Essa será uma das canções que ouvirão aqueles que se arriscarem no Cochicho da Penha, na próxima quinta-feira, às 21:00h. O som fica por conta do trio Fino do Rock (Eu, Juliano Gauche e Gustavo Macaco).

Armazém do Jazz


Na cena musical de Vitória, nos últimos anos, tem florescido um número significativo de músicos que tem se dedicado à música instrumental. Do choro ao jazz, passando pelo rock'n'roll (fusion), é patente a força dessa vertente musical equivocadamente relegada ao limbo de uma difusa noção de elitismo ou de inteligentzia, que normalmente descamba para a bobagem galopante. .

Não me prenderei a nenhum arrazoado sobre o equívoco acima apontado, basta, para dirimir dúvidas, convidar os ilhéus a passarem ou na Curva da Jurema (segundas) ou no Cochicho da penha (terças), points mais populares, para presenciarem os bons momentos que nossos jovens jazzistas (em sua maioria) têm propiciado aos visitantes. Ali se reúnem pessoas das mais diferentes faixas etárias, que se deleitam com verdadeiras festas musicais.

Em contraponto ao cenário underground dos locais citados existem outros, mais clean, como é o caso do restaurante Bellia (Praia do Canto), onde Afonso Abreu e Pedro Alcântara fazem a festa, ou no Café Touché (Vila Velha), que formam um leque interessante para os apreciadores da boa música.

O motivo desse post não é apenas destacar que existe um espaço jazzístico que insiste na noite da ilha, mas ressaltar o esforço que a prefeitura de Vitória tem feito para permitir o acesso do grande público a esse gênero encantador, mas ainda marginalizado. Teremos, nos dias 1, 2 e 3 de setembro, mais uma versão do Armazém do Jazz, que acontecerá no Porto de Vitória (Centro). Nesses dias, estarão reunidos seis grupos de Vitória e mais três de outras plagas. A martelada final ainda não foi dada pela administração, mas tudo indica que a coisa acontecerá.

A programação (ainda precisa ser confirmada, ressalto) contará, no dia 1°, com as presenças da Jazz Band da Faculdade de Músic; na sequência o palco fica por conta do nosso amigo "carcamano" e pianista Turi Collura (que lançou um excelente disco no ano passado) e, fechando a noite, o antológico grupo carioca Cama de Gato. No dia 2, o som fica por conta do quarteto Jazz Back'yard (Quintal do Jazz), liderado por, como diria Acir Vidal, esse que vos tecla; depois entra o quarteto do maestro saxofonista Colibri (que prometeu participar de um jam comigo) e, por fim, Marcel Powell (filhote do Baden, que ainda ministrará um Workshop para os aficcionados do violão). O dia 3, último do festival, será abrilhantado por um dos grupos mais antigos de Vitória: Nota Jazz, mais o grupo local Jazz Letal (que ainda não conheço, mas devo conhecer seus componentes) e, encerrando a festa, o saxofonista Ray Moore, de New Orleans mas bastante influenciado pelo som brasileiro (que também ministrará workshop).

A preocupação que ainda circula entre os participantes é referente ao local. Mais especificamente, com a acústica do local. Todos aplaudem a iniciativa da administração pública de criar um espaço popular para shows em Vitória (que não se resume ao jazz), mas há de ter maior zêlo com os músicos e com o público. Para que isso ocorra um ponto é imprescindível: cuidar do espaço. Se é para espetáculos musicais não é possível fechar os ouvidos para o problema sonoro que tem maltratado aqueles que lá se apresentaram. Disse-me o organizador que esse aspecto não será desprezado e que já estão sendo tomadas providências para reduzir as dificuldades técnicas enfrentadas pelos freqüentadores. Um engenheiro e uma boa equipe técnica cuidarão para que tudo corra da melhor forma possível. Confiamos e aguardamos. Vitória merece isso e muito mais.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O tiro certeiro de Cannonball

Estamos meio "caídos" em função da ausência do nosso querido Carlão Dias, aka CD, que nos trocou por estadia em rincão africano. Notícias? Nenhuma. De lá, nem sinal de fumaça. Por aqui, prosseguimos com a tarefa: ouvir e falar dos nossos heróis jazzistas. E hoje eu vou apresentar um disco de um ícone do jazz: Julian "Cannonball" Adderley.



Cannonball é figurinha carimbada no panteão dos jazzistas. Ele produz, com seu sax alto, um dos sons mais brilhantes e agradáveis de se ouvir. Seus trabalhos mais conhecidos são aqueles produzidos ao lado de Miles e Coltrane (Milestones e Kind of blues já seriam suficientes para imortalizar qualquer músico). Apresento-vos outro, gravado ao lado do seu irmão, o cornetista Nat Adderley, de Junior Mance (piano), Sam Jones (baixo) e Jimmy Cobb (bateria): Cannonball's sharpshooters, de 1958, com aquela indefectível linguagem bop. Disco mais que agradável, merece destaque na discoteca dos pareciadores da boa música.



O disco inicia, para nosso prazer, com a pólvora toda: a interpretação de Our delight toma de assalto nossos ouvidos. A peteca não cai quando o grupo defende Jubilation, a segunda do disco. Outro momento antológico é a pungente interpretação de What's new?, que logo após a primeira frase mergulha em um intenso improviso. Cannonball está ali com todo seu coração. A versão de Straight, no chaser também merece destaque. Pode sapecar cinco estrelas.
Deixarei no podcast Quintal do Jazz os temas Jubilation e, à espera de notícias, What's new?